Em 2016, a Selic estava com 14,5% ao ano. Quem poderia imaginar que 5 anos depois com a taxa básica de juros cairia a 2%, em agosto de 2020.
“São dois cenários completamente opostos em pouco tempo. Isso movimentou consideravelmente o nosso mercado”, afirmou Alexandre Jung, sócio-diretor da Acqua-Vero.
Com as reduções significativas na Selic, fizeram com que a bolsa passasse a ser mais atrativas para os investidores, tendo principal atrativo aqueles que concentram seus aportes em títulos de renda fixa. Alexandre explicou que a queda nas rentabilidades a pagas por investimentos conservadores obrigou o investidor ‘comprar o risco’.
Foto: Reprodução/Magalu
“Nos últimos cinco anos, quadruplicamos o número de pessoas físicas investindo na Bolsa, foi um ganho muito grande”, disse Jung. Com isso a alta no número de investidores. A maioria das ações que atualmente compõe a carteira do Ibovespa gerou grandes retornos para os investidores. As principais valorizações foram registradas por Magazine Luiza (7.084,62%), Vale (441,94%), Weg (462,64%), Grupo NotreDame (292,39%) e Natura & Co (226,22%.)
Alguns outros acontecimentos marcaram a trajetória do mercado financeiro nos últimos 5 anos, como, em 2017 a B3 acionou seu primeiro circuit breaker 100% nacional, que ficou conhecido como ‘Joesley Day’, fazendo como que o Ibovespa caísse mais de 10% em um dia. A greve dos caminhoneiros em 2018 e a troca presidencial logo após as eleições e a pandemia do Corona Vírus.
O maior destaque é a Magalu (MGLU3), com participação de 2,6% na carteira e valorização de 7.084,62% nesse período. Entre as razões para esta alta, Jung disse acreditar que as mudanças de estratégia da empresa foram mais positivas que o próprio desempenho do setor de varejo. “A Magazine Luiza deixou de ser uma varejista de eletroeletrônicos para entrar no ramo das fintechs, ter receita proveniente de crédito e trabalhar com um grande marketplace, que não necessariamente utiliza capital próprio”, afirma.
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Além disso, o especialista também considera a recorrência do varejo no Brasil como ponto positivo para a marca. “Independente de crise, as pessoas estão sempre crescendo, se casando, se separando e indo morar sozinhas”, diz.
Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, acredita que o movimento das ações da Magalu foi positivo porque a empresa é o que há de mais próximo, no Ibovespa, a uma gigante de tecnologia. Mesmo tendo sua essência no Varejo. “O Brasil acabou pecando por não conseguir criar gigantes de tecnologia. Essas empresas são de mais alto crescimento e mais resilientes a ciclos de crise”, afirma.
Foto destaque: Magalu cresce e se torna a ação mais valorizada dos últimos 5 anos - Reprodução/ Magalu