Em um dia marcado por forte simbolismo, multidões se reuniram nesta quinta-feira (25) na capital portuguesa para celebrar o 50º aniversário da Revolução dos Cravos. O evento, que marca o fim de 48 anos de ditadura e 13 anos de guerras coloniais na África, foi lembrado com comícios, desfiles e diversas atividades culturais.
A Revolução dos Cravos, foi um episódio crucial na história de Portugal. Em 1974, jovens militares derrubaram o regime ditatorial de António de Oliveira Salazar, que governava o país desde 1933. O levante foi realizado sem derramamento de sangue e ganhou rapidamente o apoio da população portuguesa, que ansiava por liberdade e democracia. Ficou conhecida assim porque a população se aliou aos líderes do golpe e distribuiu essas flores aos soldados, que as enfiavam no cano das carabinas.
— São sobretudo as imagens tiradas nesse dia que transformaram o cravo vermelho em um símbolo da Revolução, mesmo que essa revolução tenha sido particularmente pacífica — explica a historiadora Maria Inacia Rezola, responsável por parte das solenidades.
Praça do Rossio, Lisboa, Portugal (Foto: Reprodução/BarryWiniker/GettyImages/Embed)
O porquê da celebração
O regime derrubado em 1974 derivou de uma ditadura militar instituída em 1926. O então ministro da Fazenda Antônio Salazar conduziu o governo de 1932 a 1968, quando foi substituído pelo professor de direito Marcelo Caetano. Uma tradicional marcha popular pela Avenida da Liberdade, ponto alto de centenas de iniciativas ao longo das semanas, reuniu à tarde centenas de pessoas que gritavam “25 de abril, para sempre! Fascismo, nunca mais!”, portando cravo vermelho na lapela ou nas mãos.
Autoridades comparecem
Estimativas oficiais indicam que dezenas de milhares de pessoas participaram das comemorações, lotando as ruas e praças de Lisboa. O ápice do dia foi o desfile militar, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Diversas autoridades portuguesas e internacionais também estiveram presente, entre as quais representantes de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
A atual comemoração surge na sequência da ascensão da extrema-direita do partido Chega, que se tornou o terceiro maior do país desde que, em 10 de março, obteve 18% dos votos. O Presidente português pertence ao Partido Social Democrata.
Foto Destaque: Celebração da Revoluçãos Cravos, Portugal (Foto: Reprodução/PedroNunes/CitizenSide)