Na quinta-feira (8), a Polícia Federal desencadeou a Operação Tempus Veritatis, no inquérito das milícias digitais em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), marcando um novo capítulo na saga judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Esta operação, cujo nome em latim significa “hora da verdade”, é fruto de desdobramentos que remontam a eventos ocorridos desde 2021.
O ponto de partida desta narrativa remonta a 2021, quando veio à tona o vazamento de um inquérito sigiloso envolvendo um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. O ex-presidente Bolsonaro foi acusado de divulgar informações confidenciais, desencadeando uma série de desdobramentos.
Ministros militares na mira do inquérito
Na recente operação, o cerco se estreitou em torno do ex-presidente e atingiu pela primeira vez ex-ministros militares, incluindo Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, que foram alvos de mandados de busca e apreensão. Esta ação sinaliza uma escalada na investigação, que agora envolve figuras proeminentes do governo anterior.
Bolsonaro diz que é preciso agir antes das eleições (Vídeo: reprodução/YouTube/RecordNews)
Avanços na investigação e descobertas
Os desdobramentos subsequentes revelaram uma trama mais ampla, incluindo tentativas de golpe de Estado, fraudes, e até mesmo um esquema de venda ilegal de joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras. A investigação desvendou uma teia complexa de irregularidades, desde o uso de recursos públicos para despesas pessoais até planos para desestabilizar as instituições democráticas do país.
Delação premiada e evidências concretas
Um ponto crucial na investigação foi a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que forneceu detalhes sobre várias atividades ilícitas, incluindo a venda das joias e articulações para um golpe de Estado após a derrota eleitoral. As evidências apresentadas pela Polícia Federal incluem áudios, registros de reuniões e até mesmo um vídeo de uma reunião ministerial, que corroboram as alegações feitas pelo delator.
Com os avanços na investigação, espera-se que o inquérito das milícias digitais se una a outras linhas de investigação em andamento. Após a conclusão das investigações, um relatório será enviado ao STF, onde a Procuradoria-Geral da República decidirá se apresenta acusações formais contra os investigados. Este desdobramento promete lançar luz sobre um dos períodos mais conturbados da política brasileira recente.
Esses desdobramentos não apenas revelam a extensão da corrupção e do desrespeito às instituições democráticas, mas também destacam a importância do sistema judicial em garantir a responsabilização daqueles que buscam minar a ordem democrática. A Operação Tempus Veritatis representa um passo significativo nessa busca pela verdade e pela justiça.
Foto destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro (Reprodução/Metrópoles)
