No último domingo (25), delegações de 20 países se reuniram em Madrid, na Espanha, para debater medidas concretas voltadas à criação do Estado da Palestina. O evento reuniu nações da Europa e do mundo árabe, além do Brasil, visando de reforçar o apoio internacional à solução de dois Estados como saída para o conflito entre Israel e Palestina.
O Brasil foi representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que reiterou o posicionamento histórico do país a favor de uma solução pacífica baseada em negociações e no reconhecimento mútuo entre os dois povos. A cúpula ocorre em meio à intensificação dos conflitos na Faixa de Gaza e à crescente mobilização diplomática internacional por medidas práticas para garantir a paz.
Brasil e 19 países se reúnem na Espanha para discutir criação do Estado da Palestina (Foto: reprodução/Instagram/@jmalbares e @exteriores.maec)
Brasil defende cessar-fogo e ajuda humanitária em Gaza
Durante sua participação, o chanceler brasileiro destacou a necessidade urgente de um cessar-fogo e da entrada de ajuda humanitária sem restrições na região de Gaza. Segundo o Itamaraty, Mauro Vieira também afirmou que a comunidade internacional não pode permanecer inerte diante do que chamou de “massacre de civis inocentes” e defendeu que os direitos humanos sejam respeitados por todas as partes envolvidas no conflito.
Em discurso na conferência de Madri sobre a solução de dois Estados, o Ministro Mauro Vieira criticou a inação da comunidade internacional diante do “massacre” de civis inocentes em Gaza, e advertiu que a história não admitirá desculpas para essa atitude. pic.twitter.com/bhvcM3Bg1G
— Itamaraty Brasil (@ItamaratyGovBr) May 25, 2025
Itamaraty divulga detalhes sobre a participação de Mauro Vieira na reunião (Foto: reprodução/X/@ItamaratyGovBr)
O chanceler espanhol, José Manuel Albares, sugeriu a adoção de sanções mais severas contra Israel, defendendo a suspensão de acordos firmados com a União Europeia caso o país não interrompa sua operação militar em Gaza.
Conferência da ONU e papel diplomático do Brasil
Durante a cúpula, o Brasil recebeu o convite para liderar um dos grupos de trabalho da próxima Conferência Internacional sobre a Solução de Dois Estados, que acontecerá em junho na sede da ONU, em Nova York. O evento visa impulsionar novas iniciativas para uma solução pacífica entre Israel e Palestina, ampliar o apoio global ao reconhecimento da Palestina como Estado soberano e debater ações concretas para uma solução pacífica e humanitária diante do conflito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já elogiou a recente decisão de países como Espanha, Irlanda e Noruega, que reconheceram oficialmente o Estado da Palestina. Em suas redes sociais, Lula classificou o gesto como um passo decisivo para a construção da paz e lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países latino-americanos a reconhecer o Estado Palestino, ainda em 2010.
A decisão conjunta de Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça em relação ao pleito de um todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá efeito…
— Lula (@LulaOficial) May 23, 2024
Lula defende a criação do Estado palestino (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)
Além disso, o presidente já havia defendido a criação do Estado da Palestina durante uma cerimônia de assinatura de atos em Pequim. Segundo ele, “não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável, capaz de coexistir lado a lado com Israel”.
O Brasil tem se posicionado ativamente em favor da resolução pacífica do conflito no Oriente Médio, defendendo a criação de um Estado palestino como parte fundamental de uma solução duradoura.
Foto Destaque: Reunião realizada na Espanha discute criação do Estado palestino (Reprodução/X/@ItamaratyGovBr)