A dengue é a arbovirose que mais prevalece no Brasil e é causada por um vírus transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que também pode transmitir outras doenças como febre amarela, Chikungunya e zika. A dengue é endêmica no Brasil, ou seja, ocorre de forma frequente e contínua em várias regiões do país.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAN), nas Américas, 500 milhões de pessoas podem contrair dengue. Já segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 390 milhões de casos de dengue acontecem anualmente no mundo, sendo que 96 milhões se manifestam clinicamente. No Brasil, desde os anos 1980, são registradas epidemias frequentes da doença, que podem causar óbitos em alguns casos.
O Ministério da Saúde (MS) explica que “todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.”
Sintomas
Podendo se manifestar de formas mais brandas ou graves, depende do tipo de vírus que causou a infecção, de contaminações prévias e de fatores individuais, como doenças crônicas. Os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor nas costas e manchas vermelhas pelo corpo.
Infográfico da Fiocruz e Ministério da Saúde explica os principais sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (Foto: reprodução/Fiocruz/Ministério da Saúde/Agência Nacional de Saúde Suplementar)
Em alguns casos, a dengue pode evoluir para uma forma hemorrágica, que é mais grave e pode provocar sangramentos em diferentes órgãos, insuficiência circulatória e choque. Essa forma da doença exige atendimento médico imediato e pode levar à morte.
Mas a população também precisa ficar atenta a sinais mais urgentes, como os destacados pelo Ministério da Saúde:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Hipotensão postural e/ou lipotímia;
- Letargia e/ou irritabilidade;
- Hepatomegalia maior do que 2cm abaixo do rebordo costal;
- Sangramento de mucosa;
- Aumento progressivo do hematócrito.
O diagnóstico da dengue é feito por meio de exames laboratoriais, que podem detectar a presença do vírus ou dos anticorpos produzidos pelo organismo. O tratamento consiste em hidratação constante e alívio dos sintomas com medicamentos indicados pelo médico. Não há um tratamento específico para eliminar o vírus da dengue.
Prevenção e vacinas
A melhor forma de prevenir a dengue é combater a proliferação do mosquito transmissor, eliminando os possíveis criadouros. O Aedes aegypti se reproduz em locais com água parada e limpa, como vasos de plantas, pneus velhos, latas e garrafas vazias, calhas, caixas d’água e piscinas abandonadas.
O MS, em casos leves do quadro, recomenda:
- Repouso relativo, enquanto durar a febre;
- Estímulo à ingestão de líquidos;
- Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
- Não administração de ácido acetilsalicílico;
- Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.
Além disso, existem duas vacinas contra a dengue disponíveis no Brasil: a Dengvaxia®, para pessoas que já tiveram dengue anteriormente, e a QDenga®, para todas as pessoas a partir de 4 anos de idade até idosos de 60 anos. As vacinas são aplicadas em duas ou três doses, com intervalos de três ou seis meses.
A dengue é uma doença que pode ser evitada com medidas simples e eficazes. É importante que cada pessoa faça a sua parte para eliminar os focos do mosquito e proteger a sua saúde e a da sua comunidade.
Foto Destaque: OMS alerta que 390 milhões de casos de dengue acontecem todo ano no mundo (Reprodução/Banco de Imagens/Serviços e Informações do Brasil)