Saúde

Estudo recente mostra como o TikTok promove conteúdo prejudicial sobre autodiagnostico de TDAH

A plataforma de mídia social amplia a disseminação de informações sobre transtornos mentais, mas também aumenta o risco de conteúdos enganosos sobre o assunto

26 Mar 2025 - 15h56 | Atualizado em 26 Mar 2025 - 15h56
Estudo recente mostra como o TikTok promove conteúdo prejudicial sobre autodiagnostico de TDAH Lorena Bueri

Hoje em dia, é extremamente comum encontrar nas plataformas de mídias sociais conteúdos auxiliares para situações do dia a dia, além de entretenimento momentâneo e o excesso de informações em um curto período de tempo. Uma década atrás, o YouTube tinha buscas diárias sobre como tirar manchas de uma camiseta ou como fazer uma lição difícil de matemática. Embora essa procura por ajuda corriqueira não tenha desaparecido, a plataforma mais usada mudou, e com ela vieram buscas mais complexas e perigosas. Uma delas gerou o consumo de conteúdo sobre neurodivergência, transtornos e autodiagnóstico. A nova rede social da vez, o TikTok, trouxe fácil acesso ao tema TDAH e o aumento de autodiagnósticos como consequência, o que levou a um estudo sobre como a percepção popular do transtorno prejudica o diagnóstico real e o tratamento futuro.

Ainda que as plataformas de mídia permitam que pessoas compartilhem suas experiências de diversas formas, a possibilidade de mostrar publicamente os problemas de saúde mental não carrega apenas pontos positivo. Mesmo que aumente a conscientização sobre cuidados — muito mais do que as fontes de informação tradicionais — a falta de ferramentas que analisem a veracidade dessas informações traz um risco muito maior de disseminação enganosa.

TikTok e o conteúdo excessivamente perigoso

Já é de senso comum como o TikTok chegou longe, abarrotado de conteúdos diversos e informações aos montes que circulam até fora da rede social. Atualmente, estima-se que haja mais de 50 milhões de usuários ativos diariamente no aplicativo, gastando horas e mais horas com vídeos curtos de fácil acesso. Essa disseminação rápida de informação como uma troca de vivência e conhecimento, parte de uma plataforma sem controle algum e com falta de mecanismos necessários para provar que o conteúdo tenha informações verídicas.

Vídeos sobre TEA (Transtorno de Espectro Autista) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) estão no top 10 dos temas relacionados à saúde mais visualizados no TikTok. A maioria das pessoas que consomem esses vídeos acredita que tudo o que estão vendo seja real e, muitas vezes, exclusivo de um transtorno. Um exemplo cada vez mais comum são pessoas que encontram um vídeo sobre características de uma neurodivergência e interpretam-no de forma literal, quando aquela característica, em específico, não é exclusiva do transtorno. Ela faz parte de alguém que tenha o transtorno, mas isolada, pode não ser nada fora do típico.

No caso do TEA, um estudo apontou que 41% dos vídeos mais populares no TikTok sobre o assunto, além de serem imprecisos, 32% eram generalizados demais. Isso ocorre principalmente pelo fato de que plataformas como o TikTok não foram criadas com o intuito de oferecer psicoeducação eficaz e segura aos usuários.


As pesquisas sobre TDAH aumentaram muito nos últimos anos, mas a desinformação também. (Foto: reprodução/professor25/iStock)


O estudo referente ao TDAH

Dois estudos foram avaliados de forma geral, investigando a autenticidade das informações disponíveis sobre TDAH no TikTok e como esse conteúdo influenciou na percepção atual da população sobre o transtorno.

No primeiro estudo, foram observadas as características do conteúdo popular sobre o tema na rede social e verificou-se se os dados coincidem com o diagnóstico clínico e se concordam com as recomendações de tratamento feitas por profissionais de saúde mental. Enquanto o segundo estudo avaliou jovens adultos com ou sem TDAH e a interpretação deles sobre o conteúdo do TikTok relacionado ao transtorno, além de analisar como psicólogos classificam o conteúdo e o impacto dessa percepção popular.

Questionários foram fornecidos com dados demográficos dos participantes, histórico de diagnóstico e as características do transtorno. Depois, na triagem inicial, 224 participantes foram classificados no grupo “sem TDAH”, 198 em “diagnóstico formal de TDAH” e 421 no grupo “autodiagnóstico”.

Os participantes tiveram a opção de assistir ou não vídeos de psicólogos e, aqueles que aceitaram, foram solicitados a avaliar novamente o conteúdo presente no TikTok e relatar se houve mudanças em seu entendimento sobre TDAH.

Psicólogos alertaram sobre a baixa de precisão das informações contidas na plataforma e como o conteúdo tem chances maiores de ser enganoso, atrapalhando a vida de pessoas com o diagnóstico clínico que acabam não sendo levadas a sério em casa, no ambiente de trabalho e no cotidiano em geral.

De forma positiva, os participantes do estudo tiveram jovens adultos com TDAH interessados em ouvir profissionais de saúde mental com mais frequência, além dos indivíduos autodiagnosticados ficarem mais tranquilos e descartarem a crença de que tinham o transtorno após assistir aos vídeos explicativos de psicoeducação ao TDAH.

Foto Destaque: Aplicativo TikTok, plataforma de mídias sociais que cresce atualmente (Reprodução/tashatuvango/Depositphotos)


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