No início da manhã desta quinta-feira (31), foi retomado o julgamento dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, os ex-policiais Élcio Queiroz e Ronnie Lessa. A expectativa é que o caso seja concluído ainda hoje.
Ao longo dessa quarta-feira (30), todas as testemunhas de defesa e acusação do caso foram ouvidas. Os interrogatórios perduraram por mais de 14 horas. A juíza Lúcia Glioche, do 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro, determinou a suspensão da sessão e convocou todos os participantes a retomarem para a continuidade do julgamento na manhã desta quinta.
O julgamento ocorre mais de 6 anos após o atentado, ocorrido em 14 de março de 2014, que culminou na morte da então vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Depoimentos do 1º dia de sessão
No 1º dia da sessão, que ocorreu ao longo de 14 horas nessa quarta-feira (30), depuseram: Fernanda Chaves, assessora de Marielle e sobrevivente do atentado; Marinete Silva, mãe de Marielle Franco; Mônica Benício, viúva de Marielle e vereadora reeleita no Rio; Ágatha Arnaus, viúva de Anderson; Carlos Alberto Paúra Júnior, policial civil que fazia parte do núcleo que investigou o carro usado no crime; Luismar Cortelettili, agente da Polícia Civil do Rio; Carolina Rodrigues Linhares, perita criminal; Guilhermo Catramby, delegado da Polícia Federal e primeira testemunha de defesa; e Marcelo Pasqualetti, policial federal. Além disso, foram ouvidos os dois réus e assassinos confessos do caso: Ronnie Lessa e Élcio Queiroz.
Élcio Queiroz e Ronnie Lessa respondem por três crimes e podem ser condenados a 84 anos de prisão (Foto: reprodução/MP-RJ)
Segundo dia de sessão
A sessão iniciou-se com uma manifestação da acusação, através do Ministério Público do Rio de Janeiro. Os jurados receberam cadernos contendo 207 páginas do processo judicial com imagens da cena do crime. Os promotores optaram por não exibir no plenário as imagens dos corpos das vítimas.
A promotora Audrey Castro explicou que o crime se trata de homicídio doloso (quando há a intenção de matar). Já o promotor Eduardo Martins afirmou que os dois acusados só confessaram os assassinatos por terem a intenção da troca por benefícios e por saberem que seriam descobertos. Martins ainda pediu aos jurados que condenem os réus.
Ronnie e Élcio respondem por três crimes: duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação e podem ser condenados a 84 anos de prisão cada um. Sete jurados, sorteados de um grupo de 21 pessoas, terão o papel de decidir o destino dos réus. Caberá à juíza Lúcia Glioche calcular a pena de cada um, caso sejam condenados. A expectativa é grande que a sentença saia ainda nessa quinta-feira (31).
Foto destaque: Homenagem a Marielle Franco em desfile da escola de samba "Vai-Vai", durante carnaval em São Paulo (Reprodução/AFP/Getty Images Embed)