Cessar-fogo entra em vigor entre Israel e Irã após 10 dias de confrontos

Trégua mediada por Trump é confirmada por Israel e Irã; cessar-fogo entra em vigor após dez dias de confrontos com mortos e ataques a alvos militares

24 jun, 2025
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em foto compartilhada para anunciar cessar-fogo | Reprodução/X/@WhiteHouse
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em foto compartilhada para anunciar cessar-fogo | Reprodução/X/@WhiteHouse

O cessar-fogo entre Israel e Irã teve início na madrugada desta terça-feira (24), após quase duas semanas de confrontos envolvendo ataques aéreos, mísseis e bombardeios em áreas civis e militares. A trégua foi mediada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou o acordo na noite anterior, após negociações conduzidas com representantes dos dois países. 

O entendimento prevê a suspensão imediata das ofensivas, com a condição de que nenhuma das partes retome as hostilidades. Mesmo com o anúncio da trégua, autoridades israelenses mantiveram o estado de alerta e ressaltaram que eventuais violações por parte do Irã resultarão em respostas militares.

Última rodada de ataques antecede trégua

Horas antes do início oficial do cessar-fogo, o Irã lançou uma série de mísseis contra o território israelense. As ofensivas atingiram, entre outros locais, a cidade de Beer Sheva, onde quatro pessoas morreram e outras ficaram feridas. Em paralelo, ao menos nove pessoas foram mortas no Irã em bombardeios atribuídos a Israel, pouco antes da entrada em vigor da trégua.

O Irã também disparou mísseis contra uma base militar dos Estados Unidos no Catar. Os projéteis foram interceptados e não causaram vítimas. Já os Estados Unidos, antes do cessar-fogo, haviam conduzido uma operação contra instalações nucleares iranianas, tendo como principal alvo a usina subterrânea de Fordow.

A suspensão dos ataques ocorreu após ataques mútuos que se inciaram em 13 de junho, quando Israel iniciou uma operação com o objetivo de impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Ao longo dos dias, ambos os lados realizaram ofensivas que deixaram dezenas de mortos e milhares de feridos, segundo estimativas oficiais.

Mediação de Trump e reações ao cessar-fogo

Na noite de segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o cessar-fogo. Segundo ele, o conflito seria encerrado por completo nas seis horas seguintes. Trump afirmou que entrou em contato direto com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e que o acordo também envolveu conversas com representantes do governo iraniano por meio de canais diplomáticos. A informação é da agência de notícias Reuters, baseada no que declarou um alto funcionário da Casa Branca.


 

Donald Trump anuncia, em suas redes sociais, que cessar-fogo foi aceito por Israel e Irã
Donald Trump anuncia acordo em suas redes sociais| Foto: Reprodução/X/@WhiteHouse

Netanyahu confirmou a aceitação da trégua e declarou que Israel havia atingido seus objetivos militares, entre eles neutralizar ameaças nucleares e de mísseis balísticos. O primeiro-ministro, no entanto, advertiu que qualquer violação do cessar-fogo resultaria em resposta imediata. O exército israelense declarou que permanece em estado de alerta, embora tenha confirmado o início do acordo.

Por outro lado, o governo do Irã adotou uma postura cautelosa. O páis, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, afirmou que só aceitaria o cessar-fogo caso Israel interrompesse todos os ataques até o horário estipulado em Teerã.  Segundo a agência de notícias Reuters, os veículos iranianos SNN e Press TV, após o fim das ofensivas, confirmaram a suspensão das operações militares: “Cessar-fogo tem início após quatro ondas de ataques em territórios ocupados por Israel”, afirmou a Press TV.

Escalada anterior e repercussão internacional

O conflito teve início com ataques israelenses a estruturas militares e nucleares do Irã, sob a justificativa de conter avanços no programa atômico iraniano. Em contra-ataque, o Irã lançou mísseis nas cidades de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém além de alvos norte-americanos na região. As ações elevaram a tensão regional e provocaram mobilizações internacionais para tentar conter uma possível escalada.

Durante os combates, civis foram atingidos em ambos os lados. A trégua surge como uma tentativa de interromper o ciclo de ataques. Governos como os do Reino Unido, França, China e Catar pressionaram por um acordo, temendo desdobramentos mais amplos no Oriente Médio.

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