O município de São Paulo reduzirá em 37,5% a o orçamento destinado a programas de acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica nos próximos quatro anos. Os cortes foram identificados pelo “mandato coletivo” do PSOL.
Em 2021, a prefeitura estimou gastos de R$ 32 milhões com esses programas. Com a redução no orçamento, o gasto previsto cairá para R$ 20 milhões por ano, entre 2022 e 2025.
Os cortes estão previstos no Plano Plurianual para 2022-2025, projeto encaminhado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) à Câmara Municipal, com o planejamento para suas metas, ações e programas.
Cerca de 41 milhões de brasileiras já sofreram violência de um parceiro ou ex. (Foto: Reprodução/Pexels)
Aprovado por vereadores, o texto prevê cortes na Central de Vagas para Acolhimento, responsável pelo auxílio aluguel às vítimas de violência doméstica e pela gestão dessas vagas.
Os valores efetivamente gastos em 2022 podem ser ainda menores. Este ano, por exemplo, dos R$ 32 milhões previstos apenas R$ 29,8 milhões foram gastos pela prefeitura.
De acordo com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, mesmo com a previsão de aumento da demanda por atendimento, comparado com registro dos últimos anos, o orçamento para 2022 "será suficiente" para manter as políticas atuais.
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Segundo uma pesquisa encomendada ao Instituto Locomotiva, 37% das mulheres já foram vítimas de violência de um parceiro ou ex, percentual que salta para 50%, 41 milhões de brasileiras, quando as entrevistadas são colocadas diante de situações hipotéticas.
Na mesma pesquisa, 80% das mulheres afirmaram que os serviços de atendimentos às vítimas são insuficientes. E para 87%, elas sairiam mais rápido e com menos traumas da relação se houvesse mais apoio por parte dos governos com mulheres nesta situação.
Em outra pesquisa, realizada pelo Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 48,8% das vítimas relataram que a violência mais grave vivenciada no último ano aconteceu dentro de casa.
foto destaque: Mulher sendo vítima de violência doméstica. Reprodução/Pixabay