Taxa de mortalidade em ações policiais é maior para pessoas negras e pardas no Rio de Janeiro

Segundo informações do ISP/RJ, negros e pardos representam 72% das mortes em consequência de ações policiais nos últimos 15 anos, no Estado do Rio de Janeiro.

21 nov, 2021

Ações policiais realizadas no Estado do Rio de Janeiro geraram 4,7 vezes mais mortes de pessoas negras e pardas em relação à pessoas brancas, nos últimos 15 anos. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), negros e pardos somam 72% dos óbitos resultantes de intervenções de agentes do Estado nesse período.

O levantamento do ISP mostra que entre janeiro de 2006 e março de 2021 o número de mortes por cor/raça foi de:

·            6.818 (Parda);

·            3.804 (Negra);

·            2.268 (Branca);

·            4 (Amarela);

·            2 (Índio);

·            1 (Albino).

 


Infográfico de óbitos por cor/raça. (Infográfico: G1/ ISP/RJ)


Nesse período, 14.726 mortes foram causadas pelas forças de Segurança. Em 1.829 casos, a identificação da cor/raça não foi realizada. Dos óbitos registrados nesse período por ações policias, 93,7% eram homens.

 

A Polícia Militar enviou uma nota ao G1, onde esclarece que as ações não possuem viés racial e que os dados apresentados refletem a desigualdade racial onde os afrodescendentes ocupam o lugar mais vulnerável da população, sendo assim mais propensa ao crime organizado.

 

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O sociólogo do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI), da Universidade Federal Fluminense (UFF), Daniel Hirata afirma que não há nenhuma política pública visando a redução da letalidade policial no Estado.

 

“Não existe nenhum plano nesse sentido, muito menos direcionado especificamente para a população negra. Isso porque essa situação não é vista como um problema, então nem chega a ser encarada com a gravidade que deveria. Essa forma de atuação claramente estrutura as ações policiais, e começa desde a maneira como é feita a revista, as batidas no cotidiano, a humilhação das pessoas”, afirma o sociólogo.

 

De acordo com Cleber Ribeiro, coordenador-geral do IPAD Seja Democracia, projeto do Instituto Maria e João Aleixo, apesar do racismo estrutural fazer as pessoas negras serem consideradas como “corpos matáveis da sociedade”, o dia da Consciência Negra, que é celebrado neste sábado (20), é também “um dia de festejar a vida, reviver nossa estratégia de luta, mas também de protesto contra a política de genocídio em que vivemos”.

 

Foto destaque: Protesto #VidasNegrasImportam. Ezequiela Scapini.  

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