Canetas contra obesidade e diabetes com produção 100% brasileira chegam ao mercado
Olire e Lirux são as primeira canetas contra obesidade e diabetes fabricada no Brasil e já estão à venda com preços 10 a 20% mais baixos que os importados

As primeiras canetas injetáveis contra obesidade e diabete, fabricadas integralmente no Brasil, já estão disponíveis para o público. Desenvolvida pela farmacêutica EMS, os medicamentos Olire e Lirux são os primeiros análogos de GLP-1 produzidos aqui no país. Eles têm a liraglutida como princípio ativo, substância que age no corpo para promover a sensação de saciedade e auxiliar na regulação do açúcar no sangue.
Detalhes sobre Olire e Lirux
A caneta Olire é voltada para o tratamento de obesidade e sobrepeso, com potencial de uso para adolescentes a partir de 12 anos. Já a Lirux é focada no controle do diabete tipo 2, indicada para pacientes a partir de 10 anos.
Ambos os medicamentos são administrados por meio de injeções diárias. A dose máxima de Olire é de 3 mg por dia, enquanto a de Lirux é de 1,8 mg por dia, sempre ajustada segundo a orientação médica. Em relação à eficácia, estudos clínicos mostram que a liraglutida pode resultar em uma perda de peso média de 6% em 12 semanas.
Canetas injetáveis para o tratamento para emagrecimento em exposição durante uma coletiva de imprensa em Mumbai, Índia (Foto: Dhiraj Singh/ Getty Images Embed)
A produção nacional é um dos grandes diferenciais. A EMS investiu mais de R$1 bilhão em uma nova fábrica em Hortolândia (SP), se tornando a primeira fabricante 100% brasileira a entrar no mercado global de análogos de GLP-1. A empresa ressalta que os produtos não são genéricos, mas sim medicamentos inovadores com tecnologia própria, que utilizam peptídeos sintéticos, tornando o processo de produção mais eficiente.
Preços e acessibilidade
A EMS anunciou que os preços de Olire e Lirux são de 10% a 20% mais baixos que os dos medicamentos importados de referência. A embalagem com uma caneta de Olire pode custar a partir de R$ 307,26. Para a dose máxima, três canetas duram 18 dias, com um custo de R$ 760,61.
Inicialmente, foram distribuídas 100 mil canetas de Olire e 50 mil de Lirux em redes de farmácias nas regiões Sul e Sudeste, com planos de expansão gradual. A previsão da empresa é produzir 200 mil canetas ainda em 2025 e mais de 500 mil até agosto de 2026. Além de a produção nacional atender ao mercado interno também tem potencial para exportação, com planos de envio para os EUA e Europa ainda neste ano.
É importante ressaltar que o uso desses medicamentos exige prescrição médica com retenção de receita na farmácia, confirmando a necessidade de um acompanhamento profissional. Embora a liraglutida seja uma ferramenta poderosa, especialistas alertam que o uso indiscriminado pode trazer riscos, e a eficácia depende de um plano de tratamento estruturado que inclui dieta e exercícios físicos. A EMS também tem planos de lançar canetas de semaglutida (princípio ativo de Ozempic e Wegovy) em 2026, após o fim da patente no Brasil, um futuro promissor de concorrência e acessibilidade a estes medicamentos em alta no mercado.