Mesmo sendo popularizado como uma questão dos ambientes de trabalho, um novo estudo descobriu que o burnout não se limita à vida profissional e atinge cada personalidade com intensidades diferentes. Segundo Gordon Parker, psiquiatra e professor da Universidade de New South Wales, a doença é mais do que um cansaço extremo e, por isso, possui sintomas vastos.
Com base no analisado por Parker, Gabriella Tavella e Kerrie Eyers, exaustão constante, dormência emocional e confusão no trabalho ou em casa são todos indícios de um possível quadro de burnout. “Pessoas que têm burnout também sofrem de disfunção cognitiva, às vezes chamada de 'névoa cerebral', e de desconexão de seus amigos e famílias, bem como uma performance reduzida no trabalho e nas tarefas de casa”, pontuou ele.
O especialista em saúde mental e transtornos do humor também afirmou que o estresse anormal causado pela pandemia e algumas questões econômicas, como a inflação, têm contribuído para um maior esgotamento das pessoas - tanto mental quanto fisicamente. Através do efeito acumulativo, esses fatores conseguem facilmente desencadear um burnout.
"A maioria das pessoas pensa que o burnout é um problema de trabalho. Na verdade, descobrimos que o estresse vivenciado no trabalho ou em casa pode desencadear esse esgotamento", declara Parker (Foto: Reprodução/Zenklub)
A avaliação dos pesquisadores é de que a síndrome ainda pode se desenvolver devido a características pré-existentes, como o perfeccionismo. “Pessoas com traços perfeccionistas geralmente são excelentes trabalhadores, já que são extremamente confiáveis e conscientes. No entanto, eles também são propensos ao esgotamento, pois estabelecem padrões irrealistas e implacáveis para seu próprio desempenho, que são impossíveis de cumprir”, diz Parker.
Após anos dedicados à pesquisa do tema, o psiquiatra, ao lado de Tavella e Eyers, está lançando o livro “Burnout: A Guide to Identifying Burnout and Pathways to Recovery”. O objetivo da obra, que é o primeiro guia completo de autoajuda para o burnout, é destacar sinais de alerta para a condição e mostrar estratégias de enfrentamento, buscando reduzir o impacto do estresse.
Foto destaque: Perfeccionistas são mais suscetíveis a ter burnout, revela estudo. Reprodução/Hospital Anchieta.