Na noite de terça-feira (1), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva se preparavam para retornar do México quando o avião presidencial apresentou problemas no motor.
A aeronave voou por cerca de 5 horas em círculos sobre o México para que o combustível pudesse ser queimado e, dessa forma, parar em segurança.
Devido à falha técnica, a comitiva precisou retornar em outro avião e a aeronave presidencial permaneceu no México para ser analisada pelo Centro de investigações e prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Avião presidencial precisou sobrevoar por horas para despejar combustível e pousar em segurança (Foto: reprodução/ FlightAwarel)
Após falha técnica, Planalto cogita trocar o avião presidencial
O governo brasileiro retomou a discussão de sobre a substituição da aeronave após o incidente. O atual avião presidencial foi comprado no primeiro mandato de Lula em 2004.
Com o avanço da tecnologia, o veículo ficou defasado, o que aumentou a discussão para a troca. Segundo o portal de notícias CNN, que teve acesso à avaliação de especialistas “a aeronave deve ser substituída por uma mais segura e com os equipamentos adequados para atender as necessidades de um chefe de Estado.”
José Augusto Zague, pesquisador do grupo de defesa e segurança internacional da UNESP, diz que “Realmente, é necessário a substituição dessa aeronave para uma que tenha mais autonomia, que consiga voar com pelo menos uma escala, por exemplo, de Brasília até Tóquio. Hoje é necessário fazer duas, às vezes até três escalas, isso é um risco realmente pro presidente”
Chegada do presidente Lula e comitiva em Brasília após o incidente no México (Vídeo: reprodução/@lulaoficial/Instagram)
Zague concluiu que a aquisição de um modelo aéreo moderno daria ao chefe do estado liberdade para trabalhar dentro do avião devido novos sistemas de comunicação via satélite.
Rafael Santos, piloto do Boeing 777, também defende a troca do veículo, sustentando que a atualização da aeronave não seria apenas para o uso do presidente, mas para todos os envolvidos na operação.
A FAB defende a substituição do avião presidencial
Além das novas tecnologias nos modelos recentes em veículos aéreos, a principal questão é segurança.
O ex-piloto da aeronave presidencial, Enio Beal explica que existem cuidados importantes para executar voos desse porte, os requisitos e critérios de segurança são sempre colocados em primeiro lugar, acima do conforto. “Então, por esse motivo, eu não tenho dúvida nenhuma de que é fundamental que um país como o nosso tenha que ter uma aeronave presidencial” pontua Beal.
A Força Aérea Brasileira (FAB) defende a substituição do avião presidencial sob a alegação de que isso não se limita à segurança do chefe de estado, mas também à segurança nacional.
Aldo Rebelo foi ministro da Defesa e reforça a ideia da FAB: “É um avião da Presidência em função da segurança nacional, da segurança da presidência da República e da administração compatível da agenda do presidente com as dimensões continentais do país, além das viagens internacionais”.
No ano passado, houve um estudo para a possibilidade de substituição da aeronave, mas a decisão de não realizar a troca foi tomada após deputados da oposição impedirem a aquisição de um novo avião através de uma ação judicial.
Foto destaque: Avião presidencial modelo VC-1 (Foto: reprodução/ Antonio P. Lopes/ Flickr)