Em meio ao anúncio do governo sobre o aumento na taxação de compras online importadas, pesquisa mostra que o cenário favorável aos e-commerces internacionais pode estar por trás da nova medida. Um estudo da NIQ Ebit revelou que 72% dos usuários de comércio online compraram em sites como Shein, Shopee e Aliexpress no ano passado.
Isso significa que 7 a cada 10 consumidores optam pelo varejo digital estrangeiro. Ao todo, essas plataformas faturaram R$ 36,2 bilhões em 2021, o que representa uma expansão de 60% em relação a 2020, segundo o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV).
De toda essa receita do comércio eletrônico, 16,5% estão concentrados nos e-commerces internacionais. Entre os motivos, estão os preços competitivos, especialmente para as classes C e D. O ticket médio desses sites não é alto, de até R$ 100, o que explica o avanço sobre as concorrentes brasileiras. De acordo com o levantamento da NIQ Ebit, 43% dos usuários gastaram entre R$ 101 e R$ 500 em 2022.
Shein é um dos e-commerces asiáticos que dominam varejo digital no Brasil. Reprodução/Instagram
Crescimento dos e-commerces asiáticos
Grande fatia do mercado está sendo dominada pelas empresas asiáticas. Em 2022, a Shopee vendeu para 55% do público, enquanto a Aliexpress foi a escolha de 40%, e a Shein, de 36%. A norte-americana Amazon teve uma queda de consumidores de 9 pontos percentuais, mas ainda é usada por 36%.
A predileção pelos e-commerces asiáticos se deve a alguns fatores competitivos que ganham dos comércios eletrônicos brasileiros: produto importado a preço baixo, frete grátis e a não tributação.
A aposta na tributação pode tornar os sites brasileiros mais atraentes ao público devido à maior rapidez na entrega e ao atendimento em português. Segundo IDV, caso não haja mudança na fiscalização e na tributação, a evasão fiscal no setor pode chegar a R$ 99 bilhões em 2025.
Foto destaque: pessoa simula configuração de e-commerce. Reprodução/Freepik