Nesta segunda-feira (18), o grupo independente Golos “Voz” divulgou um comunicado afirmando que a recente eleição presidencial russa foi marcada por graves irregularidades, classificando-a como a mais fraudulenta da história do país.
A organização destacou que a campanha ocorreu em desrespeito aos padrões constitucionais, apontando para a falta de garantias de direitos políticos e liberdades fundamentais.
Segundo o Golos, “nunca antes vimos uma campanha presidencial que ficasse tão aquém dos padrões constitucionais”. O texto divulgado levanta sérias dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral, questionando se os eleitores puderam expressar livremente sua vontade.
Eleitor russo depositando cédula de votação na urna (Foto: reprodução/Chingis Kondarov/Reuters)
A polêmica
As acusações de fraude e corrupção são reforçadas por relatos de observadores sobre interferências e intimidações nos locais de votação. Durante os dias de votação, foram registradas várias violações, incluindo o controle excessivo da expressão dos eleitores por agentes da lei, danos às cédulas e até mesmo incêndios criminosos em algumas regiões. Em muitos casos, eleitores foram pressionados e coagidos a votar de determinada maneira, minando a liberdade do processo eleitoral.
Essa denúncia ocorre em meio a saudações do Kremlin ao resultado eleitoral e críticas internacionais sobre a legitimidade do pleito. Enquanto o governo russo celebra a alta participação eleitoral como uma demonstração de apoio a Vladimir Putin, países como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido condenaram a votação, citando a prisão de opositores políticos e a censura como evidências de um processo eleitoral injusto e não livre.
A controvérsia em torno das eleições russas destaca a importância da transparência e integridade nos processos democráticos.
Leia o comunicado completo aqui.
A atuação do grupo
O Golos, fundado em 2000 como o único órgão independente de fiscalização eleitoral na Rússia, enfrentou desafios significativos, incluindo ser rotulado como "agente estrangeiro" em 2013, limitando sua capacidade de observar e relatar violações eleitorais. Seja qual for o desdobramento dessas denúncias, elas levantam questões cruciais sobre a saúde da democracia na Rússia e a necessidade de garantir eleições justas e transparentes para o povo russo.
Foto destaque: Presidente reeleito Vladimir Putin (Reprodução/Instagram/@russian_kremlin)