O Ministério Público Federal irá apurar e investigar declarações homofóbicas proferidas pelo Pastor da Igreja da Lagoinha, André Valadão, durante um culto realizado ontem em Orlando, nos EUA. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) e a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se manifestaram após o caso.
No referido culto em Orlando, o pastor deu a entender que as pessoas LGBTQIA+ deveriam ser mortas. A transmissão ocorria ao vivo através das redes sociais. O pastor incitou os presentes a agirem, utilizando expressões como: "Agora é a hora de tomar as rédeas de volta e dizer: chega, reiniciar! Mas Deus diz que não pode mais. Ele diz: 'Eu já coloquei esse arco-íris aqui. Se eu pudesse, mataria tudo e começaria de novo. Mas prometi que não posso', agora depende de vocês", disse o pastor. "Não entenderam o que eu disse? Agora, depende de vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós", afirmou.
Após a repercussão negativa, André Valadão se retratou, afirmando que não estava falando em matar pessoas, mas, sim, em uma mudança de comportamento. O pastor continuou a declarar que nunca se trata de matar pessoas, repudiando ainda o pecado de desejar a morte do próximo.
Minha resposta essa manhã às mídias que receberam o vídeo fora de contexto e estão assim divulgando. Tá lindo demais já ver o início da série de mensagens : #censuranao no mês de julho. SÓ TÁ COMEÇANDO. pic.twitter.com/Rygq5WL1Sw
André Valadão se retrata sobre o caso (Reprodução/Twitter/André Valadão)
Fabiano Contarato manifestou-se no Twitter, afirmando que irá solicitar que Valadão responda pelo crime de homofobia. Em conjunto com o senador, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista por Cidadania e dos Direitos LGBTI+, encaminhou uma ação ao Ministério Público de Minas Gerais contra as declarações do pastor.
A deputada reitera que o pastor prega violência e intolerância, enfatizando que casos como esse não podem passar impunes, e argumenta que Valadão já se envolveu em declarações controversas e violentas, especialmente direcionadas ao público LGBTQIA+.
A mais recente delas ocorreu no mês de junho, quando Valadão condenou a palavra "orgulho" e a associou ao movimento LGBTQIAP+. Segundo ele, Deus abomina o orgulho e qualquer movimento que o utilize. Valadão relacionou o orgulho a Lúcifer, o anjo caído, afirmando que representa uma atitude de querer se igualar a Deus.
Foto destaque: André Valadão, Pastor da Igreja da Lagoinha. Reprodução/Twitter/André Valadão.