Julgamento de Diddy entra em fase final com dúvidas do júri sobre substâncias controladas
Após cinco horas de deliberação, jurados questionam implicações legais sobre distribuição de drogas; julgamento deve ser retomado nesta terça-feira

O julgamento do rapper Sean “Diddy” Combs avançou para a etapa final nesta segunda-feira (30), quando o júri iniciou as deliberações sobre as acusações que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. Após cinco horas de debates, os jurados encaminharam questionamentos ao juiz, indicando dúvidas sobre a caracterização da distribuição de substâncias controladas e sobre a conduta de um dos integrantes do grupo.
Júri questiona definição de distribuição de drogas
Durante o primeiro dia de deliberação, os jurados enviaram ao juiz federal Arun Subramanian duas comunicações escritas. A primeira tratava da interpretação legal sobre substâncias controladas. Os jurados buscaram esclarecimento sobre uma situação específica: se, no caso de uma pessoa solicitar uma substância controlada e outra entregá-la, esta segunda pessoa pode ser legalmente considerada distribuidora, mesmo sem estar formalmente associada à cadeia de fornecimento.
Em resposta, o juiz solicitou que as equipes de acusação e defesa se reunissem para decidir conjuntamente como responder ao questionamento. O júri foi dispensado ao final da tarde, com previsão de retomar as deliberações às 10h desta terça-feira (1º), pelo horário de Brasília.
Trailer do documentário sobre trajetória e acusaões de P.Diddy (Vídeo: reprodução/YouTube/Peacock)
O painel de jurados atua sob instruções detalhadas emitidas pelo juiz, que incluem orientações sobre as acusações e os critérios para avaliação das provas. Cada membro do júri recebeu uma cópia impressa das instruções, que deverão ser consultadas ao longo do processo decisório.
Preocupação com a conduta de um dos jurados
Além da dúvida jurídica, outra nota foi enviada ao tribunal durante a tarde, levantando preocupações quanto à conduta de um dos jurados, identificado apenas como número 25. A mensagem, escrita à mão e entregue inicialmente à promotoria e posteriormente à defesa, informava que esse jurado poderia não estar seguindo as instruções do juiz de maneira adequada.
O próprio acusado, Sean Combs, retornou ao tribunal e leu o conteúdo do bilhete, que ocupava cerca de um terço de uma folha pautada. A denúncia sobre possível irregularidade na atuação de um dos jurados ainda deverá ser analisada antes da retomada dos trabalhos.
O caso de Combs ganhou atenção internacional não apenas pelas acusações formais, mas também pela complexidade jurídica envolvida e pelo debate público sobre sua conduta. A decisão final do júri poderá influenciar futuras interpretações judiciais envolvendo distribuição de substâncias controladas e crimes sexuais associados.