Após nove anos do último infectado, as autoridades de saúde pública do Oregon, EUA, registraram caso de uma pessoa diagnosticada com peste bubônica no condado de Deschutes. De acordo com o oficial de saúde do condado de Deschutes, o médico Richard Fawcett, a vítima contraiu a infecção bacteriana rara pelo seu gato e “todos os contatos próximos do residente e de seu animal de estimação foram contatados e receberam medicamentos para prevenir a doença”. "Felizmente, este caso foi identificado e tratado nas primeiras etapas da doença, representando pouco risco para a comunidade”, informou o médico em comunicado.
Peste bubônica atualmente
A doença, causada pela bactéria Yersinia pestis, foi responsável pela morte de cerca de um terço da população europeia entre 1347 e 1353 e ficou conhecida como a pandemia de Peste Negra. No entanto, de acordo o médico Harish Moorjani, especialista em doenças infecciosas da Northwell Health, atualmente, a doença “é fácil de reconhecer, diagnosticar e tratar” com antibióticos.
Traje utilizado por médicos durante a pandemia de Peste Negra. (Foto: reprodução/GettyImages)
“Isso não deveria criar o medo que as pessoas tinham na Idade Média da Peste Negra”, disse o médico. “Se alguém desenvolver sintomas consistentes com a peste (geralmente os sintomas iniciais são febre, calafrios e gânglios linfáticos inchados), procure atendimento médico, porque nos estágios iniciais a peste pode ser facilmente tratada com antibióticos”, concluiu Moorjani. Por este motivo, o médico Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacinas do Beth Israel Deaconess Medical Center, considera a propagação da peste “improvável”.
Contágio e tratamento
Quando a pandemia surgiu acreditava-se que a transmissão ocorria por pulgas transportadas por ratos. Atualmente, já se sabe que o contato com outros animais infectados também pode contaminar os seres humanos. Segundo Barouch, os gatos têm maior facilidade em contrair a doença, já que eles apresentam dificuldade para controlar a bactéria. Os cães, contudo, também podem ser infectados e transmitir para os humanos.
Os sintomas da doença costumam aparecer de dois a oito dias após o contágio e incluem inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço, além de febre, dor de cabeça e musculares, náusea, calafrios e fraqueza. Em seu estado mais grave, a peste pode causar infecções na corrente sanguínea ou nos pulmões. A recomendação médica para prevenir a contaminação é manter uma boa higiene, evitar contato com pulgas e roedores, além de incluir um antipulgas na rotina dos animais domésticos.
Foto destaque: Yersinia pestis, bactéria da Peste bubônica (Reprodução/GettyImages)