Com a permafrost descongelando, vários vírus e outros tipos de vidas microscópicas estão sendo encontradas e sendo revividas para estudo de cientistas. A maioria dos vírus encontrados tem altas chances de serem um risco para a vida humana e animal, como o atual recém-acordado vírus nomeado de ‘zumbi’, que já mostra sinais de ser um risco para os outros seres vivos ao seu redor. As informações são do site O Globo.
Com o derretimento do Pergelissolo, diversos vírus podem ser ativados novamente, trazendo altos riscos para todos os seres vivos. Cientistas vem estudando de perto a evolução do vírus e seus riscos em potencial, para chegarem a uma pesquisa mais eficiente e objetiva.
Vírus descogelado após 50 mil anos. (Video: reprodução/YouTube/CNN Brasil)
Vírus zumbi
O professor Jean-Michel Claverie, emérito de medicina e genômica na Universidade Aix-Marseille, vem realizando pesquisas para entender os riscos associados a vírus congelados, particularmente em amostras de solo retiradas do permafrost siberiano. Esses vírus, que mostram um grande potencial de ser infectante, são frequentemente chamados de "vírus zumbis" devido à sua capacidade de permanecerem viáveis após um longo período de congelamento.
O objetivo de sua pesquisa visa determinar se esses vírus ainda podem representar uma ameaça à saúde humana ou ao meio ambiente quando descongelados. A descoberta de vírus infecciosos em amostras do permafrost siberiano é uma preocupação, pois o descongelamento deste, devido às mudanças climáticas, pode liberar esses microrganismos no ambiente sem ser perceptível, a não ser por algo já infectado.
A pesquisa destaca a importância de compreender melhor os impactos das mudanças climáticas e do descongelamento do Pergelissolo nos ecossistemas e na saúde pública. A pesquisa contínua nessa área é fundamental para avaliar os riscos e desenvolver estratégias de prevenção e mitigação.
Vírus adormecidos
O trabalho e pesquisa de Jean-Michel Claverie envolve o estudo de vírus gigantes que são maiores do que a variedade típica de vírus. Esses vírus gigantes podem ser observados sob um microscópio de luz comum, o que facilita o estudo de suas propriedades.
Sua inspiração para as realizações anteriores de cientistas que conseguiram reviver sementes de flores e animais microscópicos a partir de amostras antigas encontradas em permafrost veio de sua pesquisa. No caso de Claverie, em 2014, ele conseguiu reviver um vírus que havia sido isolado de amostras de permafrost, tornando-o infeccioso pela primeira vez em 30 mil anos. Para a segurança de todos, ele escolheu estudar um vírus que era inofensivo para animais ou humanos, mas ainda podia infectar amebas unicelulares.
Em suas pesquisas, sua equipe isolou várias cepas de vírus antigos de amostras de permafrost da Sibéria e demonstrou que cada uma delas era capaz de infectar células de ameba cultivadas. Isso demonstra que esses vírus ainda mantêm sua capacidade infecciosa após um longo período de congelamento, levantando preocupações sobre o potencial impacto do descongelamento do permafrost devido às mudanças climáticas.
A Pergelissolo serve como uma espécie de cápsula do tempo, onde pode ser encontrado diversos vírus antigos e restos mumificados de vários animais extintos que os cientistas conseguiram desenterrar e estudar nos últimos anos, incluindo dois filhotes de leão das cavernas e um rinoceronte lanudo, descongelados recentemente.
Foto destaque: Vírus zumbi. Reprodução/climainfo.