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Alemanha enfrenta “emergência nacional” e reforça possibilidade para medidas restritivas obrigatórias

Índice de novos casos de Covid-19 aumentou em quase 60% no país e autoridades de saúde alertam que o número deve dobrar nos próximos dias. Vacina é apontada como "importante" para o controle da doença.

20 Nov 2021 - 18h36 | Atualizado em 20 Nov 2021 - 18h36
Alemanha enfrenta “emergência nacional” e reforça possibilidade para medidas restritivas obrigatórias  Lorena Bueri

A Alemanha registrou 52.970 novos casos de infecções por covid-19 em 24 horas nesta sexta-feira (19), o valor é menor, se comparado com os números do dia anterior, que alcançou 65 mil casos diários, considerado um recorde desde o início da pandemia.  O ministro da saúde, Jens Spahn,  alerta para a piora da pandemia e afirma que a situação “está mais séria do que na semana passada”, onde o país registrou um aumento de 60% nos números de infecções. 

Em declaração, Spahn disse que não descarta a imposição de um novo lockdown devido ao estado de “emergência nacional” que o país se encontra. Recentemente, a câmara alta do parlamento alemão, aprovou um pacote de medidas contra a pandemia, que inclui a obrigatoriedade da apresentação do certificado de vacinação ou o teste negativo no trabalho e transportes públicos, além da recomendação para a adesão ao home office.


Novos casos de infecção por covid-19 aumentaram em mais de 60% na Alemanha. (Foto: Reprodução/Terra)


O chefe da agência governamental de controle e prevenção de doenças, Lothar Wieler, que estava presente na coletiva junto com o ministro da saúde, ressaltou que nos últimos sete dias um quarto dos distritos da Alemanha apresentaram uma taxa de incidência maior que 500 novos casos por 100 mil habitantes e que muitos hospitais estão com superlotação.

Precisamos virar a maré. Realmente não temos tempo a perder", reforçou Lothar que enfatizou a importância da vacinação, em um momento que a Alemanha apresenta as menores taxas de vacinação da Europa Ocidental, “precisamos fechar as lacunas de vacinação agora”. 

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O atual índice de infecções expressa “preocupação” para o secretário geral da Sociedade Alemã de Cuidados Intensivos Internos, Uwe Janssens, pois muitos dos pacientes infectados acabam na unidade de terapia intensiva (UTI) muito mais tarde e “com um atraso de até 15 dias”.

"Atualmente, cerca de 0,8% das pessoas infectadas terão que ser tratadas em uma unidade de terapia intensiva durante o curso de uma infecção. Com  50.000 a 60.000 novos casos todos os dias, pode-se contar quantas pessoas chegaram às UTIs em 7, 10 ou 12 dias. A situação está muito difícil de lidar ", alertou Janssens.

A incidência de hospitalização será a métrica para introduzir medidas mais rígidas contra a pandemia no país. Pelas novas regras, se mais de três pessoas por 100 mil habitantes estiverem hospitalizadas com a doença, será aplicado a regra 2G, que permite a liberdade na realização das atividades de lazer públicas pelas pessoas vacinadas ou recuperadas da Covid-19. Caso a taxa atinja seis por 100 mil habitantes, a regra 2G+ exige a apresentação do teste negativo para o coronavírus. As medidas passam a  ser mais rígidas se a taxa alcançar nove internações.

Até agora, todos os estados alemães - com exceção de Hamburgo, Sarre, Schleswig-Holstein e Baixa Saxônia - apresentam taxa maior que três hospitalizações. Turíngia e Sazônia-Anhalt apresentam índice acima de nove.

 

Foto destaque: Alemanha. Reprodução: Lukas Barth/Reuters

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