Acordo entre EUA e China avança com foco em terras raras e tarifas

Em meio a tensões comerciais persistentes entre as duas maiores economias do mundo, uma luz de entendimento parece surgir. Os Estados Unidos e a China anunciaram que chegaram a um acordo de entendimento que prevê uma pausa nas tarifas dos EUA e no controle de exportação chinês de minerais estrategicamente vitais e as chamadas terras raras.

Principais pontos do acordo

Os Estados Unidos teriam suspendido a ameaça de aplicar tarifas de até 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, conforme anunciado pelo governo americano. A medida representa um avanço significativo nas negociações entre as duas maiores economias do mundo e busca reduzir as tensões comerciais que vinham se intensificando nos últimos meses.

Em contrapartida, a China concordou em adiar por até um ano o regime de licenciamento que visava restringir a exportação de minerais de terras raras e ímãs magnéticos, insumos essenciais para indústrias de alta tecnologia e defesa. A decisão foi vista como um gesto de cooperação estratégica e uma tentativa de estabilizar o mercado global desses materiais.

Ambos os lados afirmam ter alcançado um “consenso preliminar” e agora aguardam aprovação interna antes de um encontro de alto nível entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, que deverá formalizar o entendimento.

Além disso, outros temas surgiram paralelamente ao acordo, como a retomada de compras chinesas de soja dos Estados Unidos, reajustes em tarifas portuárias e a ampliação do acesso americano a minerais chineses. Esses pontos complementares indicam que as negociações vão além das terras raras, abrangendo também setores estratégicos para o comércio bilateral.

Importância estratégica

As terras raras são elementos fundamentais para diversas tecnologias, desde veículos elétricos ao setor de defesa. A China detém mais de 90% do refino global desses materiais.


Acordo entre EUA e China (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Para os EUA, que buscam reduzir a dependência chinesa e fortalecer cadeias de suprimentos domésticas, esse acordo representa uma transição importante. Já para a China, esse movimento permite gerir as tensões comerciais de forma mais controlada, sem sofrer retaliações imediatas que pudessem afetar a economia ou sua posição estratégica.

O que muda e o que permanece incerto

Entre as mudanças positivas trazidas pelo acordo, destaca-se a redução imediata do risco de choques comerciais. Para as empresas americanas, a suspensão da ameaça de tarifas extremas a curto prazo representa um alívio significativo, já que diminui a incerteza sobre custos e facilita o planejamento de produção e exportação.

As indústrias que dependem de terras raras também se beneficiam com a perspectiva de maior estabilidade na oferta global desses insumos, essenciais para setores como tecnologia, energia e defesa. Além disso, no campo diplomático, o entendimento entre Washington e Pequim contribui para reduzir o risco de uma escalada imediata nas tensões entre as duas principais potências econômicas do planeta.

Por outro lado, persistem importantes incertezas e riscos. O acordo ainda não está concluído, pois depende da reunião entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, além da aprovação interna em ambos os países. A China, por sua vez, mantém postura cautelosa e evita divulgar detalhes do entendimento, o que indica que novos ajustes ou condições podem surgir ao longo das negociações.

Mesmo com a pausa tarifária, as diferenças estruturais nas relações comerciais entre EUA e China, como o déficit comercial, a transferência de tecnologia e as questões de segurança nacional, seguem sem solução imediata. Há também o risco de retrocesso, caso alguma das partes entenda que a outra não está cumprindo os compromissos assumidos, especialmente no sensível setor de minerais estratégicos.

Consequências para o Brasil e para o mundo

Para o Brasil e outros países exportadores, a desaceleração desse foco de tensão entre EUA e China pode significar uma redução das incertezas no comércio global. Por exemplo, se a China retomar compras de soja dos EUA, outros fornecedores como o Brasil podem perder espaço momentaneamente.

No âmbito global, uma relação comercial mais estabilizada entre EUA e China favorece cadeias de suprimento mais previsíveis, especialmente para setores de alta tecnologia.

O que observar nos próximos dias

A data e o local da reunião entre Donald Trump e Xi Jinping serão determinantes para o rumo das negociações. O encontro deve selar a assinatura formal do acordo e definir os próximos passos da cooperação comercial entre Estados Unidos e China, marcando um momento decisivo nas relações entre as duas potências.

Outro ponto que desperta atenção são os detalhes técnicos do regime de terras raras. Ainda não há clareza sobre quais minerais serão incluídos, quais tipos de licenças estarão em vigor e qual será o cronograma de liberação ou de pausa nas restrições. Essas definições serão cruciais para avaliar o real impacto do acordo sobre o mercado global desses recursos estratégicos.

Também permanece em aberto a extensão do pacto, pois ainda não se sabe se a pausa tarifária será apenas temporária ou se o entendimento poderá servir como base para uma relação comercial mais estável e duradoura entre os dois países.

Enquanto isso, o mercado já reage às expectativas. As ações de empresas ligadas aos setores de mineração, tecnologia e commodities agrícolas americanas registraram oscilações após o anúncio preliminar. Mineradoras especializadas em terras raras, por exemplo, apresentaram queda nos preços de suas ações, reflexo da percepção de que uma maior oferta futura e a redução do risco de escassez podem pressionar seus lucros.

Trump novamente ameaça taxar a China caso não haja um acordo entre Washington e Pequim

Nesta segunda-feira (20), o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a ameaçar taxar a China caso o país asiático não entre em um acordo com os EUA. As tarifas, segundo o republicano, podem chegar a 155% a partir de novembro.

Representantes de EUA e China se encontrarão na Coreia do Sul nas próximas semanas visando chegarem a um acordo. Trump também pretende aceitar o convite do governo chinês e viajar ao gigante asiático, no início de 2026.

Trump se mostra insatisfeito com ações da China

Em entrevista à Fox Business Network, na última sexta-feira (17), Donald Trump confirmou que se encontrará com o líder chinês, Xi Jinping, nas próximas semanas. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, esse encontro poderá ocorrer na Coreia do Sul.

Ainda em entrevista, o republicano afirmou que as tarifas de 100% impostas à China para entrarem em vigor no próximo dia 1 de novembro não são sustentáveis, mas que a postura dos asiáticos, que sempre buscam obter vantagens nas negociações, segundo Trump, foi o fator determinante para a decisão.

Trump ainda utilizou as redes sociais para comentar sobre o tema. Em seu perfil na Truth Social, o republicano afirmou que tomou conhecimento da “carta hostil” enviada ao mundo pelos chineses, em que declaravam que acentuariam o controle sobre os produtos exportados que fabricam. No último dia 10, o presidente norte-americano também cogitou a hipótese de encerrar negócios voltados a óleo de cozinha e outros elementos do comércio com os asiáticos.


Donald Trump e Xi Jinping, presidentes de EUA e China, respectivamente, no congresso de Osaka, em 2019 (Foto: reprodução/ Brendan Smialowski/ AFP/ Getty Images Embed)

Avaliação da China

Na última sexta-feira, a missão chinesa na Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou que os EUA têm enfraquecido a política multilateral por conta de suas decisões tomadas no governo Trump. O comunicado dos asiáticos menciona as decisões de cunho discriminatório, tarifas utilizadas como forma de retaliação, e sanções unilaterais que violam os compromissos assumidos na OMC.

A delegação da China irá avaliar, por meio de um relatório do Ministério do Comércio, o cumprimento de regra dos EUA em 11 áreas. O documento também deve servir como um apelo para que os americanos respeitem as normas da OMC.

Avião da Air China faz pouso por incêndio em bateria

Durante um voo da Air China com destino a Incheon, na Coreia do Sul, partindo de Hangzhou, uma bateria de lítio entrou em combustão espontânea na bagagem de mão de um passageiro. O incidente ocorreu neste sábado, enquanto o item estava no compartimento superior. A tripulação agiu prontamente para conter a situação, segundo informações da companhia. Ainda não se sabe se o componente estava acoplado a algum aparelho eletrônico ou solto como reserva. Nenhum ferimento foi relatado até o momento.

Compartimento pega fogo em voo

Um vídeo mostra um incêndio no compartimento superior de um avião, com fumaça se espalhando pela cabine e causando pânico. A aeronave fez pouso de emergência no Aeroporto de Pudong, em Xangai, sem feridos.


 

Companhia Air China Boeing 777-300ER (Foto: reprodução/Instagram/airchina_official)

O incidente ocorreu meses após a China restringir o transporte de certas baterias portáteis em voos. A medida, vigente desde junho, foi adotada devido ao aumento dos riscos desses dispositivos. Milhões de baterias de íon-lítio, usadas em celulares, notebooks e outros dispositivos, já foram retiradas do mercado por perigo de incêndio, que pode ocorrer se forem danificadas ou sofrerem curto-circuito.

Casos de incêndios com baterias de lítio aumentam em voos

Até junho, a FAA registrou 38 casos de fumaça, incêndio ou superaquecimento causados por baterias de lítio em voos, contra 89 em 2024. Diante desses riscos, autoridades e companhias aéreas reforçaram as normas sobre o transporte desses equipamentos, definindo locais específicos para armazenamento nas aeronaves. Neste ano, passou a ser proibido levar baterias na bagagem despachada, exceto quando os dispositivos que as utilizam estiverem totalmente desligados, garantindo mais segurança para passageiros e tripulação.

Proibição de baterias sem selo de segurança

Na China, após o governo afirmar que as baterias apresentavam riscos à segurança, foi estabelecida uma proibição para que passageiros levem em voos domésticos baterias portáteis sem certificação oficial de segurança chinesa. No entanto, a nova norma não inclui as baterias removíveis. Segundo a companhia aérea, o incêndio ocorrido neste sábado foi provocado por uma dessas baterias.

CEO da Apple decide ampliar seu investimento em território chinês

O CEO da Apple, Tim Cook, se reuniu com o Ministro de Tecnologia chinês, Li Lecheng, na última quarta-feira (15). Na ocasião, declarou que a companhia ampliará seu investimento no país. Além disso, o ministro declarou que o governo pretende promover um ambiente de negócios favorável para empresas estrangeiras.

O principal motivo da postura de Cook seria a sobrecarga de tarifas impostas à China pelo presidente americano Donald Trump. A companhia contribui significativamente para a geração de emprego por meio de seus fornecedores e produz a maioria de seus iPhones no país.

Visita proveitosa

Tim Cook se encontrou com Li Lecheng em uma visita proveitosa e que resultará em grandes investimentos. Em um comunicado emitido pela pasta, ambas as partes “trocaram opiniões sobre o desenvolvimento dos negócios da Apple na China e o fortalecimento da cooperação na área de informação eletrônica”.

O ministro solicitou reiteradamente que a Apple trabalhe em estreita colaboração com fornecedores locais, enquanto o CEO da Apple disse que a empresa aumentará a cooperação com o país asiático. A China é o maior mercado da Apple fora dos Estados Unidos.


Li Lecheng, Ministro da Tecnologia, se reúne com o CEO da Apple, Tim Cook, em Pequim (Foto: reprodução/X/@globaltimesnews

Investimentos diversificados

Embora tenha diversificado sua cadeia de fornecimento fora da China nos últimos anos, incluindo o aumento das operações de celulares na Índia, a Apple ainda fabrica a maioria dos iPhones no país com a ajuda do Foxconn Technology Group e da Luxshare Precision Industry Co. Contudo, para diminuir sua dependência chinesa, a companhia também está ampliando investimentos em outros países asiáticos, como o Vietnã.

Mesmo com a guerra tarifária entre Estados Unidos e China, a Apple anunciou recentemente o investimento de cerca de US$ 600 bilhões no mercado americano pelos próximos quatro anos. Em agosto, Cook presenteou Trump com uma placa personalizada, fabricada nos Estados Unidos, montada em um suporte de ouro 24 quilates, em comemoração ao “Programa de Manufatura Americana” da Apple, após anunciar que a empresa investiria mais US$ 100 bilhões na fabricação nacional.

Trump reacende temor de nova guerra comercial contra a China

Donald Trump voltou a empunhar seu tom mais conhecido: o da ruptura. Em declarações recentes, o ex-presidente americano afirmou considerar o fim de certos vínculos comerciais com a China, reacendendo uma tensão que parecia adormecida desde os anos mais intensos da guerra tarifária iniciada durante seu primeiro mandato.

A fala, feita em tom de ameaça, foi o suficiente para movimentar mercados e colocar novamente em pauta a relação entre as duas maiores economias do planeta, uma parceria tão indispensável quanto desconfiada.

O retorno da retórica nacionalista

Trump, que busca retomar a Casa Branca em 2025, vem reforçando sua narrativa de autossuficiência econômica. Ao sugerir um possível rompimento de acordos comerciais, ele tenta se reposicionar como defensor do trabalhador rural e da indústria americana, setores que sofreram com as variações de exportação de soja e derivados nos últimos anos.

A estratégia é política, mas também simbólica: apresentar a China não apenas como rival comercial, mas como ameaça direta à soberania dos EUA. O discurso apela ao eleitorado conservador e reacende a memória de 2018, quando Trump impôs tarifas bilionárias sobre produtos chineses sob o argumento de “proteger empregos americanos”.


Donald Trump para a capa da revista Time (Foto: reprodução/x/@time)

Dependência invisível

Apesar da retórica dura, o rompimento total é improvável. A interdependência entre as economias é profunda: boa parte da produção industrial americana depende de componentes, semicondutores e matérias-primas chinesas. Do outro lado, a China continua sendo um dos maiores compradores de bens agrícolas dos EUA.

“Cortar laços” teria, na prática, um efeito bumerangue, causando prejuízos mútuos e inflacionando cadeias globais. Mesmo assim, a ameaça cumpre um papel: pressiona Pequim e fortalece a imagem de Trump como negociador inflexível, um traço central de sua persona política.

Reflexos no agronegócio e no Brasil

A simples menção à medida já desperta preocupação entre produtores americanos de soja, enquanto países como Brasil e Argentina observam de camarote. A China vem ampliando sua preferência por fornecedores sul-americanos, o que pode se intensificar se as tensões com Washington crescerem.

Para o agronegócio brasileiro, um cenário de atrito entre as potências pode abrir novas oportunidades de exportação, mas também aumentar a volatilidade dos preços globais.

Um jogo de cena com efeito real

Trump domina como poucos a arte da pressão pública. Suas declarações raramente são casuais: funcionam como balões de ensaio para medir reações e pautar o debate internacional. Mesmo que não concretize a ameaça, o simples ato de anunciá-la já cumpre um propósito político, projetar força e testar limites da diplomacia.

Enquanto isso, Pequim reage com cautela, evitando comentários diretos, mas reforçando sua imagem de parceira comercial “confiável e estável”, em contraponto à instabilidade política americana.

Entre retórica e realidade

Com o mundo cada vez mais polarizado, cada palavra de Trump volta a ter peso estratégico. A ameaça de romper laços comerciais pode não sair do papel, mas serve como lembrete de que a disputa EUA x China vai muito além das tarifas, é uma batalha por influência, tecnologia e narrativa global.

Se concretizada, a medida provocaria uma nova onda de reajustes em mercados agrícolas e industriais. Mas, no campo político, a mensagem já foi enviada: os EUA, sob sua ótica, devem sempre negociar como quem está pronto para romper.

Djokovic quebra recorde de Roger Federer após vitória

Nesta terça-feira (07), Novak Djokovic escreveu mais um capítulo histórico em sua carreira. Durante partida das oitavas de final do Masters 1000 de Xangai, na China, o sérvio venceu o espanhol Jaume Munar por 2 sets a 1, com parciais de 6/3, 5/7 e 6/2. Dessa forma, se tornou o tenista mais velho a chegar as quartas de final em um torneio da categoria, aos 38 anos e quatro meses, batendo o recorde anterior de Roger Federer.

Um duelo marcado pelo calor e pela resistência física

O embate, que ocorreu em meio ao calor intenso de Xangai, teve uma duração de duas horas e 41 minutos. A partida foi equilibrada, especialmente nos dois primeiros sets. No primeiro, o número cinco do mundo mostrou consistência e aproveitou os erros do adversário para ganhar por 6/3.


Djokovic após partida que lhe rendeu recorde no Masters 1000 (Foto: reprodução/Instagram/@djokernole)

Contudo, o segundo trouxe uma nova situação para a partida. O espanhol manteve o ritmo e aproveitou o cansaço do sérvio, que estava claramente afetado pelo calor.

Após terminar a segunda parcial, Djokovic chegou a desabar de exaustão e precisou de assistência médica antes de voltar à quadra. Recuperado, ele voltou e dominou o terceiro set, vencendo por 6/2 e garantindo a classificação.

Recorde e marca de longevidade

Com a vitória, portanto, Djokovic ultrapassou a marca de Roger Federer, que chegou às quartas de final de um Masters 1000 aos 38 anos e dois meses — curiosamente no mesmo torneio em Xangai.

Além disso, a vitória representa mais um marco em sua busca por aumentar sua coleção de títulos na elite do tênis. Com 40 títulos de Masters 1000, o sérvio busca manter o desempenho para finalizar o ano entre os cinco melhores do mundo e continuar na corrida pelo primeiro lugar no ranking da ATP.

Zizou Bergs nas quartas

Na fase de quartas de final, Novak Djokovic irá encontrar com o belga Zizou Bergs, 44º melhor do mundo. Bergs chega motivado após derrotar o francês Giovanni Mpetshi Perricard em um confronto de três sets — 6/4, 6/7 (7/9) e 6/3.

Ex-ministro chinês é condenado à morte por suborno

Neste domingo (28), o regime chinês anunciou a condenação do ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, Tang Renjian, à pena de morte por corrupção. A sentença, no entanto, foi suspensa por dois anos, devido a um mecanismo já bem estabelecido na justiça chinesa em situações em que há colaboração com a Justiça.

Sobre a investigação

Segundo a sentença do Tribunal Popular Intermediário de Changchun, Tang Renjian utilizou cargos em que ocupou durante os anos de 2007 e 2024 para favorecer empresas em contratos, aprovações e investimentos, em troca, o ex-ministro recebeu mais de 268 milhões de yuans (cerca de R$ 201 milhões). Após ouvir a decisão, ele afirmou aceitar o veredito e que não recorrerá.

Além de ter admitido os crimes, Renjian também colaborou com a recuperação dos valores desviados e declarou arrependimento. Ele também perdeu forma vitalícia os direitos políticos e teve todos os seus bens confiscados.


Tang Renjian durante seu julgamento (Foto: reprodução/X/@shanghaidaily)

Cruzada anticorrupção

O processo de Renjian faz parte da campanha anticorrupção iniciada em 2012 pelo presidente Xi Jinping, que possui o objetivo de punir lideranças do Partido Comunistas e de empresas estatais envolvidas em desvios e escândalos de corrupção. A iniciativa conhecida como política contra ”tigres e moscas”, a iniciativa busca atingir tanto autoridades do alto escalão da política quanto quadros de base.

Nos últimos ano, várias figuras importantes do regime foram investigadas e condenadas. Entre os mais notórios dos casos está o de Zhou Yongkang, ex-chefe de segurança interna e integrante do Politburo e condenado em 2015 à prisão perpétua por corrupção e abuso de poder.

Recentemente, Xi Jinping reforçou que a corrupção represente a ”maior ameaça” ao Partido Comunista, voltando a defender, em reunião do Politburo, a aplicação das chamadas ”oito regras” de austeridade, compartilhadas em 2012. Entre as medidas incluem cortes em viagens oficiais, a simplificação de reuniões e aumento de rigor no uso de recursos públicos.

China prepara exército para possível invasão de Taiwan até 2027 com apoio russo, aponta instituto

O Royal United Services Institute afirmou que Xi Jinping ordenou ao Exército chinês estar preparado para uma possível ação militar contra Taiwan até 2027 com a ajuda de Rússia. Segundo o instituto, o planejamento indica uma estratégia de longo prazo para exercer pressão sobre a ilha. A análise destaca o fortalecimento das forças chinesas e o aumento da prontidão operacional especialistas alertam para riscos crescentes de conflito na região.

Rússia estaria ajudando China nesta possível invasão

Sob a liderança de Vladimir Putin, Rússia e China, comandada por Xi Jinping, estariam trabalhando de forma sigilosa para reforçar a capacidade militar chinesa com foco em um possível ataque a Taiwan. A informação surgiu a partir da análise de documentos vazados pelo grupo de hackers Black Moon, avaliados pelo think tank londrino Royal United Services Institute (RUSI).

As descobertas foram divulgadas pela Associated Press e pelo Washington Post nesta sexta-feira (26). O material indica uma colaboração estratégica entre os dois países para fortalecer o poderio militar de Pequim.

Sob a liderança de Vladimir Putin, a Rússia estaria colaborando secretamente com a China, liderada por Xi Jinping, para fortalecer as capacidades militares de Pequim em caso de um possível ataque a Taiwan. A informação vem de análises de documentos vazados pelo grupo de hackers Black Moon, examinados pelo think tank londrino Royal United Services Institute (RUSI), conforme reportado pela Associated Press e pelo Washington Post nesta sexta-feira (26).


Encontro do presidentes da Rússia e da China (Foto: reprodução/ Instagram/ @russian_kremlin)

Segundo os arquivos cerca de 800 páginas entre contratos e atas de reuniões Moscou se comprometeu a fornecer equipamentos avançados e treinamento para um batalhão militar chinês. Entre os itens estão 37 veículos anfíbios leves BMD-4M, 11 canhões antitanque autopropulsados Sprut-SDM1, 11 blindados BTR-MDM e sistemas especiais de paraquedismo para lançamentos de cargas pesadas em grandes altitudes. O valor total dos contratos, de acordo com o Washington Post, ultrapassaria US$ 580 milhões.

Os documentos ainda mostram que a Rússia treinaria soldados chineses tanto em seu próprio território quanto em solo chinês.

O pacote russo destinado à China incluiria também paraquedas de alta altitude capazes de lançar até 190 kg a partir de 8.000 metros, possibilitando a infiltração discreta de tropas de operações especiais a até 80 km do local de pouso. Segundo Oleksandr Danylyuk um dos pesquisadores que analisou os documentos para o RUSI esse tipo de equipamento poderia ser empregado numa “fase zero” de uma invasão, permitindo o envio furtivo de soldados e material antes do início de uma ofensiva em maior escala contra Taiwan.

De acordo com veículos de imprensa dos EUA, embora a China já possua capacidade industrial e tecnológica superior à da Rússia, o país ainda busca suprir lacunas estratégicas em suas forças aerotransportadas. “A tradição chinesa em operações de desembarque aéreo é bastante recente”, comentou Danylyuk, ressaltando que o apoio russo poderia adiantar o desenvolvimento do programa em até 15 anos.

O Washington Post aponta ainda que os documentos indicam que Pequim solicitou adaptações nos veículos adquiridos para compatibilizá-los com munição e sistemas de comunicação chineses, além de pressionar Moscou a reduzir os prazos de entrega. Segundo especialistas citados pelo jornal, essa parceria evidencia um nível de integração operacional sem precedentes entre os dois regimes.

Conforme contratos e trocas de mensagens citados pelo Royal United Services Institute, em 2023 a Rússia acertou o envio à China de um pacote completo de armamento e equipamento para formar um batalhão aerotransportado.

O acordo prevê também o fornecimento de dispositivos especiais voltados à infiltração aérea de unidades de operações especiais, além de um programa integral de treinamento para operadores e equipes de manutenção.

Paralelamente, a Rússia está transferindo know‑how e tecnologia que permitirão à China reproduzir e modernizar localmente armamentos e equipamentos semelhantes, ampliando sua capacidade produtiva.

Trump pede tarifaço de 100% da União Europeia contra China e Índia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou de uma reunião na última terça-feira (09) entre altos funcionários do governo e da União Europeia em Washington. O objetivo era discutir modos de aumentar o custo econômico da guerra para a Rússia.

Na oportunidade, ele solicitou que o bloco europeu imponha um tarifaço de 100% sobre China e Índia, como forma de sufocar economicamente as relações dos países com o governo de Vladimir Putin.

No mês de agosto, o governo Trump aumentou as tarifas sobre as importações indianas para 50% devido às compras de petróleo russo pelo país.

Ausência de acordo

O pedido de Trump é resultado de sua insatisfação. Conforme noticiado no Financial Times, o governo americano encontra dificuldades de negociar um acordo de paz e com os ataques aéreos cada vez mais agressivos da Rússia contra a Ucrânia. Além disso, o encontro entre Putin, Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na semana passada, foi um demonstrativo de encontro de aliados, e Trump deseja enfraquecer o movimento.

Em depoimento à CBS News no dia 3 de setembro, o republicano disse que está insatisfeito com os runos da guerra e lamenta não ter conseguido dar fim ao conflito de maneira mais rápida: “Acho que vamos resolver tudo. Francamente, o acordo com a Rússia, pensei, teria sido mais fácil do que os que consegui impedir, mas parece ser algo um pouco mais difícil do que alguns dos outros”, disse ele.


Encontro entre Vladimir Putin, Xi Jinping e o ditador norte-coreano Kim Jong Un na última quarta-feira (03) (Foto: reprodução/ALEXANDER KAZAKOV/POOL/AFP/Getty Images Embed)

Resposta chinesa

Em resposta à reunião realizada entre Estados Unidos e União Europeia, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que Pequim não era instigadora nem parte da “crise” na Ucrânia e não deveria ser usada como bode expiatório: “Nós nos opomos firmemente à imposição da chamada pressão econômica sobre a China”, disse.

A China, maior compradora de petróleo russo, está sendo poupada, até o momento, das tarifas “secundárias”. O país conseguiu uma trégua de 90 dias com Washington para reduzir as novas taxas sobre seus produtos para 30%. Anteriormente, as tarifas haviam chegado ao patamar de 145%.

“Conclusão bem-sucedida”

Em relação à Índia, Trump escreveu no seu perfil na rede Truth Social que as negociações comerciais com o país prosseguiriam e sugeriu que elas teriam uma “conclusão bem-sucedida”: “A Índia e os Estados Unidos da América continuam as negociações para abordar as barreiras comerciais entre nossas duas nações. Aguardo ansiosamente para falar com meu grande amigo, o primeiro-ministro Modi, nas próximas semanas”, escreveu.

Em resposta, o premier indiano ratificou o otimismo de Trump de que as negociações seriam bem-sucedidas e disse que os dois países eram “amigos próximos e parceiros naturais”.

O comércio bilateral entre Índia e Rússia atingiu o recorde de US$ 68,7 bilhões em março de 2025, quase 5,8 vezes superior ao comércio pré-pandemia de US$ 10,1 bilhões.


Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (Foto: reprodução/Thierry Monasse/Getty Images Embed)

Sanções da União Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou na última quarta-feira (10) que apresentará uma nova série de sanções contra a Rússia “em coordenação com parceiros”.

A fala de Ursula corrobora com a opinião de Donald Trump e diplomatas americanos na Europa, que afirmam que o governo americano não está disposto a impor medidas punitivas aos compradores de petróleo e gás russos sem a participação do bloco europeu.

Xi Jinping pede que países membros do Brics resistam ao protecionismo

Nesta segunda-feira (8), durante discurso na cúpula virtual do Brics, o presidente da China, Xi Jinping, pediu que as nações integrantes do bloco defendam o sistema de multilateral e resistam ao protecionismo.

O líder chinês também incentivou os países do Brics a explorarem suas próprias riquezas e cooperarem entre si em diversas áreas, como tecnologia, economia, e comércio.

Busca por autossuficiência

Durante a cúpula virtual do bloco, o líder chinês afirmou que quanto maior for a proximidade entre os países que integram o Brics, mais resistentes a riscos e desafios externos, estes estarão, além de ganharem mais resultados efetivos ao longo do percurso.

O discurso de Xi Jinping ocorreu em uma reunião convocada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma vez que o Brasil está na presidência rotativa do bloco. O evento pretende discutir a respeito das melhores estratégias possíveis para atuar diante das elevações de tarifas praticadas pelo governo norte-americano.


Xi Jinping em exibição na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) em Tianjin, China (Foto: reprodução/Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images Embed)

Críticas de Lula

Além de Xi Jinping, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também discursou durante o evento virtual. Diferente do líder chinês, que não citou diretamente os EUA, o chefe de Estado do Brasil considerou as medidas como uma “chantagem tarifária”, a imposição de tarifas de Donald Trump a produtos importados.

Para Lula, as elevações de taxas dos EUA está sendo normalizada como uma forma de se conquistar mercados e interferir nas questões políticas internas. O petista não limitou as críticas ao governo americano apenas na questão tarifária, como mencionou o fato de tropas americanas serem enviadas ao Mar do Caribe como algo negativo.

Diplomatas brasileiros envolvidos na cúpula disseram em entrevista que estavam surpresos com o fato dos EUA serem criticados por todos os países membros do Brics que foram representados no evento. Os norte-americanos possuem relações estreitas com algumas nações que integram o bloco, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.