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Trump congela US$ 2,2 bilhões em subsídios anuais de Harvard

EUA congelaram US$ 2 bilhões da Universidade de Harvard após recusa da instituição em cumprir exigências como punir estudante em protestos pró-palestinos

15 Abr 2025 - 13h33 | Atualizado em 15 Abr 2025 - 13h33
Trump congela US$ 2,2 bilhões em subsídios anuais de Harvard Lorena Bueri

O governo de Donald Trump congelou mais de US$ 2 bilhões (R$ 5,8 bilhões) em fundos federais para a Universidade de Harvard, uma das Ivy Leagues (grupo de universidades estadunidenses conhecidas pela excelência acadêmica, tradição e influência mundial) mais prestigiadas do mundo.

O congelamento aconteceu após a instituição não atender a uma lista de exigências feita pela Casa Branca. Nelas, o governo republicano propôs o fim de iniciativas voltadas à diversidade, equidade e inclusão que Harvard possui, além da proibição do uso de máscaras em manifestações dentro dos campi. Também defendeu mudanças nos processos de contratação e admissão, com foco em critérios meritocráticos, e a limitação da influência de professores e administradores, classificados pela gestão como mais engajados em ativismo do que na produção acadêmica.

Segundo o jornal The New York Times, que teve acesso à lista, a carta incluía mudanças como:

  1. Notificar as autoridades federais sobre estudantes que demonstrem comportamentos considerados contrários aos princípios norte-americanos;
  2. Assegurar que todos os departamentos acadêmicos promovam a pluralidade de opiniões;
  3. Designar uma organização independente, previamente aprovada pelo governo, para revisar áreas e programas acadêmicos apontados como possíveis fomentadores de atitudes antissemitas;
  4. Realizar apurações sobre possíveis casos de plágio entre membros do corpo docente.

De acordo com fontes da CNN Brasil, o governo Trump adotou medidas que levaram ao cancelamento de vistos de mais de 525 estudantes, professores e pesquisadores ligados a mais de 80 universidades e faculdades no país. Os casos variam em gravidade: alguns envolvem suspeitas de apoio a organizações consideradas terroristas, enquanto outros dizem respeito a infrações menos severas, como contravenções registradas anos antes.

Protestos pró-Palestina

As “atitudes antissemitas” a que a carta se refere são os protestos que tomaram conta das universidades estadunidenses contra a guerra em Gaza e o apoio dos Estados Unidos a Israel. Segundo o governo de Trump, as instituições vêm falhando na proteção de alunos judeus em seus campi. Por isso, a carta exige que os líderes tomem medidas disciplinares para punir os responsáveis pelas “violações” feitas durante os protestos.

O presidente da Universidade de Harvard, Alan Garber, declarou que não atenderá às exigências, já que essa atitude iria contra a liberdade de expressão aos quais os corpos docente e discente têm direito, e são, inclusive, assegurados pela Primeira Emenda. Ele completa: "Embora algumas das demandas delineadas pelo governo visem combater o antissemitismo, a maioria representa uma regulamentação governamental direta das 'condições intelectuais' em Harvard", declarou Garber.


Em suas redes sociais, Harvard afirma que não abrirá mão de sua liberdade de expressão (Foto: Reprodução/Instagram/@harvard)


Em declaração à BBC, o professor de História em Harvard, David Armitage, disse que a escola tinha condições de resistir por ser uma das universidades mais ricas dos EUA, e que nenhum preço era alto demais a pagar pela liberdade. Para Armitage, o congelamento "É um ato não inesperado de prática totalmente infundada e vingativa do governo Trump, que não quer nada mais do que silenciar a liberdade de expressão", completou.

Repercussões em outras universidades

A Universidade Columbia foi uma das primeiras instituições a sofrer sanções do governo Trump, que anunciou em março a suspensão de US$ 400 milhões em bolsas e contratos federais, alegando que a universidade falhou em coibir o antissemitismo durante protestos no campus em 2024, segundo a CNN. Em resposta, a administração da universidade apresentou um plano de ação para atender às preocupações federais. Apesar disso, a presidente interina Claire Shipman afirmou que a instituição rejeita qualquer tentativa de controle governamental sobre seu conteúdo acadêmico, autonomia ou contratação de pessoal.

Na Universidade de Princeton, o governo federal suspendeu US$ 210 milhões em bolsas de pesquisa financiadas por órgãos como a Nasa, o Departamento de Defesa e o Departamento de Energia, conforme divulgado pela própria universidade no início de abril. O Departamento de Comércio também anunciou o corte de mais US$ 4 milhões voltados a pesquisas climáticas. Segundo o presidente da instituição, Christopher Eisgruber, as razões completas para a suspensão ainda não foram esclarecidas, e não houve exigências concretas por parte do governo. Em declarações ao New York Times e em seu artigo ao The Atlantic, Eisgruber classificou as ações como a maior ameaça às universidades americanas desde o Pânico Vermelho.

Cornell e Northwestern também foram afetadas. O governo Trump congelou mais de US$ 1 bilhão em verbas federais da Universidade Cornell e cerca de US$ 790 milhões da Northwestern, ambas investigadas por supostas violações do Título VI, que proíbe discriminação em programas financiados pelo governo, conforme revelou a CNN. Nenhuma das duas universidades foi notificada previamente sobre o congelamento, e a Cornell chegou a receber dezenas de ordens de paralisação de obras do Departamento de Defesa. Ambas afirmaram estar buscando esclarecimentos e cooperando com as autoridades. Em comunicado, a Northwestern destacou que o corte ameaça pesquisas médicas vitais, como o desenvolvimento do menor marcapasso do mundo. Já a Cornell, além de tentar esclarecer o congelamento, anunciou nesta segunda-feira (14) que entrou com uma ação judicial contra cortes adicionais propostos pelo Departamento de Energia.

Foto destaque: Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts (Reprodução/Flickr/Márcio Cabral de Moura)

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