A Doutora Eliane Palermo, membro do conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) e da sociedade Brasileira (SBD), alerta em entrevista concedida para a CNN Brasil, que os procedimentos realizados com PMMA podem permanecer no organismo por anos sem causar sintomas até desencadear uma reação inflamatória.
Entenda o que é a substância de PMMA e seus riscos
o PMMA é um polímero de plástico líquido que quando implantado no corpo não é absorvido, aplicado em camadas mais profundas da pele, ele se adere às estruturas como músculos e ossos, o que torna a remoção da substância quase impossível.
Em entrevista a Dra. Eliane explica: “Ele pode imediatamente ter um problema vascular e aí causar embolia pulmonar, mas quando ele é silencioso, quando ele fica no seu organismo durante anos sem ser possível removê-lo, são polímeros plásticos como se fosse um plástico líquido que vai ficar implantado no organismo e ele pode estar lá quieto até que ele tenha uma reação inflamatória”.
A médica ainda informa que a substância é de uso exclusivo médico, pois é um produto de uso em saúde da classe IV, ou seja, a sua classificação é de risco máximo.
O uso da substância e regulamentação
O produto, inicialmente, foi liberado para tratamentos de HIV, como opção de tratamento nas lipoatrofias faciais em pacientes que vivem com AIDS, entretanto, a Dra. Eliane diz que hoje não há justificativas que compense os riscos e defende uma regulamentação mais rígida sobre o uso ou até mesmo o seu banimento. A especialista ainda alerta: “ele não é liberado para aumento de volume de glúteo, ponto. Então assim, nós estamos falando de uma coisa que é ilegal. Aumentar o glúteo com PMMA não é liberado nem pela própria Anvisa”,
Ela também salienta que possíveis casos de insuficiência renal em pacientes jovens que fizeram o procedimento está sendo investigado pelas sociedades médicas.
Foto destaque: seringas, injeções, agulhas (reprodução/Alfonso Cerezo/Pixabay)