A Justiça Suíça anulou a condenação do técnico Cuca por relação sexual com menor de idade em 1987 e descobriu que a vítima que tinha 13 anos na época, morreu.
O Tribunal Regional de Berna-Mittlelland tentou entrar em contato com Sandra Pfäffli, vítima que Cuca havia tido relação sexual, e descobriu que ela havia morrido. O órgão até conseguiu contato com um herdeiro, Sven Sghluep para reabrir o processo contra o técnico, mas ele optou por não participar.
Segundo o tribunal, Sandra teria morrido 15 anos depois do episódio que envolvia Cuca e outros três jogadores do Grêmio em Berna, onde o time fazia uma excursão. No ano passado, o advogado da vítima Willi Egloff disse ao site Uol, que ela havia tentado um suicídio, mas não é possível afirmar a causa da morte de Pfäffli por falta de informações públicas.
O caso Cuca
Em 1987, quando a equipe gremista estava num hotel em Berna, na Suíça, Sandra e mais dois amigos bateram na porta do quarto onde estavam os jogadores para pedir camisas. Em depoimento na época, os jovens alegaram que Pfäffli foi segurada por cerca de 30 minutos dentro do quarto dos quatro atletas e após sair do local, ela disse ter sido abusada sexualmente por eles.
Cuca e os três jogadores acusado de relação sexual com menor em 1987 (Foto: reproduçãõ/Uol)
Na época, Cuca, Henrique Etges, Eduardo Hamester e Fernando Castoldi foram detidos e passaram cerca de um mês na prisão. Só retornaram ao Brasil após o pagamento da fiança. No ano de 1989, os atletas foram condenados a 15 meses de prisão e multa. Castoldi foi considerado cúmplice e sua pena foi diminuída para três meses. Os jogadores nunca cumpriram a pena por conta de não estarem na Suíça na época da condenação e não voltaram mais ao país.
A anulação do processo de Cuca
A juíza do Tribunal Regional de Berna-Mittlelland, Bettina Boschsler, anulou a condenação de Alexi Stival, o Cuca, após um pedido de defesa do treinador pela reabertura do processo.
Os autores do despacho da juíza alegaram problemas na comunicação entre Cuca e seu advogado de defesa (Peter Stauffer, contratado pelo Grêmio). Assim, o defensor se retirou do caso um ano antes do julgamento do ex-jogador.
A defesa de Cuca reuniu novos elementos para provar sua inocência em um possível novo julgamento e a Justiça da Suíça chegou a aceitar, porém o Ministério Público local alegou a prescrição do caso e anulou a pena que acabou sendo acatada pela juíza no último dia 28.
Cuca receberá uma indenização de 9,5 mil francos suíços (R$ 54,8 mil).
Foto destaque: Cuca tem condenação anulada pela Justiça suíça (Reprodução/Terra)
