Não é novidade que o ar poluído é extremamente prejudicial para a saúde. São mais de 8 milhões de pessoas que morrem, por ano, em decorrência da inalação de ar poluído, que intensifica problemas respiratórios como doenças coronárias, AVC e o câncer de pulmão.
Além desses problemas já conhecidos, uma pesquisa feita na Escola de Medicina da Universidade de Maryland, localizada nos Estados Unidos, apresentou dados que ligam a influência da respiração de ar poluído na fertilidade masculina.
O estudo foi publicado na revista Environmental Health Perspectives, mostrando que a inflamação causada pela inalação de ar poluído que age em um tipo específico de neurônio que é, por sua vez, ligado à obesidade e ao ciclo do sono faz com que aconteça uma redução no número de espermatozoides.
Foto: Cientista analisando elementos. (reprodução/ pexels)
A pesquisa foi feita com grupos de ratos saudáveis e ratos geneticamente modificados, uma vez que eles removeram os neurônios com um marcador de inflamação no cérebro. Ambos foram expostos tanto ao ar poluído quanto o filtrado. A conclusão foi que, ao entrar em contato com a poluição, os geneticamente modificados não tiveram uma diminuição na quantidade de espermatozoides e, em contrapartida, os saudáveis apresentaram uma redução.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os neurônios associados ao ciclo do sono e à obesidade estavam, por sua vez, agindo ativamente na redução de espermatozoides em decorrência da poluição do ar.
Os autores do estudo afirmaram que é possível remediar o efeito da poluição do ar na quantidade dos espermas. Segundo eles, isso seria possível através da remoção de um marcador de inflamação específico do cérebro dos ratos.
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“Na medicina em geral, muitas descobertas começam nos estudos animais. É claro que até isso se converter em resultados em humanos, demora um tempo. O ideal seria evitar a poluição, mas como não conseguimos, é preciso encontrar formas de evitar seu efeito deletério”, comenta Matheus Roque, especialista em reprodução humana da clínica Mater Prime.
Apesar da novidade, a influência do cérebro nos órgãos reprodutivos não é nem um pouco nova, uma vez que o estresse emocional afeta, por exemplo, perda de períodos menstruais nas mulheres.
Foto destaque: Cidade poluída. (Reprodução/ pixabay)