A acusação falsa de que o presidente da Ucrânia teria usado a ajuda financeira enviada pelo aliado americano para auxiliar na guerra contra a Rússia em benefício próprio, comprando iates de luxo, viralizou na internet, chegando até a ser reproduzida por congressistas dos Estados Unidos. O responsável pela fake news é um ex-fuzileiro americano que reside na Rússia desde 2016.
Notícia falsa
Segundo as informações divulgadas no site particular do ex-fuzileiro e ex-policial americano, John Mark Dougan, o presidente ucraniano teria utilizado cerca de US$ 75 milhões (cerca de R$ 366 milhões) da ajuda financeira enviada pelos Estados Unidos para comprar dois iates luxuosos para uso de associados de Zelensky.
O site, chamado DC Weekly, expunha fotografias dos dois iates, Lucky Me e My Legacy, junto da notícia, assim como uma documentação que confirmava a venda das embarcações.
Iate Lucky Me (Foto: reprodução/BBC)
Porém, não só a empresa dona dos iates negou a veracidade da documentação, como declarou que ambos ainda encontram-se disponíveis para venda.
Dougan, que atualmente reside na Rússia, agora se declara jornalista e utiliza seu site para cobrir a guerra entre o país e a Ucrânia, onde tem o hábito de publicar inúmeras notícias falsas. Mas, segundo reportagem da BBC, o ex-fuzileiro americano nega sua participação e colaboração com o DC Weekly, afirmando tê-lo vendido há muito tempo.
Reação americana
E, mesmo a notícia sendo comprovada falsa, foi reproduzida por membros do Congresso americano como base para a decisão de postergar todas as decisões relacionadas a possibilidade de nova ajuda financeira à Ucrânia para o próximo ano.
A fake news corroborou com a prerrogativa de muitos congressistas que já vinham se opondo a continuar prestando assistência à Ucrânia, agora com declarações públicas contra, como a de Marjorie Taylor Greene, congressista republicana.
Greene publicou em sua conta particular no X, junto do link da notícia falsa, o comentário de que, aquele que continuar a favor de tal ajuda ao governo ucraniano estará colaborando com, segundo ela, “o esquema financeiro mais corrupto” já visto em uma guerra estrangeira na qual seu país esteve envolvido.
Foto Destaque: Volodymyr Zelensk, presidente da Ucrânia e Joe Biden, presidente dos EUA (Reprodução/Observador)