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Julho de 2023 deve quebrar recorde histórico de calor, diz Nasa

Observações meteorológicas da agência americana apontam para "mudanças sem precedentes no mundo todo". O ano de 2024 deverá ter temperaturas ainda mais elevadas.

21 Jul 2023 - 14h43 | Atualizado em 21 Jul 2023 - 14h43
Julho de 2023 deve quebrar recorde histórico de calor, diz Nasa Lorena Bueri

O mês de julho deste ano será provavelmente o mês mais quente em "centenas, senão milhares, de anos". O  climatologista-chefe da Nasa, Gavin Schmidt revelou na quinta-feira (20). Pensando já no ano de 2024, a agência espacial americana presume que as temperaturas fiquem ainda mais elevadas.

Ferramentas de medição da Universidade do Maine, nos Estados Unidos e da União Europeia (UE), que cruzam dados coletados por satélites, aviões, drones e navios para gerar estimativas preliminares, têm sinalizado para recordes diários de calor nas últimas semanas.

Schmidt  em coletiva de imprensa em Washington para divulgar um resumo das últimas observações meteorológicas da Nasa, comenta que observa essa mudança sem precedentes no mundo todo. Porque as ondas de calor que estão quebrando recordes, são vistas nos EUA, na Europa e na China. 

Ainda que as estimativas divirjam entre si, a tendência de calor extremo é evidente e provavelmente será refletida nos relatórios mensais mais robustos a serem emitidos pelas agências dos EUA, afirmou o climatologista.


Foto: Menina palestina nada em piscina durante onda de calor em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, em 17 de julho de 2023 — Reprodução: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters


Só o começo do El Niño 

Ele salienta também que por mais que os efeitos não podem ser atribuídos apenas ao fenômeno climático El Niño, que, "na verdade, acaba de começar".

O climatologista afirma que o que estamos vendo é o calor generalizado. Recorrente em todos os lugares, especialmente nos oceanos. Também foi observada temperaturas recordes na superfície do mar, mesmo fora dos trópicos, há muitos meses.

Schmidt comenta que devido ao lançamento contínuo de gases de efeito estufa na atmosfera, ainda existe uma provável manutenção da tendência de alta do calor.

Por conta dos fenômenos climáticos atuais, aumentou também a probabilidade de 2023 ser o ano mais quente já registrado. De acordo com os cálculos de Schmidt, a probabilidade de isso acontecer é de 50%. Ele observa, contudo, que outros cientistas chegam a falar em 80%.

Temperaturas em 2024

Essa perspectiva é valida para o próximo ano, porque eles acreditam que 2024 será um ano ainda mais quente, porque a população começará a sentir o evento El Niño que está começando agora e deverá atingir seu pico no final deste ano.

Foto Destaque: Recordes diários de calor têm sido registrados ao redor do mundo nas últimas semanas Reprodução/Guglielmo Mangiapane/REUTERS

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