Incêndios avançam em Creta e milhares são transferidos dos locais de risco
País sofre com forte onda de calor que também afeta outros países do Mediterrâneo; autoridades apontam as mudanças climáticas como agravantes para queimadas

Esta quinta-feira (03) marca o segundo dia de incêndios que vêm alastrando a Ilha de Creta, na Grécia. Agravado por ventos fortes, o fogo já atingiu áreas de florestas e olivais, além de ter forçado a evacuação de mais de mil pessoas na madrugada, segundo autoridades.
A mídia local apontou que o incêndio ocasionou danos às estruturas e faltas de energia na cidade, mas não há registro de vítimas ou feridos. Os moradores e turistas das regiões de risco foram realocados em um abrigo temporário. Segundo autoridades, alguns optaram por deixar a ilha.
Atuação dos bombeiros
Mais de 230 bombeiros estão atuando para conter as queimadas que se iniciaram ontem, na cidade de Ierápetra, sudeste de Creta. Os brigadistas contam com o apoio de veículos e helicópteros e receberam, nesta manhã, reforços da capital grega Atenas.
Em entrevista ao canal Mega TV, o vice-prefeito de Lasíti (cidade de Creta) Yannis Androulakis afirmou que há três focos ativos de incêndio. “Devido aos ventos fortes, o fogo progrediu rapidamente […] no momento, há três frentes ativas“.
Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Vassilios Vathrakoyannis, as rajadas de ventos estão chegando a nove na escala Beaufort – sistema que calcula a velocidade do vento e varia de zero a 12. “Há rajadas de vento na área, algumas de nove na escala Beaufort, que estão provocando novos focos e dificultando os esforços de combate ao fogo”, acrescentou Vathrakoyannis.
Foco de incêndio na cidade de Ierápetra, Creta (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)
Mudanças climáticas e verão europeu são propícios para incêndios florestais
O verão no Hemisfério Norte, em especial na Europa, é marcado por altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes. Esses fatores são propícios para as queimadas, que afetam principalmente a região da Grécia e de outros países do Mediterrâneo – área considerada pelos cientistas como “foco de incêndios florestais”.
Segundo autoridades, as queimadas se tornam mais destrutivas a cada ano, por conta dos rápidos efeitos das mudanças climáticas. No ano de 2024, a Grécia registrou o verão mais quente da história e teve cerca de 45 mil hectares queimados pelos incêndios.