Rios voltam a transbordar e alagam cidades do RS após novas chuvas
Rio Taquari volta a subir em Lajeado; moradores fogem às pressas e animais são deixados para trás em nova enchente no RS

Após dias de instabilidade climática, o Rio Grande do Sul voltou a ser atingido por fortes chuvas nesta quarta-feira (19), provocando o transbordamento do Rio Taquari em Lajeado e de outros rios da região. As inundações afetam diretamente moradores que ainda se recuperavam das enchentes de abril e maio de 2024.
Rio Taquari sobe rapidamente e causa novas inundações
Em Lajeado, o nível do Rio Taquari atingiu 22,45 m, ultrapassando em mais de 3 m a cota de inundação (19 m). Ruas do centro e bairros inteiros foram rapidamente tomados pela água. Imagens divulgadas pela Defesa Civil mostram o avanço repentino da enchente, e vídeos registrados por moradores circulam nas redes mostrando casas invadidas e carros submersos.
Além de Lajeado, cidades como São Sebastião do Caí, Estrela e Encantado também enfrentaram cheias com bloqueios de vias, desabrigados e alerta máximo da Defesa Civil.
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Rio Taquari e bairros em Lajeado imundados (Vídeo: reprodução/Instagram/@rdindependente)
Animais são deixados para trás e voluntários atuam no resgate
Com a urgência para deixar áreas inundadas, muitos moradores abandonaram suas casas sem conseguir levar os animais de estimação. Em Lajeado, mais de 56 animais foram acolhidos em abrigos junto a tutores, equipes de resgate relatam que diversos pets seguem isolados e dependem de botes ou barcos para serem salvos.
“Estamos tentando resgatar todos os bichos que conseguimos encontrar com vida. A situação é caótica”, relatou uma voluntária de ONG local.
Duas mortes confirmadas e risco climático crescente
Duas mortes foram registradas até o momento: uma mulher de 54 anos em Candelária e um jovem de 21 anos em Caxias do Sul, ambos arrastados pela força da correnteza. As autoridades reforçam os alertas de risco e pedem que moradores das áreas de risco sigam as orientações da Defesa Civil.
Segundo a Agência Nacional de Águas, eventos extremos como este podem se tornar até cinco vezes mais frequentes nas bacias do Sul do país nos próximos anos.