EUA registram o relâmpago mais longo do mundo com 829 km de extensão
A mega descarga elétrica ocorreu no ano de 2017 nos Estados Unidos e somente agora foi oficialmente reconhecida pela Organização Meteorológica Mundial (OMN)

Nesta quinta-feira (31), o novo recorde mundial de maior extensão de um raio já registrada foi confirmado pela OMN (Organização Meteorológica Mundial).
A descarga elétrica alcançou 829 km de extensão durante uma tempestade que atingiu o leste do Texas e a região de Kansas City, no Missouri, em outubro de 2017. A mega distância que o fenômeno atingiu é equivalente à longitude entre Paris e Veneza.
O fenômeno
Segundo a OMM, o super raio foi detectado por satélites meteorológicos de última geração que possibilitaram a revisão dos dados mesmo anos após o ocorrido.
A região do registro é uma área onde são comuns tempestades prolongadas e intensas acontecerem. Este local, Grandes Planícies dos EUA, favorecem os eventos chamados sistemas convectivos de mesoescala.
Normalmente, os raios comuns, tem uma duração de menos de um segundo e podem se estender por até 16 km, porém o mega relâmpago ocorreu em um sistema de nuvens imensas que permitiram descargas elétricas muito mais longas.
Relâmpago mais longo do mundo (Vídeo: reprodução/YouTube/@portaluai)
Para Randall Cerveny, professor responsável pelo banco de dados da OMM, com este novo recorde e possível ver como a natureza possui fenômenos naturais impressionantes e que diante de todo avanço tecnológico atualmente, será possível observá-los com muito mais precisão.
O recorde anterior de descarga elétrica foi registrada em 2020 e contava com 61 km de extensão, também ocorrido nos Estados Unidos.
Os perigos do fenômeno
Segundo Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, relâmpagos desta magnitude representam riscos reais e podem se tornar uma ameaça à aviação ou causar incêndios, por exemplo, o que colocaria a vida de diversas pessoas em perigo. Para ela, a estratégia global para alertas preventivos é prioridade.
Em 1994, 469 pessoas morreram no Egito após um raio atingir três tanques de combustível, causando um incêndio devastador. Este foi o caso de descarga elétrica mais mortal já documentado.
Em 2020 a OMM registrou o relâmpago mais longo, com 17 segundos, que ocorreu na América do Sul.
O mega relâmpago já havia sido registrado pela tecnologia dos dados do Satélite GOES-16 da agência NOAA, porém as análises iniciais não foram identificadas imediatamente. O reconhecimento só ocorreu após a reavaliação técnica com o uso de ferramentas adequadas sendo divulgado apenas agora.
A análise teve participação de cientistas de diversos países, inclusive a brasileira Rachel Albrecht, professora e referência em estudos sobre eletricidade atmosférica da USP (Universidade de São Paulo).
Em 2020, a OMM registrou o raio mais duradouro, com 17 segundos, que aconteceu na América do Sul.