O governo brasileiro decidiu começar uma operação de resgate aos cidadãos que estão no Líbano. A decisão veio após conversa entre o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, no México, onde estão para acompanhar a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum. O ministro informou a Lula sobre a situação em Beirute, capital libanesa, e sobre as conversas que teve em Nova York.
No sábado (28), o chanceler brasileiro se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Rashid Bou Habib e conversaram sobre o conflito entre Israel e o grupo radical islâmica Hezbollah e discutiram sobre uma possível repatriação de brasileiros nos país.
A região sofre com ataques aéreos israelenses contínuos contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano e no Vale do Beqaa. Na semana passada, os bombardeios israelenses no Líbano causaram a morte de dois adolescentes brasileiros. A maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio atualmente está no Líbano. Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no país, segundo o Itamaraty.
Capital Beirute após bombardeios de Israel (Reprodução/Gazeto do Povo/EFE/EPA/Wael Hamzeh)
Sobre a operação:
A operação vai ser coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa e terá a data anunciada nos próximos dias. A prioridade é definir a rota por questões de segurança.
O planejamento inicial da Força Aérea Brasileira (FAB) prevê a decolagem do aeroporto de Beirute, que se encontra aberto. Caso não seja possível, uma alternativa é um terminal na Síria, país vizinho ao Líbano, ou de uma base militar russa.
Uma outra opção, tida como mais complexa, é a retirada dos brasileiros pelo Chipre. O país faz fronteira marítima a oeste do Líbano. Neste caso, o resgate envolveria vias terrestres, marítimas e aéreas.
Prioridade no resgate
A prioridade no resgate será de crianças, idosos, mulheres, gestantes e pessoas doentes. A embaixada brasileira em Beirute tem uma lista com nomes de quem quer deixar o país.
O governo brasileiro espera que pelo menos 3 mil brasileiros possam deixar o Líbano diante da situação e dos constantes bombardeios que atingem o país. Mas, a maioria quer permanecer no país ou receber apoio para ir para algum local mais seguro.
Foto Destaque: Destruição após bombardeio ao sul de Beirute (Reprodução/Istoé/DW/Deutsche Welle)