As notificações de casos de Zika vírus estão em uma crescente neste ano. Do início de 2023 até 8 julho, foram registrados 8.499, enquanto no mesmo período do ano passado o número era 5.910. Assim, demonstrou um aumento de quase 44%.
As regiões mais afetadas são as localizadas no Sudeste, com um alargamento de 1.633% nos casos, e no Nordeste do país. Entretanto, mesmo na segunda posição do ranking, o sertão brasileiro registrou uma baixa de 40%, com 2.937 ocorrências.
As notificações, contudo, não são casos confirmados e, de acordo com médicos ao g1, devem ser investigadas para constatar oficialmente a doença do mosquito Aedes Aegypti.
Zika vírus: “você pode estar com uma doença silenciosa”, afirma infectologista
Identificada em humanos pela primeira vez em 1953, a Zika é uma arbovirose, ou seja, uma doença causada por vírus e transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti.
Essa doença possui um tratamento – através de medicamentos - baseado nos sintomas, que geralmente são: dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos.
De acordo com a infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Eliana Bicudo, os sintomas de olhos vermelhos, febre e manchas vermelhas atingem somente 20% dos casos, já que a maioria é assintomática.
“Aí é que está o perigo, você pode estar com uma doença silenciosa, que traz um risco alto para grávidas e pode transmiti-la”.
Riscos para grávidas
O Zika vírus atinge, principalmente, a população gestante, pois esta doença é responsável por transmitir o vírus ao feto, além de causar complicações congênitas – como a microcefalia.
Demonstração e explicação do que é a microcefalia. (Foto: Reprodução/Uniprag).
Segundo Eliana, não se tem informações de que a enfermidade possa afetar o bebê em qualquer fase da gestação. Até o momento, os estudos mostram que quando a mãe contraí a doença nos primeiros quatro meses de gravidez, há maior risco de se produzir uma malformação.
Como ainda não existe uma vacina para o Zika vírus, a recomendação da médica é que, com a suspeita, as gestantes se encaminhem ao hospital, mesmo com os mínimos sintomas – que podem ser confundidos com cansaço ou virose.
O Ministério da Saúde também propõe que as mães utilizem produtos repelentes, além de advertir a população sobre o acúmulo de água parada e lixos, a fim de evitar a formação de criadouros.
Foto destaque: Mosquito Aedes Aegypti. Reprodução/Ceferp.