Durante alguns meses do ano passado, com o aumento de casos de sarampo na Europa, a contabilização de casos da doença chegou a ultrapassar a quantidade registrada desde 1997. A média vinha diminuindo nas últimas décadas até o ano de 2016, mantendo um registro alto até 2019 e durante a pandemia do Covid-19, os casos voltaram a diminuir antes de uma volta considerável em meados de 2023.
Os dados foram analisados pela Unicef e a OMS, sendo divulgados hoje, quinta-feira (13), e as informações trazem mais de 125 mil casos, quais mais da metade das pessoas precisou ser hospitalizada, sendo mais de 35 casos acabaram em morte, e cerca de 40% do registro contavam crianças abaixo dos 5 anos.
Hans Kluge, diretor da OMS representando a Europa, afirmou que o sarampo voltando é sinal de alerta devido à diminuição de pessoas se importando com a vacinação, principalmente dos filhos, bebês ou crianças. Ainda declarou esforços necessários entre comunidades enquanto a Organização Mundial de Saúde não tem um novo plano contra o aumento de casos.
Ilustração do vírus do sarampo (Foto: reprodução/Science Public Library)
Um terço dos casos de sarampo
A área de 53 países inclusos na OMS Europa conta com 33,3% de todos os casos de sarampo contabilizados pelo mundo em 2024, os dados passam de 358 mil. É certo pelas pesquisas que muitos dos países da região não possuiu, em 2023, 20% das crianças vacinadas nem mesmo com a primeira dose da vacina tríplice vital, importante contra caxumba, rubéola e o sarampo. O maior número de casos na Europa no ano passado foram registrados na Romênia com mais de 30 mil contabilizados e no Cazaquistão com cerca de 28 mil.
“Os casos de sarampo na Europa e na Ásia Central dispararam nos últimos dois anos, evidenciando falhas na cobertura vacinal. Para proteger as crianças dessa doença mortal e debilitante, são necessárias ações governamentais urgentes, incluindo investimentos contínuos em profissionais de saúde”, pediu Regina De Dominicis, diretora representante da Europa e Ásia Central no Unicef.
O perigo do sarampo
Como um dos vírus mais contagiosos a afetar populações, o sarampo tende a enfraquecer o sistema imunológico do paciente, fazendo com que além de sequelas a longo prazo, outras infecções e doenças se alastrem pelo corpo. Atualmente, a melhor forma de prevenir o sarampo é por meio das vacinas.
Brasil sem sarampo
Em 2024, novamente o Brasil ganhou o certificado de país livre do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita. O país havia perdido o certificado quando o vírus voltou a circular em meados de 2018.
Não houve novos casos de sarampo registrados no Brasil desde 2022, contabilizando apenas os contraídos dentro do país. Com registros de pessoas voltando do exterior com diagnóstico, houveram apenas quatro casos este ano.
Foto Destaque: criança com vermelhidões no rosto causado pelo sarampo (Reprodução/iStock/EyeEm Mobile GmbH)