Queda capilar: veja 3 novidades para o crescimento dos fios

A epidemia de queda capilar no mundo é uma grande preocupação, até mesmo entre os jovens. Para tratar o problema, muitas novidades chegam ao mercado todo ano.

Mais recentemente, três delas ganharam destaque: um ácido hialurônico injetável para o cabelo, uma radiofrequência microagulhada desenhada para o couro cabeludo e o tratamento regenerativo com células do próprio paciente.

Abaixo, consultamos dermatologistas para explicar a ação dos procedimentos:

NCTF (Ácido hialurônico injetável e enriquecido)

Segundo o dermatologista Dr. Renato Soriani, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o injetável associa ácido hialurônico a 12 vitaminas, 24 aminoácidos, 6 enzimas, 5 ácidos nucleicos e 6 minerais para revitalizar a saúde dos folículos.

“A fórmula contém um poderoso antioxidante, a glutationa, que desempenha um papel fundamental na luta contra efeitos deletérios do estresse oxidativo sobre o folículo do cabelo, além de melhorar a microvascularização”, diz a Dra. Lilian Brasileiro, médica especializada em Medicina Capilar.

“A terapia cessou a queda capilar após um mês com uma a duas sessões. Foi notado o crescimento visível desde a terceira sessão, progressivamente à medida que o tratamento foi feito, com resultados no aumento na densidade, volume do cabelo e melhoria na qualidade (mais brilhante, mais elástico e repigmentado)”, explica o médico.

Megaderme Duo

O sistema de radiofrequência microagulhada age para melhorar a queda, garantir crescimento acelerado e engrossar os fios. “Ele conta com um sistema de microagulhas extremamente finas, que vão agir no nível do bulbo capilar com energia de radiofrequência extremamente baixa para estimular sem atrofiar. Esse que é o grande diferencial”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Essa técnica é versátil e pode beneficiar o tratamento do afinamento capilar senil e por calvície, pode ser usada no tratamento da alopecia areata para injetar ativos e medicações diretamente na raiz do pelo, para melhorar o crescimento e recuperação de quadros pós-queda e pode ser uma estratégia para melhorar o crescimento dos fios”, acrescenta. 

Regenera AMT

Esse é um tratamento regenerativo, feito com microenxerto autólogo de células mesenquimais. Segundo a Dra. Lilian Brasileiro, o tratamento é minimamente invasivo, realizado em consultório e não é um implante capilar.

“Na técnica, o médico extrai células foliculares saudáveis da região da nuca do próprio paciente. Em seguida, elas são colocadas em um equipamento, que entrega células progenitoras. Essas células, que são como operárias e vão se multiplicar para estimular o crescimento capilar, são aplicadas na região que o paciente precisa que nasça cabelo”, explica a médica.

O procedimento é indicado para calvície, tanto masculina quanto feminina, e é realizado no próprio consultório sob anestesia local. 

*Dra. Lilian Brasileiro: Médica especialista em Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

*Dr. Renato Soriani: Dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

*Dr. Abdo Salomão JR: Doutor em Dermatologia pela USP. É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia.

Foto destaque: couro cabeludo e cabelos saudáveis. Foto/Reprodução

Caminhada leve após as refeições pode controlar o açúcar no sangue

Um recente estudo realizado pela revista Sports Medicine destaca a importância de caminhar por breves períodos após as refeições, como de dois a cinco minutos, sendo uma maneira eficaz de controlar os níveis de açúcar no sangue e trazendo benefícios significativos para a saúde. A pesquisa detalhada examinou o impacto das posturas sedentárias, ficar em pé e caminhar na regulação da insulina e glicose no corpo, revelando descobertas surpreendentes sobre a influência dessas atividades na saúde.

Benefícios do movimento 

Além de discutir os resultados do estudo, a importância do movimento para controlar os níveis de glicose no sangue e as recomendações de atividade física para uma vida mais saudável e prolongada também são expliradas. “Realizar uma caminhada de dois a cinco minutos após as refeições tem o potencial de reduzir os níveis de açúcar no sangue”, afirmam os especialistas.


Mulher caminhando em parque (Foto: reprodução/Freepik)


Comparando os efeitos de sentar, ficar em pé e caminhar

Os pesquisadores conduziram uma análise abrangente de sete estudos distintos, todos focados em comparar os efeitos de ficar sentado, permanecer em pé e caminhar na regulação dos níveis de insulina e glicose no organismo.

Aidan Buffey, um dos autores do estudo e membro do departamento de educação física e ciências do esporte da Universidade de Limerick, na Irlanda, enfatiza que “pausas intermitentes em pé ao longo do dia e após as refeições reduziram a glicose em média 9,51% em comparação a ficar sentado por muito tempo. No entanto, caminhar intermitentemente em baixa intensidade ao longo do dia produziu maior redução de glicose, em uma média de 17,01%”.

Isso sugere que quebrar períodos prolongados de inatividade com pausas em pé e caminhadas leves ao longo do dia é benéfico para a regulação dos níveis de glicose no sangue.

Análise de sete estudos

A pesquisa, que foi publicada em fevereiro de 2022 analisou sete estudos que envolveram a participação das pessoas em atividades de ficar em pé ou caminhar por dois a cinco minutos a cada 20 a 30 minutos ao longo de um dia inteiro. Buffey destaca que “entre os sete estudos revisados, o tempo total de atividade durante a observação foi de aproximadamente 28 minutos, com pausas para ficar em pé e para caminhar levemente variando de 2 a 5 minutos”.

Os resultados indicam que ficar em pé é mais benéfico do que permanecer sentado quando se trata de controlar os níveis de açúcar no sangue, mas não contribui significativamente para a redução da insulina na corrente sanguínea. Por outro lado, uma breve caminhada após as refeições permite que os níveis de açúcar no sangue subam e desçam de forma mais gradual, mantendo a estabilidade dos níveis de insulina.

Isso é particularmente importante, pois a prevenção de picos abruptos nos níveis de açúcar no sangue é crucial para reduzir o risco de diabetes e doenças cardíacas, como enfatizam os especialistas.

Os estudos também destacam que os músculos requerem glicose para funcionar adequadamente, tornando o movimento uma ferramenta valiosa para reduzir a glicose na corrente sanguínea. Isso explica por que os atletas muitas vezes consomem carboidratos antes de atividades intensas, como maratonas e corridas.

Para ir além do controle dos níveis de glicose, é recomendado intensificar a atividade física e seguir as diretrizes mínimas de exercício dos Estados Unidos, que consistem em 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, juntamente com exercícios de fortalecimento muscular em dois dias.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, isso reduz o risco de mortalidade por todas as causas em 33%. Traduzindo em termos práticos, apenas 21,43 minutos de movimento diário podem significar uma redução substancial no risco de morte.

Foto destaque: homem caminhando com fone de ouvido. Reprodução/ Freepik

Cientistas descobrem proteína que prolonga a saúde de células humanas

Um estudo conjunto de pesquisadores brasileiros e australianos, liderados pela Universidade de São Paulo (USP), e em colaboração com a Austrália, revelou uma notável proteína bacteriana com o potencial de manter as células humanas saudáveis e robustas por um período mais extenso. Esta descoberta promissora aponta para novas abordagens no tratamento de uma ampla gama de doenças relacionadas a disfunções mitocondriais, incluindo câncer e doenças autoimunes.

 


Campus USP.(Foto: Reprodução Quero Bolsa/USP/Divulgação)


 

Uma revelação científica promissora

Um estudo conjunto de pesquisadores brasileiros e australianos, liderados pela Universidade de São Paulo (USP) e em colaboração com a Austrália, revelou uma notável proteína bacteriana com o potencial de manter as células humanas saudáveis e robustas por um período mais extenso. Esta descoberta promissora aponta para novas abordagens no tratamento de uma ampla gama de doenças relacionadas a disfunções mitocondriais, incluindo câncer e doenças autoimunes.

Após a invasão da célula hospedeira, a C. burnetii libera a MceF, que interage com a enzima GPX4 (glutationa peroxidase 4), presente na mitocôndria. Essa interação única fortalece a função mitocondrial, atuando como um potente antioxidante e retardando o dano e a morte celular. Isso é especialmente relevante quando patógenos se replicam no interior das células de mamíferos.

Dario Zamboni, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e um dos autores correspondentes do estudo, explicou: “A C. burnetii utiliza diversas estratégias para evitar a morte da célula invadida, e uma delas é a modulação da proteína GPX4 pela MceF, um mecanismo que descobrimos neste trabalho. A realocação dessas proteínas na mitocôndria celular permite que as células de mamíferos vivam por mais tempo, mesmo estando infectadas com uma alta carga bacteriana.

 

Desvendando a estratégia da Coxiella Burnetii

Este estudo foi conduzido no âmbito do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), em colaboração com a Universidade Monash, na Austrália, e com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisa não apenas abre portas para tratamentos inovadores, mas também revela informações valiosas sobre a interação entre patógenos e células hospedeiras.

A Coxiella burnetii, conhecida por causar a febre Q, é uma bactéria altamente adaptada para infectar macrófagos e monócitos, inibindo respostas do hospedeiro contra a infecção. Esta pesquisa fornece uma visão única de como a bactéria modula as células hospedeiras e sublinha sua eficiência na manipulação das células.

Além disso, a C. burnetii permanece dentro da célula hospedeira por aproximadamente uma semana, em contraste com outras bactérias que causam doenças, como a Salmonella, que provoca a morte das células hospedeiras em menos de 24 horas. Isso oferece uma oportunidade única para estudar o funcionamento celular e compreender melhor as disfunções mitocondriais e a morte programada de células humanas.

Os pesquisadores agora planejam aprofundar o entendimento das outras proteínas de interesse e realizar estudos bioquímicos adicionais para compreender como a MceF influencia a proteína celular GPX4. Este estudo promete abrir caminhos promissores para o tratamento de uma variedade de doenças, ao mesmo tempo que expande nosso conhecimento sobre a biologia celular fundamental.

Foto destaque: Proteínas bacterianas.Reprodução Veja/USP/Divulgação

Monóxido de carbono: veja os riscos do gás que não tem cheiro ou cor

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as moléculas de monóxido de carbono acabam se misturando à nossa hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio dos nossos pulmões para todo o organismo), presente no sangue.

O monóxido de carbono, que também pode ser chamado de CO, é um gás invisível e inodoro, e quando inalado, pode acarretar problemas de saúde e até mesmo, causar a morte de forma súbita.

Conheça mais sobre o monóxido de carbono

Especialistas explicam que, quando inalamos o CO, o gás acaba tomando o lugar do oxigênio em nosso sangue. Isso ocorre pois a hemoglobina se junta ao monóxido de carbono cerca de 300 vezes a mais que o oxigênio.

Essa ligação acaba formando a chamada carboxiemoglobina, e impede a ligação do oxigênio à hemoglobina. Sendo assim, nossos órgãos acabam privados de oxigênio, o que é fundamental para a nossa vida. Sem oxigênio, as células do nosso corpo não conseguem produzir energia e morrem.

O gás está altamente presente nas emissões de combustão fóssil, que podem ser produzidas por caminhões, motores a gasolina, fogões a gás, sistemas de aquecimento, madeira e carvão queimados. Ele pode se acumular em espaços fechados ou parcialmente fechados, ocasionando uma intoxicação em pessoas e animais que o respiram.


Intoxicação por monóxido de carbono pode ocorrer caso deixe o carro ligado em ambiente fechado. (Foto: Reprodução/AbcMed)


Saiba mais sobre caso envolvendo inalação de monóxido de carbono 

A morte do casal bilionário Luciana e José Bezerra Neto, levantou um alerta sobre a inalação de gases. O casal estava em sua mansão localizada em um condomínio de alto padrão no Guarujá, litoral de São Paulo, e morreram após a inalação de monóxido de carbono. Como o gás não possui cheiro ou cor, o casal não percebeu que havia um vazamento, que, possivelmente, teria vindo da casa de máquinas da mansão. 

A intoxicação e morte do casal serviu de alerta, e autoridades reforçaram os cuidados a serem tomados:

  • Aquecedores ou qualquer aparelho doméstico que seja movido a gás, óleo ou carvão deve passar por manutenção ao menos uma vez por ano.
  • Nunca deixe carro ou outros veículos ligados na garagem. 
  • Caso sinta tonturas, dores e suspeite de vazamento de monóxido de carbono, deixe o local imediatamente e chame os serviços de emergência.

Foto destaque: Intoxicação por monóxido de carbono pode ocorrer caso deixe a boca do fogão ligada, sem perceber. Reprodução/Hospital da Luz

Veja como evitar contaminação durante procedimentos estéticos

O mercado de estética vem crescendo rapidamente em todo o mundo. O Brasil tornou-se o terceiro maior dentro desse contexto, perdendo apenas para os Estados Unidos e a China, movimentando cerca de $ 47,5 bilhões em plena pandemia, de acordo com dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). 

No entanto, desde procedimentos mais simples, como fazer a unha, até os mais invasivos, a exemplo do botox ou aplicação de ácido hialurônico, todos precisam de cuidados para que não ocorra contaminação. 

Qualquer procedimento que possa ter contato com a mucosa ou com sangue, precisa seguir algumas regras. “A extensão de cílios, por exemplo, é considerada simples, porém a pinça utilizada pode ter contato com a mucosa e transmitir doenças como hepatites”, afirma Daniela Pontes, especialista em biossegurança.

Pensando nisso, Daniela listou 4 passos para evitar contaminação em procedimentos estéticos:

Escolha bem o profissional

A escolha do profissional que vai realizar o procedimento desejado é o pontapé inicial e deve ser feito com cautela. Além disso, a especialista alerta que é importante que o ambiente esteja limpo e organizado, com limpeza regular de superfícies e equipamentos.

Atenção aos equipamentos

Segundo Daniela, o uso de equipamentos descartáveis devem ser utilizados sempre que possível. “Essa é a forma mais segura de realizar procedimentos, pois reduz significativamente o risco de contaminação cruzada”, afirma ela.

No caso de equipamentos que não sejam descartáveis, como pinça e alicate, por exemplo, é crucial que eles sejam esterilizados corretamente e seguindo os protocolos recomendados. 

Higienização

Não é segredo para ninguém que a higienização é fundamental para evitar infecções. Lavar as mãos, limpar bem a pele são passos simples, mas que diminuem a contaminação por bactérias. “Não apenas o profissional que realizará o procedimento precisa fazer uma higienização completa, mas o paciente também”, afirma a especialista.

Cuidados pós-procedimento

Os cuidados não devem ser tomados apenas durante os procedimentos, já que muitos deles são invasivos e podem deixar uma “porta de entrada” para infecções.

“Por isso é importante ficar atento a sinais de infecções após o procedimento, como vermelhidão excessiva, inchaço, dor e até mesmo febre”, finaliza Daniela.

Sobre Daniela Pontes –  É especialista em biossegurança estética, formada em biomedicina e proprietária do perfil “Biossegurança Descomplicada” no Instagram, que conta com mais de 23 mil seguidores. É coordenadora de depilação, há 13 anos, da Beauty Fair. 

Foto destaque: representação de procedimentos estéticos. Reprodução/Canva

Saiba o que é fibrose cística, condição genética rara

‘Doença do beijo salgado’ ou ‘mucoviscidose’ são apenas alguns nomes para a fibrose cística, enfermidade genética que, segundo estima a Sociedade de Pediatria de São Paulo, tem cerca 5 mil casos registrados no Brasil.

Embora seja uma doença rara, é considerada uma das mais comuns no país, o que reflete a importância do Setembro Roxo, para promover informações sobre o tema. 

A fibrose cística (FC) é historicamente conhecida como a “doença do beijo salgado”, o que se deve à maior perda de sal no suor, percebida ao se beijar a criança ou ao se visualizar cristais de sal, principalmente na testa. 

A fibrose cística é uma doença genética que afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), ocorre quando um gene defeituoso (e a proteína produzida por ele) faz com que o corpo gere 30 a 60 vezes mais muco que o normal, aumentando o risco de acúmulos de bactérias nas vias respiratórias, inchaço e infecções como pneumonia e bronquite. 

Diagnóstico e sintomas

Embora não tenha cura, é importante que a fibrose cística seja diagnosticada precocemente para que os sintomas sejam tratados desde o início. A principal forma de identificar a existência da condição é o conhecido “/Teste do Pezinho”/, realizado a partir das 48h de vida do recém-nascido até 30 dias após o nascimento.  

Os sintomas comuns para a doença são pele e suor de sabor muito salgado (daí o ‘apelido’ da condição), tosse persistente, infecções pulmonares frequentes, chiados no peito, baixo crescimento ou pouco ganho de peso e diarreia, dentre outros.  

Prevenção e tratamento 

Por ser uma doença genética, herdada a partir de um gene defeituoso do pai ou da mãe, não é possível prevenir a fibrose cística. Por outro lado, o diagnóstico precoce pelo médico, o acompanhamento e tratamento por ele indicados promovem o bem-estar ao paciente. 

Foto destaque: criança recebendo cuidados. Foto/Reprodução

Envelhecimento agudo da pele: 4 fatores que influenciam

Situações inflamatórias, quando há aumento súbito de radicais livres como infecções, estresse emocional, luto ou doenças, podem refletir de maneira rápida na pele. 

Cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassace, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, dá algumas explicações e soluções.

4 fatores

O primeiro ponto para entender um envelhecimento mais rápido é olhar para o hábito de vida, principalmente com relação à dieta.

“Carboidratos simples como açúcar são rapidamente digeridos e absorvidos chegando em forma de glicose no sangue. Nos picos de glicemia alta, mesmo que por pouco tempo, a reação do organismo contra esta glicose é tão poderosa que, além desta via normal de diminuir a glicemia, as enzimas, que não são as habituais, são requisitadas para ajudar no processo, o que gera produção de radicais livres. Muitos deles.

Na pele, o excesso de radicais livres pode danificar o DNA das células provocando menor atividade celular, menor produção de colágeno e fibras elásticas, menor atividade de células de defesa, menor poder de cicatrização, e até tendência maior a câncer de pele”, explica a médica.

Em segundo, temos fatores externos. O maior vilão, nesse sentido, é o sol. A Dra. Beatriz explica que a pele exposta ao sol sofre um aumento súbito da quantidade de radicais livres, que tem a função de provocar defesas contra o efeito dessa radiação.

Em terceiro, “O cigarro diminui a circulação sanguínea de vasos pequenos da pele, além disso, na fumaça do cigarro foram encontradas proteínas glicadas que vão diretamente para a circulação sanguínea e refletem diretamente na pele”, enfatiza a médica.

Por fim, o estresse psicológico está ligado a aumento de estresse oxidativo: ele aumenta a produção de cortisol. “Esse hormônio tipo sinal de alerta está ligado a uma maior produção de radicais livres e uma diminuição da produção do sistema antioxidante”, diz a especialista.

O que fazer?

“Quanto à alimentação, fuja de alimentos com alto índice glicêmico como açúcar refinado, farinha branca, álcool. Pedir ajuda para uma nutricionista é um ótimo começo. Uma tendência em que acredito hoje é a nutrição comportamental, que fala de comida, de prazer em comer, de consciência ao comer”, explica.

Para desinchar, a médica diz que o melhor a fazer é beber muita água.

Outra ação que ajuda é a prática de exercício físico. “Entenda também que ele é o maior estimulante do nosso sistema antioxidante. O exercício provoca a produção de radicais livres, mas para se proteger o organismo produz em escala muito maior antioxidantes naturais, que protegem todo o organismo destes radicais livres. 

Outro potente antioxidante é o sono. A especialista argumenta que pacientes com insônia apresentam maior estresse oxidativo. 

Como é impossível acabar com o estresse, a médica diz que quimicamente é necessário encontrar maneiras de interromper a produção de cortisol e aumentar serotonina e endorfina, como a meditação. Ela indica escolher alguma atividade, de preferência com gasto de energia, que mantenha seu cérebro pensando em outra coisa diferente da sua rotina.

*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC.

Foto destaque: Envelhecimento da pele. Foto/Reprodução

Bursite no quadril: entenda a condição que vem afetando o Presidente Lula

Dor para levantar, sentar ou simplesmente se locomover, esse é o sintoma de uma bursite no quadril. Quem sofre dessa condição pode enfrentar muitas barreiras no dia a dia apenas para desenvolver ações simples como levantar da cama ou se abaixar para pegar algo que tenha caído no chão.

A bursite no quadril é causada por diversos fatores, entre eles estão: sedentarismo, longos períodos sentados, lesões por movimentos repetitivos e carregamento de sobrecarga.

Entendendo a condição

Segundo Raquel Silvério, Fisioterapeuta e Diretora Clínica do Instituto Trata unidade de Guarulhos, essa condição acomete principalmente mulheres e idosos: “A bursite no quadril pode ser uma condição debilitante que acomete principalmente as mulheres e idosos. O diagnóstico precoce é sempre a melhor opção de tratamento, O tratamento da bursite no quadril depende da gravidade dos sintomas e das causas subjacentes. Mas com um diagnóstico é possível adotar uma conduta mais certeira e na grande maioria dos casos a fisioterapia é o mais recomendado”, resume.

Tratamento e exercícios em casa

Além do tratamento com fisioterapia é possível fazer alguns exercícios em casa a fim de aliviar as dores no quadril em dias de crise. Confira alguns exercícios recomendados pela fisioterapeuta:

Alongamento do quadril: Deite-se de costas com as pernas esticadas. Dobre um dos joelhos e puxe-o suavemente em direção ao peito, segurando por 15-20 segundos. Repita com a outra perna. Isso ajuda a alongar os músculos da região do quadril.

Rotações do quadril: Sentado em uma cadeira, gire suavemente o quadril em um movimento circular por 10-15 segundos em cada direção. De acordo com Raquel, isso ajuda a melhorar a mobilidade articular.

Exercício de ponte: Deite-se de costas, com os joelhos dobrados e os pés apoiados no chão. Levante os quadris em direção ao teto, mantendo os pés no chão e os ombros no chão. Isso fortalece os músculos glúteos e ajuda a estabilizar o quadril.

Raquel Silvério também aconselha que qualquer pessoa que esteja lidando com a bursite no quadril deve procurar a orientação de um profissional de saúde, como um fisioterapeuta, antes de iniciar qualquer programa de exercícios. 

Raquel Silvério:

Fisioterapeuta e Diretora Clínica do Instituto Trata, a profissional possui especialização em fisioterapia músculo esquelética pela Santa Casa de São Paulo.

Foto destaque: Dor na região do quadril. Foto/Reprodução

Grazi Massafera diz que congelou óvulos: veja até quando é possível adiar gravidez

Em entrevista ao WowCast, a atriz Grazi Massafera revelou que já congelou óvulos, mas não pretende ter outro filho no momento, optando por priorizar a relação com sua filha, Sofia.

Mas, hoje, Grazi está com 41 anos e é de conhecimento geral que as chances de gravidez diminuem com a idade, com drástica redução após os 35 anos. Então, apesar do congelamento de óvulos ser uma ótima maneira de preservar a fertilidade em mulheres que desejam adiar a gestação, surge a dúvida: quais as chances de gravidez após os 40 anos com óvulos congelados?

Chances de fertilização

De acordo com o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana, tudo depende da idade em que os óvulos foram congelados.

“As taxas de sucesso da FIV são determinadas pela idade do óvulo utilizado. Então, mulheres com até 35 anos, se congelarem pelo menos 20 óvulos, têm chances de 80% de conceber pelo menos um filho. Se os mesmos 20 óvulos forem congelados entre os 35 e 37 anos, a chance de gravidez é de 65%. Já se o congelamento desses 20 óvulos for feito entre os 38 e 40 anos, a probabilidade de a mulher ter no mínimo um filho é de 55 a 60%”, explica.

Gravidez em idade avançada

No entanto, é recomendado que os óvulos congelados sejam utilizados antes dos 50 anos. “Não há uma idade exata para que a mulher use os óvulos congelados. Em tese, se ela tiver uma boa saúde, pode engravidar até com bastante idade. Porém, recomendamos que a mulher use os óvulos antes dos 50 anos, pois, após essa idade, os riscos para a gravidez acabam sendo grandes, principalmente por conta de ter pressão alta, diabetes gestacional e parto prematuro.

Os riscos para a saúde da mãe acabam sendo maiores e consequentemente afetam o desenrolar da gestação, com riscos também para o recém-nascido”, explica o ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).

Vale ressaltar ainda que mesmo mulheres com idade avançada que não realizaram o congelamento de óvulos podem engravidar através da Fertilização In Vitro, já que é possível optar pela ovorecepção. Independentemente da escolha pelo congelamento de óvulos próprios ou pela ovorecepção, a Fertilização In Vitro ocorre da mesma maneira. 

*Dr. Rodrigo Rosa: Sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).

*Dr. Fernando Prado: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica.

Foto destaque: Grazi Massafera. Foto/Reprodução

Entenda por que a endometriose pode causar infertilidade nas mulheres

A endometriose é uma doença que é severa com a fertilidade feminina. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada 10 mulheres tem endometriose. É um universo grandioso no Brasil de forma que quase 10,4 milhões de mulheres sofrem com o problema.

No entanto, o número de mulheres com endometriose atualmente pode ser maior do que o relatado, pois, até hoje, os sintomas da doença são negligenciados, levando a um cenário de subdiagnóstico.

Diagnóstico tardio

“Estima-se que, dessas, de 3 a 5 milhões tenham infertilidade. A endometriose tem como principal sintoma dor pélvica intensa durante a menstruação, que geralmente não recebe atenção por ser confundida com cólicas menstruais. Isso faz com que o diagnóstico da condição seja realizado muito tardiamente, quando as mulheres encontram alguma dificuldade para engravidar”, explica o Dr. Fernando, especialista em Reprodução Humana. 

Segundo o Dr. Fernando, a doença não possui uma causa definida, mas está ligada a fatores genéticos e imunológicos. Em muitos casos, as mulheres podem esperar entre 4 e 11 anos antes de serem diagnosticadas com endometriose, e o diagnóstico tardio reduz as chances de sucesso dos tratamentos de fertilidade, que geralmente é realizado com a fertilização in vitro nesses casos. 

Caso clínico

Foi o que ocorreu com Ana Carolina que, além da endometriose, teve outros dois diagnósticos: adenomiose e Anti-Mülleriano (AMH) baixo. O primeiro refere-se à presença das células do endométrio infiltradas no miométrio (músculo uterino), de forma que a gravidez é dificultada, pois após a fecundação do óvulo, o embrião viaja até o útero e precisa se fixar no endométrio para se desenvolver.

O hormônio Anti-Mülleriano é um indicativo da reserva ovariana. “Ter o AMH baixo não indica que a mulher não possa mais engravidar, somente significa que a quantidade de óvulos é pequena, e por esse motivo, se a mulher quiser filhos, ela deve procurar auxilio de seu médico o mais rápido possível”, explica o Dr. Fernando

Segundo o Dr. Fernando, a cirurgia de endometriose deve ser realizada quando a mulher apresenta sintomas graves, que interfiram na sua qualidade de vida e quando o tratamento medicamentoso não surte efeito. Em casos de alterações no endométrio, ou no sistema reprodutivo, também recomendamos a cirurgia. 

DR. FERNANDO PRADO: Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.

Foto destaque: sistema reprodutor feminino. Freepik“>Reprodução