O Presidente da empresa Voepassa, José Luís Felício Filho afirmou em seu depoimento na Câmara dos Deputados, nesta terça (29), que o avião que caiu no dia 9 de agosto em Vinhedo interior de São Paulo, passou por manutenção recente, exatamente na noite anterior ao acidente, e tinha combustível suficiente para sobrevoar sua rota.
José afirma que é normal em alguns voos, como, por exemplo, o em questão que durou 1h40, a formação de cristais de gelo ao longo do percurso que se acumulam na estrutura da aeronave. Segundo ele, o sistema possivelmente foi ligado e desligado algumas vezes, mas somente o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) consegue precisar a intensidade do gelo que atingiu o funcionamento do sistema do avião.
José Luís Felício Filho, Presidente da Voepass na Câmara dos Deputados(Foto: reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Sobre o acidente
O avião que fatidicamente caiu matando 58 passageiros e 4 tripulantes no dia 9 de agosto deste ano em Vinhedo interior de São Paulo, era do modelo ATR-72 e o voo 2283 tinha rota naquele dia saindo Cascavel (PR) às 11h58 e destino final seria Guarulhos (SP), mas às 13h21 o sinal foi completamente perdido até colidir com o solo. A aeronave ATR-72 está no mercado desde 1988, ela é um turboélice comercial de médio e é conhecida por ser uma aeronave segura e altamente tecnológica.
Possuía matrícula PS-VPB ativa, e passou por manutenção um dia antes do acidente. A investigação segue em andamento pelos os peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), os dados para a construção do relatório não buscam apontar culpados ou responsabilizar pessoas, mas investigar todas as causas técnicas e humanas que contribuíram para o acidente, para prevenir que casos semelhantes ocorram.
Investigação
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que a manutenção da aeronave estava em dia e, de acordo com José, o avião possuía combustível suficiente para finalizar o trajeto em segurança até 10 mil pés, o que possibilitava voar mais baixo, gastando mais combustível para evitar formações de gelo, ainda afirma que todos os pilotos e tripulantes, foram passaram por treinamentos para lidar com condições adversas, incluindo gelo que foi uma das hipóteses apontadas na investigação: “Eu voo nessa companhia desde o início, minha família voa, meus filhos estão se formando para serem pilotos dessa companhia.''. Completa que se não confiasse no serviço oferecido para ele e sua família, não serve para seus tripulantes e passageiros.
As caixas pretas foram recuperadas sem avarias e são de extrema importância para entender o que se passava na cabine dos comandantes, pois possui um dispositivo chamado Flight Data Recorder, a famosa "caixa preta", é capaz de gravar todos os dados do voo como altitude, velocidade e condições climáticas, incluso as conversas entre pilotos, tripulação e torre de controle. Esses gravadores são feitos para resistirem a qualquer acidentes. Foi registrado no que o comandante informa, ainda durante a subida, uma aparente falha no dispositivo responsável pela retira da camada de gelo formada entre as asas da aeronave.
O relatório final vai apresentar todas as conclusões da investigação, mas ainda não foi concluído e pode levar mais de um ano para ficar pronto. Segundo A FAB informou que pretende terminar as apurações o quanto antes, respeitando a complexidade do caso. Assim que finalizado, o Relatório Final será publicado no site do Cenipa.
Foto destaque: Avião Voepass (reprodução/AFP/Miguel Schincariol/Getty Images Embed)