A ONU retomou hoje (23) a ajuda à Faixa de Gaza através do píer construído pelos EUA, após uma interrupção de dois dias causada por um bloqueio aos caminhões de ajuda aos palestinos. As entregas começaram a chegar àquele litoral na sexta-feira (17), à medida que crescia a pressão sobre o Governo israelense para permitir um aporte maior de suprimentos à região sitiada, onde o Hamas luta contra a ocupação e onde a fome é ameaça constante.
Tentativa anterior
A World Central Kitchen, ONG humanitária, havia feito um cais parecido em março, para entregar auxílio por via marítima em Gaza, mas os esforços foram interrompidos no começo de abril, quando sete voluntários da organização morreram em um ataque do exército de Israel. Conforme a ONU, no mínimo são necessários 500 caminhões para entrar em Gaza por dia, e o transporte havia sido interrompido por 48 horas para uma nova rota viável ser posta em prática.
Anteriormente, tentativas de auxílio à população de Gaza foram feitas por aviões (Foto: reprodução/Ashraf Amra/Anadolu/Getty Images Embed)
Ação por parte dos americanos
A doca flutuante havia sido anunciada por Joe Biden em março passado, num momento de severas críticas ao governo pelo apoio militar a Israel, no mesmo momento em que a crise aumentava na Faixa de Gaza. O projeto teve seu início em abril em um valor estimado em US$ 320 milhões (R$ 1,6 bilhão) e foi feito pelos marinheiros americanos. Peças para a estrutura foram trazidas em navios, por 9,6 mil quilômetros pelo Oceano Atlântico, conforme informações do Comando Central norte-americano.
Coordenada pelas Nações Unidas, a distribuição do auxílio é feita a partir desse porto flutuante, mas a organização ratifica que a entrega dos mantimentos por via terrestre é a forma mais eficiente e eficaz de combater a catástrofe que assola a região de 2,3 milhões de pessoas. O fato é que, antes de serem mandadas para Gaza, toda a provisão é inspecionada pelo governo israelense, assim que aportam no Chipre, antes de chegarem ao esperado destino.
Foto destaque: embarcações da Marinha dos EUA se preparam para deixar píer de Gaza, em 16/05/2024 (Reprodução/AshrafAmra/AgenciaAnadolu)
