Bem Estar

Saúde mental: Problemas com os barulhos urbanos

São muitos os inimigos do ouvido e por mais que estejamos acostumados essa realidade, os problemas de saúde também estão relacionados a isso.

05 Ago 2021 - 20h37 | Atualizado em 05 Ago 2021 - 20h37
Saúde mental: Problemas com os barulhos urbanos Lorena Bueri

Quanto mais as tecnologias e a urbanização crescem, mais os diversos ruídos do cotidiano apontam o mesmo caminho. Antes não existiam muitos meios de geração de barulhos e as cidades eram bem mais silenciosas, mas a tecnologia trouxe inúmeras formas de se fazer ruídos e a urbanização as reúne pela cidade. Outrora em espaçadas casas, agora muitas pessoas vivem em apartamentos, aumentando o nível de intolerância, mas também de necessidade de respeito ao próximo, são mais pessoas convivendo em um espaço menor. Além disso, esse acúmulo de pessoas faz aumentar o trânsito e o comércio.

São muitos os inimigos do ouvido e por mais que estejamos acostumados a essa realidade, os problemas de saúde também estão relacionados a isso. “A poluição sonora se relaciona a uma série de complicações, que vão de zumbidos e comprometimento da audição à insônia, dores de cabeça, estresse e hipertensão. A intensidade de som considerada segura para nosso ouvido é de até 85 decibéis, valor facilmente alcançado em uma avenida movimentada. É preciso levar conta também o tempo de exposição aos ruídos. Por mais inofensivos que pareçam, sons de 85 a 90 dB se tornam nocivos depois de oito horas de exposição”, relata em artigo científico o dirigente da Sociedade  Brasileira de Otologia, Silvio Caldas. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, o ruído tolerável em áreas residenciais é de 45 decibéis.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 10% da população mundial está exposta a níveis de pressão sonora que podem causar perda auditiva. Em cerca da metade destas pessoas o prejuízo auditivo pode ser atribuído ao ruído intenso. Segundo artigo publicado na Revista Lancet (2013), a perda auditiva induzida por ruído é um problema de saúde pública. No Brasil chega a 6,8% da população, de acordo com o Departamento de Fonoaudiologia da Unifesp-EPM.  Como não existe uma constância nas notificações no país esse número deve ser bem maior.


Barulho - Fonte: Canva         A perda do sono por causa de barulho é um mal moderno no que ser refere à saúde. (Reprodução/Canva)


Barulho de várias formas

Por conta das obras viárias e do aumento do trânsito, esse limite é facilmente ultrapassado. “É um barulho terrível. Durmo com tapa-ouvido por causa das carretas e dos caminhões”, relata a designer Awa Domingues, que mora perto do Anel Rodoviário em Belo Horizonte. Algumas pessoas já jogaram “a toalha” e se acostumaram a esse problema. “À noite é uma barulheira terrível com os latidos de cachorro de um vizinho. É incrível como ninguém toma providência. E há algumas semanas não tenho tido paz nem na academia que frequento, que fica ao lado de um bar com música ao vivo com o volume nas alturas. Acabamos achando normal tanto barulho e vamos nos acostumando”, ressalta Mônica Pinheiro, que mora perto de bares.

Igrejas  

Outro motivo de reclamação são os cultos das igrejas. O aposentado Schubert Tomangnini mora em frente a uma delas. Ele desaprova, mas diz que prefere não entrar em disputa. “O barulho no dia de culto é bem alto. Geralmente o som vai até nove e meia da noite. Incomoda muito. É melhor aprender a lidar. Se formalizarmos uma reclamação tudo é burocrático, outros vizinhos já reclamaram e não adiantou”, lamenta.

A legislação indica que o morador que se sentir incomodado com o barulho na vizinhança pode registrar reclamação na Prefeitura ou na delegacia, por meio de um Boletim de Ocorrência. O delegado pode instaurar inquérito policial para apurar o excesso. No caso dos bares, os excessos acontecem. “A música ao vivo vai até meia noite e meia. Um dia desses dois bares ficaram com o som alto, um atrapalhando o outro e os dois atrapalhando o bairro inteiro. Se for colocar música para os clientes, que coloque dentro do bar e não na calçada. É um afronto ao direito do outro. Já denunciei pela Lei do Silêncio e não adiantou, pois eles foram averiguar num dia que não tinha música. Chamei na hora em que estava acontecendo, mas não apareceram. Reclamei nos dois bares e conversei com os donos, agora nem atendem mais aos meus telefonemas. Não sou obrigado a escutar uma música que não quero. Não posso ler, nem assistir TV em casa tranquilamente”, reclama o professor universitário Eugênio Tadeu.

A corretora de imóveis, Fabrícia Rossi, também tem reclamações parecidas e os problemas não são poucos. “Em frente à casa da minha mãe, um vizinho fez um ‘bar’ na garagem dele e alugou aquelas máquinas de música. O som fica no último volume o dia todo. Ninguém consegue ouvir TV. Já fizeram várias denúncias para a Prefeitura, Disque Sossego, Polícia, etc. Onde moro, um motoqueiro faz a segurança da rua buzinando a noite e a madrugada inteira. Já me informei com a própria polícia que me esclareceu que, além dessa profissão não ser regulamentada, é proibido usar a buzina indiscriminadamente”, desabafa.

 Novos barulhos

Outra reclamação frequente acontece nas madrugadas da engenheira Sumaya Santos, que descreve como um artifício usado para a segurança pode virar um tormento: “Os alarmes de carros, lojas, casas e apartamentos são um problema, na madrugada sempre disparam. O pior é que a gente tenta identificar de onde vem para tentar falar com o responsável, mas não consegue”, lamenta ela. Os animais de estimação também são usados para proteger mais as casas, porém muitas vezes eles parecem sair do controle dos donos durante o sono dos moradores: “Minha rua inteira tem cachorro, dois deles latem bastante. Uma vizinha já mais idosa me disse que não consegue dormir por conta do latido. Para piorar aparecem muitos gatos e a madrugada vira aquela bagunça”, alerta.

Moradores próximo à aeroportos também sofrem. “Durante o dia é um barulho infernal e ficamos gritando para falar um com o outro. Comprei blindex reforçado, pois não conseguimos conversar ou assistir televisão na nossa própria casa. Motores funcionam de madrugada. É impossível dormir!”, se exalta o engenheiro Rogério Miranda, que mora próximo ao Aeroporto da Pampulha.

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Fonto:Canva Evitar os barulhos pode melhorar sua qualidade de vida. (Reprodução/ Canva)


Como melhorar o isolamento acústico da casa e sua saúde mental?

  1. Crie barreiras acústicas com plantas.  
  2. Use materiais fibrosos para absorver o som.  
  3. Vede as janelas para evitar a entrada de som.  
  4. Utilize manta acústica para diminuir sons do andar de cima.
  5. Aposte em tapetes e carpetes se o barulho vem de baixo.
  6.  Vedar portas e janelas. 
  7. Espalhar quadros pelas paredes.     
  8. Aplicar papel ou adesivo de parede.
  9. Colocar cortinas em todas as janelas. 
  10. Espalhar almofadas e pufes pelo chão.
  11. Adotar uma cabeceira de parede na cama. 
  12. Aplicar painéis de drywall nas paredes e no teto.

 

 

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