No último dia 27 de maio, aconteceu na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, um evento conhecido como Festa do Rosa, que ocorre há mais de 10 anos e chegou à sua 22ª edição. O evento deste ano ficou marcado por um surto de febre maculosa que afetou três pessoas, resultando em suas mortes, e uma quarta morte está sob suspeita.
O evento se pronunciou por meio das redes sociais, admitindo a possibilidade dos casos terem ocorrido na festa. Segundo os organizadores, a vigilância sanitária sempre se concentra no combate à doença no município de Campinas.
Casos
Três vítimas tiveram os exames confirmados para febre maculosa, são elas: Evelyn Santos, de 28 anos; Mariana Giordano, de 36 anos; e o namorado dela, Douglas Costa, de 42 anos. Um adolescente de 16 anos que também esteve na Festa do Rosa faleceu na terça-feira, ainda sob suspeita de ter contraído a doença. A prefeitura fez o mapeamento das principais áreas com risco para a doença, entre elas está o distrito de Joaquim Egídio, local no qual ocorreu a festa.
A cidade de Campinas confirmou um surto da doença na Fazenda Margarida e já suspendeu possíveis eventos até que ele seja controlado. O local já sediou grandes eventos e shows, incluindo a Festa do Rosa, em que um ingresso na pré-venda chegou a custar R$ 750.
O local onde ocorreu o evento afirmou que sempre seguiu as normas estabelecidas pela vigilância sanitária, lamentou o ocorrido e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. A organização do evento também expressou pesar pelas mortes e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos necessários.
A secretária de saúde da cidade afirmou ter informado aos responsáveis pela fazenda a importância de sinalizar o risco da febre maculosa no local. O Departamento de Vigilância e Saúde (Devisa) realizou uma vistoria no local na segunda-feira (12).
Festa do Rosa (Foto: Reprodução/Divulgação/SeoRosa)
Febre maculosa
É uma doença infecciosa causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato-estrela. Para ocorrer a transmissão, o carrapato precisa permanecer fixado na pele por pelo menos quatro horas.
Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça intensa e súbita, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, além de paralisia dos membros, que começa nas pernas e se estende até os pulmões, causando parada respiratória.
O período de incubação da bactéria no corpo é de 2 a 14 dias, com média de 7 dias após a picada do carrapato. É importante buscar tratamento de emergência.
Prevenção
- Usar calças, botas e blusas de mangas longas;
- Usar roupas claras para identificar o carrapato na pele;
- Evitar locais com gramas ou vegetação alta;
- Usar repelente para insetos;
- Ao passar em área de risco, procurar o carrapato no corpo e removê-lo imediatamente, utilizando o auxílio de uma luva, se possível.
Foto destaque: Carrapato-estrela. Reprodução/G1