“Julho amarelo” um alerta para hepatite
No Brasil, aumentam 54,5% os casos de hepatite A; casos entre jovens demonstram a mudança do perfil do vírus e resultam no aumento de relações sexuais sem proteção, afirma o Ministério da Saúde
09 jul, 2025

Ministério da Saúde divulga dados que revelam que a cada 100 mil habitantes, 1,7 receberam o diagnóstico de hepatite A no Brasil. Esse número equivale a 54,5% de crescimento em 2024 comparado ao ano anterior, que registrou 1,1 a cada 100 mil pessoas.
O boletim epidemiológico divulgou nesta terça-feira (08) os dados pelo Ministério da saúde. Dos anos 2000 a 2024, Brasil registrou mais de 174 mil casos. Segundo Ministério da Saúde, motivo do aumento das incidências são resultados do crescimento de relações sexuais sem o uso de proteção, ocasionando a uma mudança no perfil de contaminações. Devido a essa mudança, houve uma queda de mais de 90% de registros em crianças.
Foto de divulgação da campanha Julho Amarelo (Foto: reprodução/Instagram/@minsaude)
Queda nas incidências em crianças
Nos últimos dez anos, o Brasil registrou uma queda histórica em casos de hepatite A durante a infância. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde no Boletim, 99,9% dos casos tiveram uma queda nas idades entre 0 a 9 anos de 2014 a 2024. A diminuição é resultado principalmente da inclusão da vacina contra hepatite A no calendário nacional de vacinação infantil, desde 2014.
A partir deste ano, o país garante a vacinação com a primeira dose em crianças com um ano através do Sistema Único de Saúde (SUS), atingindo as maiores coberturas vacinais em quase todos os estados, demonstrando a eficácia da vacina, pontua o ministério.
Um trecho do relatório do Ministério da Saúde diz “trata-se de uma mudança significativa no perfil epidemiológico da doença no Brasil”. Nos anos 2000, as crianças menores de 10 anos representavam um quarto das incidências registradas no Brasil. Graças ao aumento do acesso à vacinação, melhorias na higienização e saneamento, esse número mudou para melhor. Em contrapartida, os casos em 2024 passaram a atingir os jovens adultos.
Hepatite A e o aumento dos casos em jovens
Nos últimos dez anos, o Brasil registrou uma queda histórica em casos de hepatite A durante a infância. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde no Boletim, 99,9% dos casos tiveram uma queda nas idades entre 0 a 9 anos de 2014 a 2024. A diminuição é resultado principalmente da inclusão da vacina contra hepatite A no calendário nacional de vacinação infantil, desde 2014.
A hepatite A é uma doença causada por um vírus transmitido principalmente por via fecal-oral, que está ligada a más condições de higiene, saneamento ou por relações sexuais. Mario Gonzalez, coordenador geral da vigilância das Hepatites Virais, afirma que os adultos são os que mais pegam e transmitem, resultando em jovens adultos de 29 a 39 anos, sendo os mais registrados nos casos. 69,2% dos registros são em homens.
A vacina é obrigatória em crianças de 12 a 23 meses desde 2014. Já em maio de 2025, o Ministério da Saúde tomou a medida de reforçar a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV como uma estratégia para enfrentar as transmissões de infecções sexuais, incluindo as hepatites. As capitais que lideram os casos são: Curitiba, Campo Grande, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.