O general da reserva Estevam Theophilo apresentou formalmente sua defesa contra a acusação de ser um dos participantes de uma suposta tentativa de golpe de Estado nesta sexta-feira, dia 08 de março. No documento enviado diretamente ao STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa do militar argumenta que não há provas concretas que sustentem a acusação contra ele e pede que a denúncia seja arquivada por falta de fundamento jurídico. Além disso, os advogados do general direcionam duras críticas à delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, questionando a legalidade e a veracidade das informações prestadas.
Comandante compromete-se a executar medidas para golpe
Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), o comandante se comprometeu a executar as medidas necessárias para o possível golpe, na denúncia apresentada, a PGR acusa formalmente Estevam, que anteriormente ocupava o cargo de comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), de ter aceitado o papel de gerenciar o uso das forças terrestres para beneficiar uma possível tentativa de golpe de Estado, caso o plano avançasse.
A defesa de Estevam rebateu essa acusação e também destacou que a delação de Mauro Cid, considerada uma das principais provas dentro da investigação sobre a suposta trama golpista, é "ilegal", "involuntária" e não deve ser levada em consideração no julgamento do caso. Diante disso, os advogados solicitaram a anulação do acordo de colaboração premiada.
Mauro Cid (Foto: reprodução/X/@rede_marco)
Delação de Mauro Cid revela suposto plano de golpe
Cid prestou o primeiro depoimento no âmbito do processo de delação premiada à PF (Polícia Federal) em agosto de 2023. Durante esse depoimento, ele revelou detalhes sobre uma suposta reunião realizada ainda no ano de 2022, em Brasília, para discutir o "cenário político do país". Segundo ele, nesse encontro, teria recebido dinheiro do então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, com o objetivo de viabilizar financeiramente um golpe de Estado. Além disso, Cid relatou que Bolsonaro teria solicitado informações sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e sugerido que ele fosse monitorado. Essas revelações acabaram se tornando peças-chave dentro da investigação conduzida pela Polícia Federal.
Foto Destaque: O general da reserva Estevam Theophilo (Reprodução/Aleam/Alberto César Araújo)