A OPAS concedeu novamente ao Brasil na terça-feira (12), a recertificação que comprova o fim da circulação do sarampo no país, após ter perdido essa certificação em 2019, por surtos da doença. Entre 2018 e 2019, foram registrados aproximadamente mais de 10 mil casos, com alta em julho de 2018. Porém, o país não registrou casos autóctones desde junho de 2022. Para receber a recertificação, foi necessário comprovar a ausência de transmissão do vírus por um período de pelo menos um ano, sendo exigido também fortalecimento da vacinação e a vigilância epidemiológica.
Eliminação de doenças
Na terça-feira (12), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), concedeu ao Ministério da Saúde a recertificação que comprova o fim da circulação do sarampo pelo Brasil, vejamos cronologicamente:
- Em 2016, o Brasil já havia sido declarado livre do sarampo, porém perdeu essa certificação em 2019 devido a surtos da doença.
- Entre fevereiro de 2018 a fevereiro de 2019, o país registrou respectivamente 10.374 casos, com um pico de 3.950 ocorrências em julho de 2018.
- Em junho, o Brasil completou dois anos sem registrar casos autóctones (proveniente do país) de sarampo — o último caso a ser confirmado ocorreu em 5 de junho de 2022, no estado do Amapá, embora tenha sido detectado que as pessoas infectadas vieram do exterior.
Critérios da recertificação
Erradicação do sarampo no Brasil (Foto: reprodução/INDRANIL MUKHERJEE/AFP/Getty Images Embed)
Para obter a recertificação, foi necessário provar que não houve transmissão do vírus do sarampo no Brasil por pelo menos um ano. Outras exigências foi em fortalecer seu programa de vacinação de rotina, promover a vigilância epidemiológica, além de agir com rapidez a casos importados.
"Desde então, a vigilância foi intensificada, a cobertura vacinal aumento e conseguimos a recertificação. Fizemos progressos em todos os processos, especialmente nas coberturas vacinais", afirma o infectologista Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica do Brasil para Verificação da Eliminação do Sarampo.
Características do sarampo
Erradicação do sarampo no Brasil (Foto: reprodução/ Subaas Shrestha/NurPhoto/Getty Images Embed)
- Contagio: o sarampo é uma doença altamente contagiosa e grave, sendo transmitida através das secreções do nariz e da boca, expelidas pelo ar ao tossir, respirar ou falar, estima-se que um indivíduo pode infectar entre 12 a 18 pessoas.
- Sintomas: para confirmar a enfermidade é necessário diagnóstico, médico. Os infectados apresentam manchas vermelhas no corpo e febre alta, acompanhados juntamente de tosse seca, nariz escorrendo ou entupido, conjuntivite e mal-estar intenso.
- Complicações: dentre as complicações mais severas, podemos destacar, a pneumonia, infecções de ouvido e encefalite aguda, além de poder, causar sequelas por toda a vida e em casos mais graves a morte.
- Tratamento: não há um tratamento específico. Portanto, os medicamentos administrados sob orientação médica, servem para reduzir o desconforto do paciente, como, por exemplo, antitérmicos, higiene adequada nos olhos, das vias aéreas superiores e da pele.
Para se prevenir por meio devacinação, são ofertadas em mais de 36 mil unidades em postos de saúde do SUS, disponíveis em todo o território nacional de forma gratuita.
Foto Destaque: preparação para administrar uma dose da vacina (Reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)