Governo mobiliza equipes diante de enchentes que assolam regiões do México

O México está lidando com uma grave emergência climática: as chuvas intensas das últimas semanas causaram inundações e deslizamentos de terra em diversas áreas, levando a dezenas de mortes e desaparecimentos confirmados. De acordo com dados oficiais, ao menos 130 pessoas estão entre as vítimas fatais ou desaparecidas.

As intensas chuvas resultaram na saturação do solo, transbordamento de rios e escavações repentinas, dificultando o trabalho das autoridades locais, que agora buscam resgatar vítimas isoladas e garantir assistência emergencial às comunidades mais atingidas.

As inundações afetam regularmente os estados costeiros do Golfo do México e as regiões centrais do país, causando danos a pontes, ruas e redes elétricas, além de prejudicar os sistemas de saúde e saneamento. Os moradores afirmam que a lama, os detritos e a falta de acesso dificultam a evacuação para áreas seguras. Nesse meio tempo, o governo federal indica que está mobilizando recursos e equipes para minimizar os danos e dar início ao processo de reconstrução.

Impactos imediatos e resposta das autoridades

As áreas afetadas enfrentam problemas como pessoas desabrigadas, interrupções no fornecimento de energia e danos à infraestrutura vital. Quando os rios transbordam, as comunidades vizinhas ficam isoladas, o que impede a chegada de veículos de socorro e dificulta a entrega de itens essenciais. Em várias áreas, equipes de resgate tiveram que atravessar água e lama para chegar aos moradores isolados.


@bbcnews At least 27 people have died and others are missing, according to authorities, after floods in Mexico triggered landslides and swept away homes, vehicles and bridges. #Mexico #PozaRica #GutiérrezZamora #Veracruz #Hidalgo #Floods #News #BBCNews ♬ original sound – BBC News
Impactos das chuvas no México (Vídeo: reprodução/Tiktok/@bbcnews)

O governo do México declarou estado de emergência em vários estados e enviou tropas e equipes de operações especiais para trabalhar nas regiões mais críticas. De acordo com autoridades federais, aproximadamente 100 mil casas foram impactadas.
Além disso, há preocupação com a propagação de doenças associadas à água parada, como a dengue, além de questões relacionadas ao fornecimento de água potável e higiene. A reconstrução será um processo demorado, pois as chuvas persistem em algumas áreas, e o solo já saturado aumenta o risco de novas inundações.

Desafios para reconstrução e prevenção futura

A reconstrução requer um planejamento cuidadoso para prevenir danos tão significativos em casos semelhantes no futuro. É imprescindível revisar os sistemas de drenagem urbana, fortalecer as contenções de encostas, atualizar as barragens e elaborar planos de evacuação eficazes para as áreas de risco. Os municípios afetados deverão dar prioridade à recuperação de infraestrutura crítica, como pontes e estradas, que asseguram a mobilidade em emergências.


@reuters Residents of Poza Rica, Mexico, continued cleanup efforts following devastating floods that destroyed homes and left streets covered in mud, debris and overturned vehicles. Elsewhere in Huauchinango, search and rescue teams with trained sniffer dogs scoured the mud and rubble for people still missing. #mexico #rain #flood #landslide #missing ♬ original sound – Reuters
Moradores realizam força tarefa para ajudar nas limpezas e reconstrução pós-enchente (Vídeo: reprodução/Tiktok/@reuters)

Ademais, será fundamental incentivar investimentos em monitoramento meteorológico e alertas precoces para comunidades em situação de vulnerabilidade, além de campanhas educativas sobre os perigos climáticos. Em um país sujeito a eventos extremos, essas ações poderiam minimizar danos humanos e materiais em possíveis ocorrências futuras.

A tragédia das enchentes no México destaca a crescente vulnerabilidade das regiões às mudanças climáticas e aos fenômenos meteorológicos extremos. Enquanto as vítimas batalham pela recuperação e sobrevivência, o foco se desloca para a resiliência das instituições e da comunidade: somente com uma infraestrutura fortalecida, políticas de prevenção e colaboração entre governo e população o México conseguirá encarar os futuros desafios hídricos com mais firmeza.

Nepal e Índia enfrentam inundações com inúmeros desaparecimentos e mortes

Na estação das Monções período que ocorre entre junho e setembro, no verão do Nepal, acontecem muitas chuvas com intensas precipitações que podem ocorrer a qualquer momento. Na capital Katmandu o rio Bagmati que nasce as colinas do Himalaia está muito poluído e transbordou provocando inundações e desabrigados.

Posicionamento dos representantes de governo

Segundo informou à AFP – Agência de notícias líder global, a Santhi Mahat porta-voz da autoridade nacional de gerenciamento de riscos e desastres no Nepal, informou que até o momento faleceram 47 pessoas. Na Índia que é bem próxima ao  Nepal, a situação foi bem parecida e a deputada Harsh Vardhan Shringla da Câmara Alta informou que até o momento a um número de mais de 20 pessoas que faleceram e também houve desabamentos de pontes e muitos desabrigados. As informações foram confirmadas neste domingo (05-10). Esses tipos de intempéries climáticas ocorrem há décadas nas duas regiões muito acelerado por questões climáticas.

Entendendo a Estação das Monções

As monções descrevem um padrão climático onde a direção dos ventos muda drasticamente com as estações do ano em determinadas regiões da Ásia. Essa inversão é gerada pela diferença de temperatura e pressão atmosférica entre a massa continental e as águas oceânicas durante o verão e o inverno. Este fenômeno é particularmente marcante nas regiões costeiras do Oceano Índico, como a Índia e chega ao Nepal  mesmo sendo um país sem litoral por conta da zona de baixa pressão que atrai o ar úmido do Oceano Índico.


Cenas da tragédia ocorrida no Nepal (Vídeo:reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Monte Everest a mais alta montanha

Localizada na fronteira entre o Nepal e o Tibete (China) o Monte Everest “Maior Montanha do Mundo” tem altitude de 8.849 metros (29.032 pés), acima do nível do mar. No Tibete é chamada de “Chomolungma”, que significa “Deusa Mãe do Mundo”. A montanha é muito visitada, se tornando um dos principais pontos turísticos entre os dois países.

ONU aponta crise hídrica global com secas prolongadas e enchentes severas

O relatório “Estado dos Recursos Hídricos Globais 2024”, publicado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) na quinta-feira (18), aponta para um cenário alarmante: o ciclo da água no planeta está desregulado, com secas prolongadas e enchentes devastadoras se tornando cada vez mais comuns. Segundo o documento, apenas um terço das bacias hidrográficas globais apresentou condições normais em 2023, enquanto as demais sofreram com excesso ou escassez de água, intensificados pelo El Niño.

Impacto no Brasil

No Brasil, os impactos foram marcantes. A estiagem que atingiu a Amazônia em 2023 se agravou, comprometendo 59% do território nacional em 2024, afetando rios, transporte fluvial e comunidades ribeirinhas. Reservatórios enfrentam uma década de seca, o que eleva o risco de apagões e pressiona as contas de luz, com a bandeira vermelha patamar 2 já acionada devido aos baixos níveis de água. No Sul do país, enchentes históricas deixaram 183 mortos e milhares de desabrigados, configurando uma das maiores tragédias climáticas do país.


Flutuações extremas nas chuvas, como consequência da crise climática, afetaram agricultura e meios de subsistência das populações (Foto: reprodução/Bogomil Mihaylov/Unsplash)

Globalmente, 2024 foi o ano mais quente já registrado, contribuindo para o terceiro ano consecutivo de derretimento de glaciares. O volume de água perdido equivale a 180 milhões de piscinas olímpicas, elevando o nível dos oceanos. Regiões como o sul da África, Europa, Ásia e o Sahel enfrentaram secas severas, inundações históricas e ciclones recordes, evidenciando a crise climática.

Declaração alarmante

“A água é vital para sociedades, economias e ecossistemas, mas está sob pressão extrema. Sem dados confiáveis, estamos no escuro”, alertou Celeste Saulo, secretária-geral da OMM. O relatório reforça que secas mais longas e chuvas intensas são o “novo normal” em um planeta aquecido, exigindo medidas urgentes para adaptação e mitigação.

Especialistas apontam que o modelo atual do Operador Nacional do Sistema (ONS) no Brasil, baseado em dados históricos, ignora os impactos climáticos, agravando a vulnerabilidade energética e social.

Enchentes no Paquistão deixam 17 mortos e afetam mais de um milhão

De acordo com autoridades locais, as enchentes ocorridas nesta semana no Paquistão acabaram ocasionando muitos problemas para mais de 1 milhão de cidadãos. O desastre aconteceu devido à quantidade absurda de chuvas torrenciais e pela liberação da água das represas na Índia, que acabou tendo um grande aumento imprevisto no volume dos rios.

O incidente aconteceu em Punjab, província do Paquistão, onde já foram confirmadas 17 mortes. Além disso, não é a primeira vez que o país sofre com essas enchentes, que também ocorreram em 2022.

Detalhes das enchentes

As fortes chuvas de monções, combinadas com a liberação de água dos rios Ravi, Sutlej e Chenab pelas represas da Índia, elevaram o nível dos rios, causando o rompimento de diques e inundações repentinas. Moradores de vilarejos como Qadirabad enfrentam águas que chegam até o peito, enquanto plantações vitais de trigo, arroz e algodão foram destruídas, comprometendo a segurança alimentar da região.

As chuvas torrenciais, típicas da temporada de monções, causaram alagamentos extensos, bloqueando estradas e isolando comunidades inteiras. Muitas residências foram destruídas ou ficaram submersas, deixando famílias desabrigadas e vulneráveis. A falta de acesso a água potável e serviços básicos agrava ainda mais a situação das populações afetadas. Vale lembrar que a Índia havia emitido 3 alertas para o Paquistão, classificando como medida humanitária.


Enchente antiga no Paquistão (Foto: reprodução/Getty Images/Getty Images Embed)

Autoridade tenta agir e enfrenta desafios

O governo paquistanês mobilizou equipes de resgate e assistência para as áreas mais atingidas, buscando minimizar os danos e prestar socorro imediato às vítimas. Organizações humanitárias também estão atuando para fornecer alimentos, abrigo e cuidados médicos às pessoas deslocadas pelas enchentes. No entanto, a extensão dos danos e o número elevado de afetados dificultam a resposta rápida e eficaz.

Além das perdas humanas, as enchentes causaram prejuízos econômicos consideráveis, especialmente para agricultores que tiveram plantações destruídas. A reconstrução das áreas afetadas deve levar meses, e a população enfrenta o desafio de retomar suas atividades cotidianas em meio à crise. Especialistas alertam para a necessidade de investimentos em infraestrutura e sistemas de alerta para evitar tragédias semelhantes no futuro.

 

Chega a 42 o número de municípios gaúchos atingidos por temporais

Já chega a 42 o número de municípios afetados pelos temporais no Rio Grande do Sul, segundo a Defesa Civil Estadual. Desde sexta-feira (22), as chuvas fortes têm provocado enchentes, destelhamentos, quedas de árvores, deslizamentos e a interdição de estradas em diferentes regiões do estado.

Ao menos 640 pessoas precisaram deixar suas casas em diferentes regiões do estado. Destas, 39 encontram-se em abrigos públicos, enquanto a maioria está desalojada, buscando apoio com familiares e amigos. Mais de 2 mil imóveis já foram afetados diretamente pelas inundações e ventanias.

São Lourenço do Sul tem maior número de desalojados

A situação mais crítica é registrada em São Lourenço do Sul, onde o transbordamento do Arroio São Lourenço inundou bairros inteiros. O município contabiliza 500 desalojados e 23 desabrigados. A prefeitura decretou estado de calamidade pública e recebeu, neste domingo, itens de ajuda humanitária enviados pelo governo estadual. Segundo a Defesa Civil, a água já começou a retornar ao leito do arroio, mas o monitoramento na região permanece constante.


Chuvas intensas no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Instagram/@defesacivilrs)

Outras cidades também registraram impactos significativos. Em Barra do Ribeiro, 60 pessoas precisaram sair de suas casas após o alagamento de áreas residenciais. Em Cristal, 20 moradores foram obrigados a deixar as residências por conta da cheia de rios locais. Em Encruzilhada do Sul, o transbordamento de um córrego alagou diversas ruas, e as rajadas de vento destelharam residências e comércios.

Estradas interditadas e energia comprometida

As tempestades também afetaram a mobilidade em diferentes pontos do estado. O tráfego na BR-101, em São José do Norte, foi interrompido no quilômetro 350, em Capão do Meio, por causa do alagamento da pista. Em Vila Nova do Sul, o transbordamento do Arroio Vossoroca levou o DNIT a fechar uma ponte na BR-290. Além disso, moradores de diversas cidades relatam falta de energia elétrica após quedas de árvores sobre a rede.


Imagens aéreas da enchente em são Lourenço do Sul (Foto: reprodução/Instagram/@metsulmeteorologia)

Apesar dos danos, a previsão para os próximos dias é de melhora no tempo. De acordo com a MetSul Meteorologia, a partir deste domingo o Sul do Rio Grande do Sul deve registrar um período de estabilidade, com predomínio de sol por vários dias e sem previsão de chuvas intensas.

O cenário traz alívio para as famílias que ainda enfrentam os efeitos das enchentes, embora o processo de reconstrução deva se estender pelas próximas semanas.

Texas aciona drones militares em resgate após enchentes que deixaram mais de 80 mortos

Equipes de resgate intensificaram os esforços no centro do Texas, nos Estados Unidos, após uma série de inundações atingirem a região no fim de semana, provocando uma das maiores tragédias naturais da história recente do estado. Segundo autoridades locais, ao menos 82 pessoas morreram, entre elas 28 crianças, e outras 41 seguem desaparecidas desde sexta-feira (4). Com as chuvas persistindo e o solo saturado, equipes de resgate contam agora com o apoio de drones militares na tentativa de localizar possíveis sobreviventes ou recuperar corpos.

A Guarda Aérea Nacional do Texas confirmou o uso de aeronaves não tripuladas MQ-9 Reaper, geralmente empregadas em missões militares, para mapear áreas alagadas, gerar imagens de alta resolução e auxiliar no direcionamento das buscas. A tecnologia permite acesso aéreo a regiões isoladas, onde os estragos são mais severos e o acesso por terra é limitado.

Acampamento de verão foi um dos pontos mais atingidos

Entre os locais mais afetados está o acampamento de verão feminino cristão Mystic, às margens do Rio Guadalupe, onde estavam cerca de 750 crianças no momento da tragédia. Segundo o xerife do Condado de Kerr, Larry Leith, os corpos de 16 meninas de 8 a 9 anos já foram encontrados. Outras dez meninas e uma monitora seguem desaparecidas.


Acampamento no Camp Mystic após enchentes (Foto:reprodução/Ronaldo Schemidt/Getty Images Embed)

O governador do Texas, Greg Abbott, descreveu a destruição no acampamento como “sem precedentes”, afirmando que a força das águas foi tamanha que as cabanas ficaram completamente submersas. Já o vice-governador, Dan Patrick, relatou que um funcionário do local precisou quebrar janelas sob forte correnteza para ajudar um grupo de meninas a escapar. Algumas delas nadaram por cerca de 15 minutos até conseguirem se salvar, enfrentando galhos, pedras e lama no escuro.

Famílias continuam chegando à região na esperança de encontrar parentes vivos. Michael, de 40 anos, viajou de Austin para buscar informações sobre sua filha de oito anos, e relatou que ainda mantém viva a esperança de um milagre.

Chuvas persistem e aumentam risco de novos desastres

A previsão do Serviço Nacional de Meteorologia indica mais chuvas nos próximos dias, com alerta de risco de inundações repentinas, sobretudo na Bacia do Rio Guadalupe. Especialistas do NWS explicam que o volume e o local das precipitações serão determinantes para novos alagamentos, tendo em vista que o rio chegou a subir cerca de nove metros em aproximadamente duas horas na última sexta-feira.

A situação também expôs falhas estruturais. Documentos apontam que autoridades do Condado de Kerr chegaram a avaliar a implementação de um sistema de sirenes para alertar sobre enchentes, porém a iniciativa nunca foi concretizada.

Além disso, o quadro reduzido de funcionários da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) levantou questionamentos sobre a capacidade de resposta da agência diante de eventos extremos. Climatologistas também apontam que as mudanças climáticas vêm contribuindo para tornar episódios de chuva extrema e inundações mais frequentes e intensos, conforme demonstrado nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Brasil manifesta condolências após tragédia no Texas e alerta para urgência climática

O governo brasileiro expressou solidariedade neste sábado (5) às famílias das vítimas das enchentes que devastaram o interior do Texas, nos Estados Unidos. Por meio de nota oficial do Itamaraty, o Brasil lamentou profundamente a tragédia que já resultou em pelo menos 32 mortes, incluindo crianças, e destacou o risco crescente de desastres climáticos em razão das mudanças no clima.

O comunicado divulgou condolências ao povo e ao governo americano, ressaltando que até o momento não há registros de brasileiros entre as vítimas. O Ministério das Relações Exteriores enfatizou ainda a urgência de que países trabalhem em conjunto para enfrentar os efeitos intensificados pelo avanço da crise climática.

Balanço devastador e drama das enchentes repentinas

Autoridades locais confirmaram que 32 pessoas morreram em função das inundações, entre elas ao menos 14 crianças que estavam em Camp Mystic, um acampamento de verão às margens do rio Guadalupe, na região de Kerr, centro-sul do Texas. Dezenas de campistas e moradores continuam desaparecidos, com operações de resgate em andamento durante todo o fim de semana.


Enchentes no Texas deixam pelo menos 32 mortos (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

O condado de Kerr enfrenta uma situação alarmante: o rio Guadalupe registrou aumento de até 6 metros em menos de duas horas, inundando áreas residenciais, trilhas e acampamentos situados próximos ao leito do rio. As chuvas torrenciais chegaram a despejar cerca de 300 mm em apenas um dia, quase metade da média anual, causando cheias repentinas e avassaladoras.

Resposta emergencial e mobilização das autoridades

Equipes de busca e salvamento montaram barreiras humanas para resgatar pessoas ilhadas em árvores e telhados. As operações envolveram centenas de militares, bombeiros, guardas florestais, barcos, helicópteros e drones, com mais de 850 pessoas já removidas de áreas de risco. O governador Gregory Abbott declarou estado de emergência e anunciou recursos ilimitados para a resposta à crise.

Apesar do alerta meteorológico antecipado pelo Serviço Nacional de Meteorologia (NWS), o volume extremo de chuva excedeu as projeções iniciais, pegando muitos de surpresa. Autoridades locais admitiram que os avisos não foram suficientes para evitar tragédias, e que as enchentes se propagaram com velocidade que inviabilizou ações preventivas eficazes.

Chuvas intensas no RS elevam alerta para novas enchentes e deslizamentos

O Rio Grande do Sul entrou em estado de atenção máxima neste domingo (29) em razão da previsão de chuvas volumosas, associadas a um sistema ciclônico extratropical que já vinha se formando desde sábado (28). As precipitações devem ultrapassar 100 mm em algumas regiões, e podem alcançar o dobro disso, em apenas 24 horas.

Na metade norte do estado, incluindo regiões como Serra Gaúcha, Vale do Taquari, Vale do Rio Pardo e a Região Metropolitana de Porto Alegre, os acumulados previstos, entre 150 mm e 200 mm, superam a média total do mês de junho. O solo, já saturado pelas chuvas anteriores, amplia consideravelmente o risco de alagamentos, transbordamentos e deslizamentos, especialmente em encostas sujeitas a instabilidade.

Rios em alerta e evacuações preventivas

A Defesa Civil estadual emitiu avisos para diversas bacias, como Jacuí, Taquari, Sinos, Caí, Gravataí e o lago Guaíba, que já apresentam níveis críticos. Municípios como Eldorado do Sul aparecem na lista das áreas mais vulneráveis: quase 6,000 pessoas já foram deslocadas, e há orientação para não retornarem até a normalização das condições.


Chuva aumenta risco de novas enchentes no Rio Grande do Sul (Video:Reprodução/Youtube/G1)

O governo montou gabinetes de crise em cidades estratégicas, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul e Lajeado, e mobilizou mais de 400 bombeiros, 150 policiais militares, cinco aeronaves e dezenas de viaturas para apoiar ações preventivas e resgates. Eduardo Leite, governador do estado, pediu que moradores de áreas de risco evacuem temporariamente, visando evitar perdas irreparáveis.

Risco de chuva relâmpago e condições severas

Especialistas alertam para a formação de chuva intensa em curtíssimo período, o que pode causar inundações rápidas e cheias repentinas em áreas planas e urbanas. A Climatempo e o INMET destacaram que acumulados entre 100 mm e 200 mm podem ocorrer no intervalo de apenas 12 horas, sobretudo durante a madrugada e manhã de domingo.


Chuvas intensas deixam 4 mortos no Rio Grande do Sul (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Além disso, ventos com rajadas superiores a 70 km/h estão previstos, e podem alcançar até 100 km/h em áreas costeiras e serranas, elevando o risco de quedas de árvores e danos à infraestrutura urbana.

Como agir diante do alerta

O recomendado pelos órgãos de defesa é que moradores de áreas baixas e encostas busquem abrigos fornecidos pelos municípios e fiquem próximos aos familiares ou em locais seguros. Afirmam que os sistemas de drenagem estão saturados e não comportarão a chuva prevista, e que até o muro do Cais Mauá pode ficar sobrecarregado por conta do alto nível do Guaíba.

A nota oficial da Defesa Civil enfatiza a necessidade de evitar deslocamentos desnecessários, desligar equipamentos elétricos durante tempestades e seguir orientações emergenciais divulgadas pelos canais oficiais.

Rios voltam a transbordar e alagam cidades do RS após novas chuvas

Após dias de instabilidade climática, o Rio Grande do Sul voltou a ser atingido por fortes chuvas nesta quarta-feira (19), provocando o transbordamento do Rio Taquari em Lajeado e de outros rios da região. As inundações afetam diretamente moradores que ainda se recuperavam das enchentes de abril e maio de 2024. 

Rio Taquari sobe rapidamente e causa novas inundações 

Em Lajeado, o nível do Rio Taquari atingiu 22,45 m, ultrapassando em mais de 3 m a cota de inundação (19 m). Ruas do centro e bairros inteiros foram rapidamente tomados pela água. Imagens divulgadas pela Defesa Civil mostram o avanço repentino da enchente, e vídeos registrados por moradores circulam nas redes mostrando casas invadidas e carros submersos. 

Além de Lajeado, cidades como São Sebastião do Caí, Estrela e Encantado também enfrentaram cheias com bloqueios de vias, desabrigados e alerta máximo da Defesa Civil. 


 Rio Taquari e bairros em Lajeado imundados (Vídeo: reprodução/Instagram/@rdindependente)

Animais são deixados para trás e voluntários atuam no resgate

Com a urgência para deixar áreas inundadas, muitos moradores abandonaram suas casas sem conseguir levar os animais de estimação. Em Lajeado, mais de 56 animais foram acolhidos em abrigos junto a tutores, equipes de resgate relatam que diversos pets seguem isolados e dependem de botes ou barcos para serem salvos.

Estamos tentando resgatar todos os bichos que conseguimos encontrar com vida. A situação é caótica”, relatou uma voluntária de ONG local. 

Duas mortes confirmadas e risco climático crescente

Duas mortes foram registradas até o momento: uma mulher de 54 anos em Candelária e um jovem de 21 anos em Caxias do Sul, ambos arrastados pela força da correnteza. As autoridades reforçam os alertas de risco e pedem que moradores das áreas de risco sigam as orientações da Defesa Civil. 

Segundo a Agência Nacional de Águas, eventos extremos como este podem se tornar até cinco vezes mais frequentes nas bacias do Sul do país nos próximos anos. 

Influencer é desmascarado: Nego Di confessou doação falsa para ganhar visibilidade

O influenciador e humorista Nego Di, ex-participante do Big Brother Brasil, admitiu publicamente ter mentido ao afirmar que doou R$ 1 milhão às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, ele confessou que, na verdade, fez apenas uma transferência de R$ 100 para a campanha organizada por um colega comediante, o Badin, o Colono. A revelação ocorre em meio a uma investigação do Ministério Público, que apontou inconsistências entre o que foi divulgado nas redes sociais e os dados bancários reais.

Doação de Apenas R$ 100

Em abril, Nego Di publicou um vídeo emocionado nas redes sociais, dizendo que havia feito a doação milionária como um gesto de solidariedade, diante da tragédia climática que atingiu seu estado natal. O influenciador chegou a divulgar um comprovante da transação, que agora é investigado por suspeita de falsificação. A quebra do sigilo bancário revelou que a única quantia enviada por ele à campanha foi de R$ 100.


Entrevista de Nego Di ao programa Domingo Espetacular (Foto: reprodução/instagram/@domingoespetacular)

O caso se soma a outras acusações que envolvem o humorista, que ficou preso preventivamente em Canoas, no Rio Grande do Sul. Nego Di responde a investigações por estelionato, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos, relacionados a rifas virtuais e à sua loja “Tadizuera”. O Ministério Público afirma que há indícios de golpes praticados contra milhares de pessoas, o que motivou sua prisão por tempo indeterminado para evitar a continuação das fraudes.

A confissão sobre a falsa doação causou grande repercussão negativa, abalando ainda mais a imagem pública do influenciador. O gesto de mentir sobre um ato de solidariedade em meio a uma catástrofe humanitária foi duramente criticado por internautas e especialistas, que alertam para os danos causados à credibilidade de campanhas sérias e à confiança do público nas redes sociais.

Solidariedade como Espetáculo

O caso de Nego Di expõe os riscos da espetacularização da solidariedade e levanta o debate sobre a responsabilidade de figuras públicas no uso de sua influência, especialmente em momentos de crise. Além das possíveis sanções judiciais, o humorista agora enfrenta o descrédito popular e o impacto de suas próprias escolhas em sua trajetória profissional.