Paciente com câncer recupera fala após raro transplante de laringe

Em 29 de fevereiro, o paciente Marty Kedian, diagnosticado com um câncer ativo na laringe, passou por uma rara cirurgia de transplante de órgão realizada na Mayo Clinic, nos Estados Unidos. A cirurgia durou 21 horas e contou com uma equipe de seis cirurgiões, que realizaram a retirada do tumor e o transplante, permitindo que o paciente voltasse a falar normalmente após 10 anos.

Histórico clínico

Marty Kedian, de 59 anos, enfrentou por mais de uma década um raro câncer na cartilagem da laringe, conhecido como condrossarcoma. Após passar por diversas cirurgias, ele precisou usar um tubo de traqueostomia para respirar e engolir, o que o impossibilitou de falar.


Marty Kedian, primeiro americano a passar por um raro transplante de laringe (Foto: reprodução/Mayo Clinic via AP/G1)


A esposa de Kedian pesquisou e encontrou um estudo realizado pela Mayo Clinic, onde diagnosticaram que ele seria um bom candidato para a pesquisa.

Após dez meses de espera, encontraram um doador com uma laringe saudável e do tamanho correto para realizar o transplante. Os resultados da cirurgia foram divulgados nesta terça-feira (09).


Médicos seguram o órgão doado para Kedian (Foto: reprodução/Mayo Clinic via AP/G1)


Kedian conseguiu pronunciar “olá” cerca de três semanas após o procedimento, além de reaprender a engolir. No entanto, ainda será necessário usar o tubo de traqueostomia por mais alguns meses.

“Estou me esforçando para fazer isso ir mais rápido porque quero esses tubos fora de mim, para voltar a uma vida normal”, relatou Kedian.

As dificuldades de um transplante de laringe

O transplante de laringe é uma cirurgia altamente complexa, não sendo comum por se tratar de um órgão vascularizado e com terminações nervosas envolvidas. Existem menos de dez registros de pacientes que passaram por esse procedimento em todo o mundo.

Marty Kedian se negou a remoção total da laringe, considerada uma opção perigosa.

O ensaio clínico realizado com Kedian permite compreender e explorar a viabilidade de ajudar uma população mais ampla. “O ensaio clínico nos possibilita realizar uma investigação científica para avaliar a segurança e eficácia do transplante de laringe como uma opção viável para os pacientes, potencialmente popularizando o procedimento”, afirmou o otorrinolaringologista David Lott, líder da equipe de cirurgia.

Através de imagens divulgadas em canais da imprensa, Marty Kedian aparece bem, demonstrando habilidade para engolir e melhorando sua respiração. Ele recuperou 60% de sua capacidade de fala em quatro meses. Os médicos informaram que os tubos de traqueostomia serão removidos quando Kedian estiver respirando por conta própria.

Foto destaque: cirurgiões da Mayo Clinic durante o transplante em Kedian (Reprodução/Mayo Clinic via AP/ G1)

Programa Farmácia Popular disponibiliza novos medicamentos gratuitos

A partir desta quarta-feira (10), o Programa Farmácia Popular Brasil PFPB passa a disponibilizar mais dez medicamentos de forma gratuita. O Ministério da Saúde acrescentou aos novos medicamentos aqueles que são para doença de Parkinson, glaucoma, dislipidemia (colesterol e triglicerídeos elevados) e rinite.

Mais saúde e mais economia

Para retirar o medicamento nas farmácias populares, são necessários documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro da data de validade (particular ou SUS). A Farmácia Popular também fornece fralda geriátrica, sendo necessário, para retirada, que, ou o paciente tenha acima de 60 anos, ou que seja pessoa com deficiência (PCD). Há, ainda, a necessidade de apresentar prescrição médica, laudo médico e atestado que comprove a necessidade do uso.



Programa Farmácia Popular (Foto: reprodução/Elza Fiuza/Agência Brasil)


O principal diferencial do Programa Farmácia Popular é o fato de que, com essas medicações, evitam-se vários tipos de agravamento de doenças que levam a internações ou complicações no quadro clínico de um paciente. Sendo que, em consequência da gratuidade de medicamentos, tem-se uma economia maior em relação aos custos de internações no SUS, e também menos lotação em hospitais. Ou seja, tanto na saúde, quanto na economia acaba tendo resultados positivos.

Programa mais bem avaliado

Este programa do Governo Federal foi muito bem avaliado pela sociedade brasileira. Em uma pesquisa da Quaest, o programa teve 86% de aprovação, sendo o mais bem aprovado dentre outros, como, por exemplo, o ‘Bolsa Família’, programa ‘Desenrola’ e o mais recente programa ‘Pé de Meia’.

Com a estimativa de vida mais prolongada de uns anos para cá, é bastante importante a ampliação de mais medicamentos no Programa Farmácia Popular, pois mais pessoas tem utilizado deste benefício, o que é demonstrado na avaliação positiva do programa.

Foto destaque: atendimento em farmácia (Reprodução/Tbel Abuseridze na Unsplash)

Farmacêuticas solicitam redução de impostos para medicamentos essenciais

A indústria farmacêutica está intensificando seus esforços para garantir uma redução significativa nos impostos sobre medicamentos essenciais. Recentemente, representantes do setor têm realizado reuniões com lideranças da Câmara dos Deputados, argumentando que remédios como antigripais, analgésicos, antialérgicos e determinados antidepressivos, podem ter seus preços aumentados sem uma reformulação tributária adequada.

Pedido de redução de 60% nos impostos


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Mulher fazendo cálculos (foto: reprodução/ Krisanapong detraphiphat/ Getty Images Embed)


O objetivo das farmacêuticas é obter um desconto de pelo menos 60% nos impostos aplicáveis a esses medicamentos. O texto atual da reforma tributária divide os remédios em categorias: alguns terão isenção total, outros uma redução de 60%, e uma terceira categoria pagará a alíquota cheia, que deve ser de aproximadamente 26,5%.

Posição do Ministério da Fazenda

Apesar dos esforços da indústria, o Ministério da Fazenda indicou que não há planos de revisar as taxas de medicamentos neste momento, uma vez que muitos desses produtos já não possuem isenções fiscais. Assim, a proposta do setor farmacêutico enfrentará desafios significativos para ser aprovada.

Espaço para mudanças na Reforma Tributária

No grupo de trabalho que discute a reforma tributária, há indicações de que ainda existe margem para alterações, o que oferece uma esperança para a indústria farmacêutica. No entanto, a competição por isenções e reduções fiscais é intensa, e muitos setores buscam benefícios similares.

Impacto potencial e próximos passos

A reformulação dos tributos sobre medicamentos é crucial para garantir que os preços não aumentem, especialmente para produtos essenciais como antidepressivos e analgésicos, que têm uma demanda significativa. As próximas semanas serão decisivas para o setor farmacêutico, que continuará suas negociações com os legisladores na tentativa de assegurar condições mais favoráveis para a comercialização de medicamentos no Brasil.

O desfecho dessas discussões pode impactar diretamente os consumidores, afetando o acesso a medicamentos essenciais e, consequentemente, a saúde pública.

Foto destaque: imagem de medicamentos (reprodução/Nenov/ Getty Images Embed)

União Europeia e China registram surto de coqueluche

A União Europeia registrou nos primeiros três meses de 2024 mais de 32 mil casos de coqueluche, superando os mais de 25 mil casos registrados durante todo o ano de 2023. A China reportou 32.380 casos, sendo que 13 pacientes vieram a óbito até fevereiro deste ano. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 115 casos até junho; no ano passado foram 217 casos, sem registro de morte pela doença.

Sintomas e impactos da coqueluche

A coqueluche é uma doença respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. A principal característica da infecção são crises de tosse seca intensa e dificuldades respiratórias. Crianças e bebês são os principais atingidos pela doença, que pode evoluir rapidamente para estágios mais graves. Os primeiros sintomas podem assemelhar-se a uma gripe ou resfriado, manifestando-se geralmente com corrimento nasal, febre baixa e tosse. Conforme a infecção avança, a tosse piora e surgem novos sintomas como falta de ar, vômito e cansaço extremo.


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Bebê sendo vacinado (Foto: reprodução/Fabio Teixeira/Agência Anadolu/Getty Images Embed)


Os sintomas da coqueluche podem persistir por até 10 semanas e podem evoluir para pneumonia. Em casos mais graves, o paciente pode sofrer parada respiratória, convulsões, dano cerebral e até morte.

A transmissão da doença ocorre pelo contato com uma pessoa infectada pela bactéria, através de gotículas expelidas durante a tosse, espirros ou pela fala. Os sintomas manifestam-se num prazo de 5 a 10 dias, podendo variar até um máximo de 42 dias.

Estratégias de prevenção, vacinação e tratamento

A melhor forma de prevenção ainda é a vacinação, principalmente entre crianças e grupos considerados de risco. No Brasil, a vacina pentavalente é disponibilizada pelo SUS e altamente indicada para crianças no primeiro ano de vida, com reforço da vacina tríplice bacteriana aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Além da cobertura contra a coqueluche, a vacina “penta” auxilia na prevenção de doenças como difteria, tétano, hepatite B e influenza B. O diagnóstico da coqueluche é obtido através de exames laboratoriais, e o tratamento é feito com a administração médica de antibióticos.

É importante verificar se a cobertura vacinal está em dia para prevenir contra a doença. No ano passado, segundo reportagem do G1, a meta de imunização  ficou abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde. É fundamental também que, em caso de manifestação dos sintomas, seja procurada uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequado.

Foto Destaque: criança sendo imunizada (Reprodução/Pedro Vilela/Getty Imagens Embed)

Síndrome de Patau: o que é a doença rara do filho de Zé Vaqueiro

Na madrugada desta terça-feira (9), foi anunciada a morte do pequeno Arthur, filho de apenas 11 meses do cantor Zé Vaqueiro e da empresária Ingra Soares. O menino nasceu com uma doença congênita rara conhecida como Síndrome de Patau ou trissomia do cromossomo 13, uma condição genética que afeta 1 em cada 5.000 recém-nascidos e provoca um conjunto de malformações graves.

A síndrome de Patau: Entenda a doença

Arthur completaria um ano de vida no próximo dia 24 de julho. O filho do cantor veio a óbito por complicações provenientes da Síndrome de Patau ou trissomia 13, que é uma condição genética rara na qual o portador tem a presença de um cromossomo 13 adicional, resultando em um total de 47 cromossomos em vez dos 46 habituais. Como resultado dessa anomalia cromossômica, podem ocorrer uma série de malformações congênitas.

As diversas complicações que podem ser apresentadas por um recém-nascido nesta condição são: problemas de crescimento e baixo peso, defeitos cardíacos estruturais graves, e, em alguns casos, microcefalia, quando a estrutura encefálica e craniana se desenvolve abaixo do esperado. A má formação encefálica pode resultar em outras anomalias como microftalmia (olhos pequenos) ou até anoftalmia (ausência do globo ocular) e malformações de orelhas e surdez. 

Defeito na formação das paredes abdominais, como a exposição de órgãos internos, má formação de órgãos sexuais, cistos nos rins, dedos adicionais e até ausência de pele no couro cabeludo também são possíveis. Um recém-nascido portador desta condição tem poucas chances de sobreviver. Arthur, filho do cantor, resistiu por onze meses, mas, de forma geral, os nascidos com esta condição sobrevivem por apenas dias ou semanas.


Arthur, filho do cantor Zé Vaqueiro (Reprodução/Instagram/@zevaqueiro)


Diagnóstico e tratamento

A Síndrome de Patau é uma doença rara e não existem fatores predeterminantes. O diagnóstico pode ser feito ainda durante o período pré-natal. O teste é realizado no sangue da mãe por volta das 9 semanas de gestação. Se o resultado do teste sugerir trissomia 13, é feita a coleta do líquido amniótico para confirmação da condição fetal.

A detecção pré-natal pode ser percebida através de exames de ultrassom, e testes adicionais podem confirmar a trissomia 13. Não existe cura para a Síndrome de Patau; o tratamento se concentra no alívio dos sintomas e no apoio aos familiares. Por ser uma doença transmitida congenitamente, normalmente é feito aconselhamento genético aos pais. Existe também a condição de trissomia parcial ou mosaico. Neste caso, bebês nascidos com esta condição mais branda podem ter uma sobrevida mais longa.

Foto Destaque: Arthur, filho do cantor Zé Vaqueiro e Ingra (Reprodução/Instagram/@ingra_)

PMMA: substância perigosa e ainda sendo utilizada no corpo

Após passar por cirurgia, a influencer morreu ao utilizar substância PMMA no glúteo. Com o resultado do laudo da perícia, a polícia poderá confirmar se realmente o uso da substância que causou a morte da influencer.

Aline tinha 33 anos e já em sua primeira aplicação não se sentiu bem ao retornar para casa e foi internada. Quando internada, ela disse aos médicos que havia recebido o PMMA em uma aplicação.

O PMMA é um plástico

A substância polimetilmetacrilato PMMA, popularmente conhecido por acrílico, se trata de um polímero sintético transparente, que tem baixo custo e fácil processamento para diversas aplicações. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), autoriza o uso das substâncias em alguns casos. A utilização autorizada é apenas para correção de defeitos quando da necessidade de volume. Porém, com a finalidade de estética, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, não recomenda. Com a morte da influenciadora, entidades médicas condenaram o uso do PMMA para fins estéticos.

O PMMA é simplesmente um plástico, a qual o corpo não tem capacidade de degenerar. Vale ressaltar, que outros produtos como o ácido hialurônico, que são absorvíveis e terem antídotos, o que possibilita a remoção do produto. E ainda aprovado pelos médicos para fins estéticos.

A substância não degenera

No caso do PMMA, sua remoção é feita através de cirurgia. Esta acontece removendo o produto juntamente com o tecido. Ou seja, é um grande risco a utilização deste produto, tendo em vista os efeitos negativos no corpo.


Imagens divulgadas pela policia (Foto: reprodução/divulgação) 


A investigação da morte da influenciadora Aline continua. Sendo que, a clínica pela qual ela fez o procedimento não tinha alvará de funcionamento. E a responsável do estabelecimento Graziele, não tem registro no CRM e nem ao menos cursou uma faculdade. Na clínica nem ao menos prontuários de pacientes existiam, segundo a delegada. Ela passou por audiência de custódia e continua presa.

Foto Destaque: Aline Maria Ferreira (reprodução/Instagram/@alinemariaferreira)

Descobertas recentes: por que algumas pessoas pegam COVID-19 e outras não

A University College London, o Wellcome Sanger Institute e o Imperial College London, realizou um estudo controlado expondo voluntários ao SARS-CoV-2 afim de sanar uma dúvida que surgiu durante a pandemia onde muito se questionava sobre porque algumas pessoas não pegavam COVID-19 enquanto outras pegaram mais de uma vez.

Em busca de respostas

Em um estudo recém publicado na revista Nature, 16 voluntários saudáveis e não vacinados foram expostos experimentalmente ao SARS-CoV-2 através de um spray nasal e monitorados em quarentena rigorosa. Utilizando tecnologia avançada de sequenciamento de célula única, as amostras analisadas se tratam de tecido do nariz e garganta, além de amostras de sangue coletadas antes e depois a exposição ao vírus.


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 Testes realizados mostram possível marcador de proteção contra formas graves de COVID-19 (Foto: reprodução/Jane Barlow – WPA Pool/Getty Images Embed)


Identificamos três padrões distintos de resposta à infecção: seis dos 16 voluntários desenvolveram COVID-19 leve com sintomas de resfriado e testes positivos por vários dias, três apresentaram infecções transitórias com testes virais intermitentes e sintomas fracos, mas sete voluntários mostraram infecções abortadas, sem sintomas ou testes positivos detectados, surpreendentemente, observamos que a resposta imune antiviral, medida pelo interferon, foi detectada primeiro no sangue antes de aparecer no nariz nos casos de infecção transitória, sugerindo uma rápida disseminação da resposta imune a partir do local inicial de exposição viral.

Em busca de proteção

Identificamos o gene HLA-DQA2, expresso em níveis mais altos em voluntários que não desenvolveram infecção sustentada, sugerindo ser um possível marcador de proteção contra formas graves de COVID-19. Essas descobertas fornecem insights importantes sobre as respostas imunes iniciais ao vírus, essenciais para futuras pesquisas e estratégias de saúde pública. Nossa pesquisa, que identificou o gene HLA-DQA2 como possível marcador de proteção contra formas graves de COVID-19, agora será comparada com estudos atuais que desafiam voluntários com diferentes cepas do vírus.

Estes novos estudos incluem principalmente pessoas vacinadas ou com imunidade prévia, oferecendo insights cruciais para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas mais eficazes contra futuras pandemias. Marko Nikolic é pesquisador principal em medicina respiratória na University College London, e Kaylee Worlock é pesquisadora de pós-doutorado em biologia molecular e celular na mesma instituição. Suas pesquisas são cruciais para avanços em diagnósticos e terapias de doenças respiratórias, contribuindo significativamente para a saúde respiratória global. Este texto foi originalmente publicado no site da The Conversation Brasil. 

Foto destaque: pessoas vacinadas ou com imunidade prévia, oferecendo insights cruciais para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas mais eficazes (reprodução/Tang Ming Tung/Getty Imagens Embed)

Estudos apontam que risco de câncer de pulmão pode diminuir depois dos 75 anos

Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer é a idade, além de fatores externos, como estilo de vida, e fatores genéticos. Porém, novos estudos realizados, apontam que o risco de desenvolver câncer – mais especificamente de pulmão -, pode diminuir a parti dos 75 anos. Os dois estudos ainda passarão por outra revisão, porém foram publicados como pré-impressão.

Dois estudos apontam diminuição de risco de câncer de pulmão

Um dos estudos – da Universidade de Stanford – fez a análise em camundongos com a mutação que causa o câncer. Com a ajuda de um interruptor genético, os pesquisadores conseguiram controlar a mutação, ativando os genes em camundongos jovens e idosos. Com isso, descobriram que a incidência de tumores foram maior em camundongos mais jovens.

Outro estudo, com liderança de Xueqian Zhuang, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, aponta que com a idade, a produção de uma proteína chamada NUPR1 é aumentada no corpo. Essa proteína afeta o metabolismo de ferro e, com isso, as células passam a agir como se houvesse uma deficiência de ferro. Isso restringe a capacidade dessas células de crescerem rápido, reduzindo o risco de desenvolver tumores. Nessa mesma pesquisa, a proteína NUPR1 foi inativada em camundongos mais velhos, o que aumentou o risco deles desenvolverem câncer de pulmão, devido o aumento de níveis de ferro nos pulmões dos camundongos.


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Estudos foram feitos em camundongos e ainda precisa passar por revisão por pares (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Mesmo com a pesquisa, é importante alertar sobre o risco do tabagismo, que é um dos fatores que podem levar ao risco de câncer. O tabagismo está atribuído a 30% dos casos de câncer. Quando se fala de câncer de pulmão, 70% dos casos é ligado ao tabagismo.

Novas formas de tratamentos

Em conversa com a CNN Brasil, o oncologista clínico Vladmir Cláudio Cordeiro de Lima, apontou o uso de terapias específicas para pacientes idosos. “Se os resultados do primeiro estudo se confirmarem e forem replicados posteriormente em humanos, eles indicariam que tumores de pulmão em pacientes idosos têm perfis moleculares distintos de tumores em pacientes jovens e isso poderia levar à seleção de terapias distintas e direcionadas para tais alterações”, disse Vladmir.

O oncologista também comenta sobre o segundo estudo, diz que, caso confirmado e replicado, a redução na absorção ou utilização do ferro, poderia virar uma nova forma de tratamento ou redução de risco de câncer de pulmão. Porém, Vladmir reforça que os estudos ainda não foram publicados e nem revisados por pares – processo para garantir a qualidade dos trabalhos -, e que ainda pode ser feita outra revisão e validação, principalmente porque o estudo não foi feito em humanos.

Foto destaque: risco de câncer de pulmão pode diminuir em pessoas idosas (Reprodução/ Kawee Srital-on/Getty Images Embed)

Médica aponta os riscos do PMMA

A Doutora Eliane Palermo, membro do conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) e da sociedade Brasileira (SBD), alerta em entrevista concedida para a CNN Brasil, que os procedimentos realizados com PMMA podem permanecer no organismo por anos sem causar sintomas até desencadear uma reação inflamatória.

Entenda o que é a substância de PMMA e seus riscos

o PMMA é um polímero de plástico líquido que quando implantado no corpo não é absorvido, aplicado em camadas mais profundas da pele, ele se adere às estruturas como músculos e ossos, o que torna a remoção da substância quase impossível.

Em entrevista a Dra. Eliane explica: “Ele pode imediatamente ter um problema vascular e aí causar embolia pulmonar, mas quando ele é silencioso, quando ele fica no seu organismo durante anos sem ser possível removê-lo, são polímeros plásticos como se fosse um plástico líquido que vai ficar implantado no organismo e ele pode estar lá quieto até que ele tenha uma reação inflamatória”.

A médica ainda informa que a substância é de uso exclusivo médico, pois é um produto de uso em saúde da classe IV, ou seja, a sua classificação é de risco máximo.


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O uso da substância e regulamentação

O produto, inicialmente, foi liberado para tratamentos de HIV, como opção de tratamento nas lipoatrofias faciais em pacientes que vivem com AIDS, entretanto, a Dra. Eliane diz que hoje não há justificativas que compense os riscos e defende uma regulamentação mais rígida sobre o uso ou até mesmo o seu banimento. A especialista ainda alerta: “ele não é liberado para aumento de volume de glúteo, ponto. Então assim, nós estamos falando de uma coisa que é ilegal. Aumentar o glúteo com PMMA não é liberado nem pela própria Anvisa”,

Ela também salienta que possíveis casos de insuficiência renal em pacientes jovens que fizeram o procedimento está sendo investigado pelas sociedades médicas. 

Foto destaque: seringas, injeções, agulhas (reprodução/Alfonso Cerezo/Pixabay)

EUA aprova medicamento contra a doença de alzheimer

Nesta terça-feira (02), a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula os medicamentos dos EUA aprovou o Donanemab, um anticorpo monoclonal projetado para retardar a progressão da doença de Alzheimer sintomática na fase inicial. Entenda:

Donanemab: uma esperança para o alzheimer


Novo medicamento para o alzheimer (Foto:Reprodução/Eli Lilly)


O medicamento Donanemab será vendido sob o rótulo Kisunla, e foi aprovado após recomendações de especialistas externos da agência. Todos os especialistas concordaram que o medicamento deveria ser usado em pacientes com Alzheimer nos estágios iniciais. O valor do remédio é de cerca de US$ 695 (R$ 3,94 mil na conversão direta), o que equivaleria a US$ 12,52 mil (R$ 71,08 mil) para um tratamento de seis meses, ou cerca de US$ 32 mil (R$ 181,66 mil) por ano, dependendo da data em que o paciente terminaria o tratamento.

Embora Donanemab não seja uma cura, os ensaios clínicos mostraram que ele impede a progressão do Alzheimer e permite que as pessoas vivam vidas independentes durante mais tempo e façam as coisas cotidianas com segurança, com  “resultados altamente significativos”, segundo a Eli Lily, marca fabricante do remédio.

De acordo com os testes realizados, houveram 35% menor de progressão da doença ao longo de um ano e meio para aqueles que tomaram o medicamento.

Doença de alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que se desenvolve gradualmente e afeta o comportamento, o pensamento e a memória. É o tipo mais prevalente de demência em idosos.

Embora a causa exata da doença de Alzheimer não seja totalmente compreendida, acredita-se que uma variedade de fatores genéticos, fatores ambientais e fatores de estilo de vida são os principais responsáveis.

Aproximadamente 1,2 milhão de brasileiros sofrem de demência, e 100 mil novos casos são diagnosticados anualmente. O número pode chegar até  50 milhões de pessoas em todo o mundo.

Atualmente não existe uma cura para a doença de Alzheimer. O foco dos tratamentos atuais é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. No entanto, o  Donanemab surge como um impedidor que a doença avance em casos inicias.

Foto Destaque: Remédios para o cérebro (Reprodução: Istock/Folha de São Paulo)