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Greve em São Paulo é por privatização e não por salários

Paralisação impacta linhas do Metrô e da CPTM em SP com manifestantes se opondo à privatização da Sabesp e do transporte público. Governo diz que a greve é ilegal

28 Nov 2023 - 17h00 | Atualizado em 28 Nov 2023 - 17h00
Greve em São Paulo é por privatização e não por salários Lorena Bueri

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, solicitou, nesta terça-feira (28), aos grevistas do Metrô e da CPTM a obedecerem a decisão judicial que determina a manutenção de um contingente mínimo de profissionais para assegurar os serviços à população.

Em um cenário marcado por tensões crescentes, o desrespeito à determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) levou a uma significativa redução no funcionamento das estações do Metrô.

No Metrô, das 66 estações das Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, apenas 28 estão operacionais, um reflexo da decisão dos grevistas de não cumprir os percentuais estabelecidos pelo TRT.

O governador expressou sua insatisfação com os sindicatos, destacando que estes não pagaram as multas impostas pela Justiça, e anunciou que o governo está considerando medidas punitivas contra os grevistas.

Caráter distinto

A greve, que afetou significativamente as linhas do Metrô e da CPTM, destaca-se por seu caráter distinto. Ao contrário de movimentos anteriores, a paralisação não está centrada em reivindicações salariais ou benefícios trabalhistas.

Em vez disso, ela se manifesta como uma oposição à privatização dos serviços de transporte, incluindo a Sabesp, responsável pelos serviços de água e saneamento em São Paulo.

Os sindicatos argumentam que a privatização resultará em perda de empregos, caracterizando a greve como um movimento político-trabalhista. Por outro lado, o governo alega que se trata de uma manifestação exclusivamente política contra a atual gestão.


Grevistas em frente à Câmara Municipal de São Paulo (Foto: reprodução/Agência Brasil/Paulo Pinto).


Processo de privatização

O processo de privatização mais avançado é o da Sabesp, em fase de tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com votação prevista para os próximos dias.

Enquanto duas das cinco linhas do Metrô já operam sob regime de concessão, o governo busca estender a privatização para as demais linhas, assim como na CPTM.

Um documento conjunto de sindicatos e movimentos sociais reforça o posicionamento contrário à privatização, considerando as pautas em defesa do interesse público.

Governador Tarcísio

O governador Tarcísio de Freitas, reafirmando seu compromisso com a privatização da Sabesp, classificou a greve como "ilegal e abusiva". Ele enfatizou que os estudos de privatização continuarão, e a operação da Sabesp será privatizada no próximo ano.

A paralisação teve impactos além do transporte, levando à suspensão do rodízio municipal de veículos pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito.

Enquanto o governo busca soluções legais para conter a greve, a cidade enfrenta desafios adicionais relacionados à mobilidade e ao tráfego.

 

Foto destaque: Grevistas contra privatização da Sabesp (Reprodução/Agência Brasil/Paulo Pinto). 

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