Ex-ministro chinês é condenado à morte por suborno
Sentença que foi anunciada neste domingo (28), no entanto, será suspensa pelo tribunal por dois anos; razões da decisão se trata da confissão e cooperação

Neste domingo (28), o regime chinês anunciou a condenação do ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, Tang Renjian, à pena de morte por corrupção. A sentença, no entanto, foi suspensa por dois anos, devido a um mecanismo já bem estabelecido na justiça chinesa em situações em que há colaboração com a Justiça.
Sobre a investigação
Segundo a sentença do Tribunal Popular Intermediário de Changchun, Tang Renjian utilizou cargos em que ocupou durante os anos de 2007 e 2024 para favorecer empresas em contratos, aprovações e investimentos, em troca, o ex-ministro recebeu mais de 268 milhões de yuans (cerca de R$ 201 milhões). Após ouvir a decisão, ele afirmou aceitar o veredito e que não recorrerá.
Além de ter admitido os crimes, Renjian também colaborou com a recuperação dos valores desviados e declarou arrependimento. Ele também perdeu forma vitalícia os direitos políticos e teve todos os seus bens confiscados.
Tang Renjian durante seu julgamento (Foto: reprodução/X/@shanghaidaily)
Cruzada anticorrupção
O processo de Renjian faz parte da campanha anticorrupção iniciada em 2012 pelo presidente Xi Jinping, que possui o objetivo de punir lideranças do Partido Comunistas e de empresas estatais envolvidas em desvios e escândalos de corrupção. A iniciativa conhecida como política contra ”tigres e moscas”, a iniciativa busca atingir tanto autoridades do alto escalão da política quanto quadros de base.
Nos últimos ano, várias figuras importantes do regime foram investigadas e condenadas. Entre os mais notórios dos casos está o de Zhou Yongkang, ex-chefe de segurança interna e integrante do Politburo e condenado em 2015 à prisão perpétua por corrupção e abuso de poder.
Recentemente, Xi Jinping reforçou que a corrupção represente a ”maior ameaça” ao Partido Comunista, voltando a defender, em reunião do Politburo, a aplicação das chamadas ”oito regras” de austeridade, compartilhadas em 2012. Entre as medidas incluem cortes em viagens oficiais, a simplificação de reuniões e aumento de rigor no uso de recursos públicos.