As autoridades de saúde de Xangai anunciaram no domingo (10) que uma nova subvariante da COVID-19, a Ômicron BA.5.2.1, foi descoberta. Os profissionais confirmaram que o primeiro caso da nova versão ocorreu na cidade e advertiu que o risco de um surto mais amplo é "muito alto".
Poucas semanas após a flexibilização de um confinamento de meses que provocou manifestação pública e no setor da economia, os residentes de Xangai estão cientes de que o governo poderia colocá-los de volta ao isolamento. As autoridades do local não anunciaram um lockdown em toda a cidade, mas os moradores relatam que estão limitando o fluxo de pessoas em complexos residenciais por toda a região.
No total, Xangai havia relatado 57 novos casos no sábado (9), alcançando o maior total da cidade desde o mês de maio. O aumento nos casos, combinado com o caso da BA.5 confirmado, colocou as autoridades chinesas em alerta máximo devido à rapidez com que a variante se espalhou em outros lugares.
Teste de COVID-19 é realizado em Xangai, na China. (Foto/Reprodução/Shutterstock)
A variante se tornou dominante nos EUA apenas dois meses depois que apareceu pela primeira vez, dissipando rapidamente subvariantes precedentes da Ômicron que inclui o espalhamento rápido de BA.2 e de BA.2.12.1. A sub-variante BA.5 também está causando picos de casos de COVID-19 e hospitalizações na Europa, Ásia e Oriente Médio.
Alguns cientistas dizem que a alta transmissibilidade do BA.5 é possível devido à sua capacidade de evitar as defesas imunológicas das vacinas. Essa evasão, combinada com a maior capacidade de a variante de reinfectar pessoas que já contraíram o coronavírus, pode fazer do subvariante o vírus mais contagioso do mundo.
Uma nova pesquisa na África do Sul mostra que cada pessoa com o vírus com a BA.5 pode infectar, em média, outras 18,6, o que tornaria o subvariante Ômicron mais transmissível do que o sarampo, que antes era considerado a doença mais infecciosa do planeta.
O governo da China recentemente demonstrou sua disposição de tomar atitudes extremas para conter a variante original da Ômicron. Essa cepa do coronavírus pode ser aproximadamente tão infecciosa quanto a BA.5, o que significa que o país talvez precise impor medidas de bloqueio ainda mais duras para conter a nova versão caso as autoridades percam o controle do surto.
Foto destaque: Ilustração de nova variante da Omicron. Reprodução/INWS