Protestos em Los Angeles geram violência; Trump envia Guarda Nacional
Mais de dois mil soldados foram enviados pelo presidente, mesmo contra a vontade do governador Gavin Newsom, que é da oposição

A cidade de Los Angeles foi palco de confrontos violentos pelo terceiro dia consecutivo neste domingo (8), após o presidente Donald Trump autorizar o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para conter manifestações pró-imigrantes e contrárias à política de deportação em massa.
Com forte presença e cultura latina, a Califórnia é um estado majoritariamente democrata — partido da oposição, pelo qual Kamala Harris concorreu à presidência no ano passado. O governador Gavin Newsom, também democrata, se opôs ao envio da Guarda Nacional e não autorizou o uso dos soldados para conter os manifestantes. Mesmo assim, Trump contrariou a decisão estadual. Newsom anunciou que o estado da Califórnia processará o presidente, classificando o envio como “ilegal, imoral e inconstitucional” e o acusando de “jogar lenha na fogueira”.
Segundo a agência Associated Press (AP), o confronto teve início em frente a uma prisão em Los Angeles. Homens encapuzados incendiaram veículos, e as forças de segurança reagiram com spray de pimenta e balas de borracha. Ao menos sete pessoas foram presas.
Políticas de deportação de imigrantes
O segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos começou ainda mais rígido que o anterior, principalmente no que diz respeito à deportação de imigrantes. Mais de 100 brasileiros foram recentemente deportados e retornaram ao Brasil. Protestos semelhantes também ocorreram em Washington e Nova York.
Carros incediados durante protesto em Los Angeles (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)
Não é a primeira vez que Trump recorre à Guarda Nacional para conter manifestantes. Em 2020, ele convocou soldados para reprimir protestos após a morte de George Floyd. Desta vez, no entanto, a medida foi adotada sem o aval do governador.
Violência em Los Angeles
Em entrevista à MSNBC, o governador Gavin Newsom responsabilizou Trump pelo caos transmitido pela televisão. “Ele disse em um tweet que tudo está seguro agora”, ironizou o governador. Ele também fez um apelo à população: “Los Angeles, não mordam a isca de Trump. […] Aqueles que agredirem policiais ou causarem danos materiais estarão sujeitos à prisão.”
Durante a cobertura dos protestos, uma repórter australiana foi atingida por uma bala de borracha.
Repórter australiana é feriada no protesto (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)
As manifestações ganharam destaque em veículos de imprensa ao redor do mundo e se tornaram tema de debate nas redes sociais. Internautas anti Trump acusam o presidente de abuso de poder, enquanto apoiadores criticam os manifestantes e o “caos” gerado na cidade.