As investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de atentado à bomba contra o STF, ocorrida em 13 de novembro de 2024, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, tiveram suas conclusões encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (29).
O relatório diz que o caso foi motivado por extremismo político de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França", e que ele agiu sem financiamento ou participação de terceiros, tendo como alvo os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Conclusão sobre a investigação
A Diretoria de Inteligência Policial (DIP) investigou as comunicações de Francisco antes do atentado, nas quais ele manifestava a intenção de matar ministros do Supremo Tribunal Federal, com foco específico no ministro Alexandre de Moraes. Moraes é relator de diversos processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, apoiado por Francisco, incluindo o do 8 de janeiro, também ocorrido na Praça dos Três Poderes. As autoridades classificaram o atentado como um caso de "extremismo político".
Alvo do ataque, Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)
Relembre o caso de terrorismo
Na ocasião, o homem-bomba detonou explosivos em uma kombi estacionada no anexo ao lado do STF. Naquela noite chuvosa e fria, ele também carregava explosivos presos ao corpo, sob as roupas. Após ser impedido de entrar no prédio do Supremo por seguranças, seguiu em direção à praça e lançou artefatos em direção ao edifício, que não chegaram a causar danos. Em seguida, ele morreu no local ao detonar os explosivos que portava.
A perícia contou com imagens de câmeras de segurança que mostraram o suspeito comprando os materiais usados na fabricação da bomba. O próprio dono da loja o reconheceu e entregou o material à Polícia Civil, que repassou as informações para a Polícia Federal, responsável pela condução do inquérito.
Foi descoberto que "Tiu França" alugou uma casa em Ceilândia, a 30 km do local do atentado, onde fabricou as bombas sozinho. A investigação de suas movimentações bancárias e fiscais revelou que ele não recebeu nenhum tipo de financiamento para o ato terrorista
A morte da ex-mulher de Francisco
A ex-mulher de Francisco prestou depoimento informal à PF logo após o atentado, relatando que ele foi de Santa Catarina a Brasília com a intenção de matar o ministro Alexandre de Moraes, por quem tinha muita raiva. Alguns dias depois, ela faleceu em um incêndio em sua casa, em Santa Catarina. A polícia do estado investigou o caso e concluiu que o incidente não tinha relação com os eventos ocorridos em Brasília.
Foto Destaque: Francisco Wanderley Luiz, responsável por ato de terrorismo em Brasília (Reprodução/Instagram/@folhadespaulo)