Colômbia apreende narcossubmarino não tripulado que possuía antena Starlink
A embarcação semissubmersível não tripulada apreendida no país era comandada remotamente e tinha a capacidade de transportar ao menos 1,5 tonelada de drogas

Nesta quarta-feira (02), a Marinha da Colômbia anunciou que foi feita a primeira apreensão de um narcossubmarino sem tripulação no mar do Caribe. O veículo semissubmersível operava via controle remoto e utilizava uma antena da Starlink, projeto que faz parte da SpaceX de Elon Musk. Com capacidade de transportar até 1,5 tonelada de drogas, a utilização deste tipo de veículo faz parte da prática de cartéis do narcotráfico colombiano, maior produtor de cocaína do mundo, para levar drogas até os Estados Unidos e Europa. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a Colômbia detém 67% do cultivo de folhas de coca em todo mundo.
Embarcação encontrada
O narcossubmarino foi encontrado nas proximidades de Santa Marta, que fica ao norte do país e pertencente ao Clã do Golfo, porém não havia drogas em seu interior. Segundo a Marinha, a embarcação estaria em fase de testes pelos traficantes antes de ser colocada em operação.
Este tipo de embarcação rústico e leve possui a facilidade de navegar próximo à superfície e pode percorrer maiores distâncias do que uma lancha rápida, além de dificultar a identificação pelas autoridades.
A utilização de narcossubmarinos não é algo novo e ocorre há ao menos duas décadas. Em 2018, 38 embarcações submerssíveis foram interceptadas pelas autoridades regionais nos oceanos Atlântico e Pacífico, segundo o Insight Crime, think tank americano.
Em março deste ano, a polícia de Portugal capturou um submarino com mais de seis toneladas de cocaína e prendeu três brasileiros que faziam este transporte.
Narcossubmarino apreendido (Vídeo: reprodução/YouTube/@OLiberalPA)
O que dizem as autoridades
Conforme o Almirante Juan Ricardo Roxo, comandante da Marinha colombiana, este tipo de intervenção é a reflexão da migração para um sistema mais sofisticado de embarcação sem tripulação que aumenta a capacidade de fuga onde o rastreamento por radar se torna mais difícil e isto acaba gerando “certa autonomia” para as redes criminosas.
A legislação da Colômbia prevê penas de até quatorze anos de prisão para quem construir, possuir, comercializar, transportar ou utilizar embarcações subssubmersíveis no país.