Saúde

EUA identifica caso raro de Peste bubônica em humanos

O residente do condado de Deschute, Oregon, foi infectado pelo seu gato e ambos já "receberam medicamentos para prevenir a doença"

14 Fev 2024 - 10h20 | Atualizado em 14 Fev 2024 - 10h20
EUA identifica caso raro de Peste bubônica em humanos Lorena Bueri

Após nove anos do último infectado, as autoridades de saúde pública do Oregon, EUA, registraram caso de uma pessoa diagnosticada com peste bubônica no condado de Deschutes. De acordo com o oficial de saúde do condado de Deschutes, o médico Richard Fawcett, a vítima contraiu a infecção bacteriana rara pelo seu gato e todos os contatos próximos do residente e de seu animal de estimação foram contatados e receberam medicamentos para prevenir a doença”. "Felizmente, este caso foi identificado e tratado nas primeiras etapas da doença, representando pouco risco para a comunidade”, informou o médico em comunicado.

Peste bubônica atualmente

A doença, causada pela bactéria Yersinia pestis, foi responsável pela morte de cerca de um terço da população europeia entre 1347 e 1353 e ficou conhecida como a pandemia de Peste Negra. No entanto, de acordo o médico Harish Moorjani, especialista em doenças infecciosas da Northwell Health, atualmente, a doença “é fácil de reconhecer, diagnosticar e tratar” com antibióticos.


Traje utilizado por médicos durante a pandemia de Peste Negra.

Traje utilizado por médicos durante a pandemia de Peste Negra. (Foto: reprodução/GettyImages)


“Isso não deveria criar o medo que as pessoas tinham na Idade Média da Peste Negra”, disse o médico. “Se alguém desenvolver sintomas consistentes com a peste (geralmente os sintomas iniciais são febre, calafrios e gânglios linfáticos inchados), procure atendimento médico, porque nos estágios iniciais a peste pode ser facilmente tratada com antibióticos”, concluiu Moorjani. Por este motivo, o médico Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacinas do Beth Israel Deaconess Medical Center, considera a propagação da peste “improvável”.

Contágio e tratamento

Quando a pandemia surgiu acreditava-se que a transmissão ocorria por pulgas transportadas por ratos. Atualmente, já se sabe que o contato com outros animais infectados também pode contaminar os seres humanos. Segundo Barouch, os gatos têm maior facilidade em contrair a doença, já que eles apresentam dificuldade para controlar a bactéria. Os cães, contudo, também podem ser infectados e transmitir para os humanos.

Os sintomas da doença costumam aparecer de dois a oito dias após o contágio e incluem inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, na axila ou no pescoço, além de febre, dor de cabeça e musculares, náusea, calafrios e fraqueza. Em seu estado mais grave, a peste pode causar infecções na corrente sanguínea ou nos pulmões. A recomendação médica para prevenir a contaminação é manter uma boa higiene, evitar contato com pulgas e roedores, além de incluir um antipulgas na rotina dos animais domésticos. 

Foto destaque: Yersinia pestis, bactéria da Peste bubônica (Reprodução/GettyImages)

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