A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, deseja que a Universidade de Harvard peça desculpas pelos recentes episódios de "antissemitismo", por conta de manifestações favoráveis à Palestina ocorridas nas universidades americanas no ano passado.
Segundo Leavitt, o chefe de Estado norte-americano havia sido claro exigindo um pedido de desculpas por conta de um antissemitismo que teria ocorrido contra estudantes judeus americanos ao longo dos protestos.
Possível fim da isenção fiscal
A revelação ocorreu após a indagação de um jornalista a respeito de uma fala do presidente dos EUA desta terça-feira (15), em que Trump disse que considera a hipótese de cancelar a isenção de impostos concedida a Harvard, por conta dessa, segundo ele "promover doença inspirada em política, ideologia e terrorismo".
A declaração ocorre um dia após o governo republicano bloquear mais de US$ 2,2 bilhões em recursos da universidade para pressionar a instituição a cancelar os programas de inclusão e equidade, o que Harvard já comunicou que não fará.
Como justificativa, Leavitt aponta o fato da Universidade de Harvard possuir um fundo de US$ 50 bilhões. Além disso, a porta-voz disse que a população não está satisfeita com os seus impostos sendo aplicados em universidades que não estão somente doutrinando, como permitindo comportamentos ilegais.
Karoline Leavitt durante coletiva de imprensa diária na Casa Branca (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)
Mudança de rumo
Na última sexta-feira (11), o governo americano enviou uma carta à universidade exigindo mudanças em sua política de atuação. Uma delas é o processo de admissão de profissionais baseados no mérito do candidato. Além disso, o governo exige o fim da utilização de máscaras dentro do campus durante os protestos favoráveis aos palestinos.
Alan Garber, presidente de Harvard, expressou, por meio de uma carta, que uma universidade privada não deve se submeter às regras impostas pelo governo, independente do seu partido. Garber ainda acusa as medidas de violarem os direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA e excederem os limites legais da autoridade do governo sob o Título VI, que proíbe discriminação contra estudantes com base em raça, cor ou origem nacional.
Foto destaque: Apoiadores da Palestina reunidos em Harvard para mostrar seu apoio aos palestinos em Gaza (Reprodução/Joseph Prezioso AFP/Getty Images Embed)